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“Somos chamados a ser testemunhas de Cristo”
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O Papa Francisco reforçou a importância da evangelização. Na semana em que deu início ao Mês Missionário Extraordinário, o Papa instituiu um dia para valorizar a Bíblia, benzeu uma estátua dedicada aos migrantes e refugiados e recebeu, em audiência privada, utentes de uma instituição de Braga.

 

1. O Papa Francisco reforçou o apelo a um anúncio do Evangelho por parte de todos os católicos, “com o testemunho” e com a “palavra”, no arranque de um mês especial dedicado à missão. “Todos nós, como batizados e enviados, somos chamados a ser testemunhas de Cristo e apoiantes dos missionários que levam o Evangelho a todos os povos do mundo. Que a nossa oração e os gestos concretos de solidariedade os acompanhem sempre”, declarou o Papa, durante a audiência-geral de quarta-feira, 2 de outubro, que decorreu na Praça de São Pedro.

Francisco sustentou que o protagonista da evangelização é o “Espírito Santo”, fonte de “alegria” dos crentes. “Qual é o sinal de que tu, cristão, cristã, és um evangelizador? A alegria. Mesmo no martírio”, observou, rezando para que o Espírito Santo faça dos batizados “homens e mulheres que anunciam o Evangelho, para atrair os outros não a si, mas a Cristo; que saibam dar espaço à ação de Deus; que saibam tornar os outros livres e responsáveis diante do Senhor”.

 

2. O Papa presidiu, no Vaticano, a uma celebração de oração pela abertura do Mês Missionário Extraordinário, na qual desafiou os cristãos a anunciar o Evangelho com “ousadia e criatividade”. “Este Mês Missionário Extraordinário quer ser uma sacudidela que nos provoca a ser ativos no bem. Não notários da fé e guardiões da graça, mas missionários”, declarou, na homilia que pronunciou na Basílica de São Pedro, no dia 1 de outubro.

A recitação das Vésperas aconteceu, simbolicamente, na memória litúrgica de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das Missões, com Francisco a sustentar que ser missionário é, antes de tudo, ser “testemunha”, mostrando com a própria vida que “se conhece Jesus”. “Testemunha é a palavra-chave; uma palavra que tem a mesma raiz e significado de mártir. E os mártires são as primeiras testemunhas da fé: não por palavras, mas com a vida. Sabem que a fé não é propaganda nem proselitismo, mas um respeitoso dom de vida”, precisou, elogiando todos os que sabem viver com o “amor de Jesus”, para todos, “incluindo os inimigos”. O Papa Francisco terminou com um apelo à missão ‘ad gentes’, “onde há mais falta de esperança e dignidade, onde tantas pessoas vivem ainda sem a alegria do Evangelho”.

Ainda neste dia foi publicado mais um ‘O Vídeo do Papa’, onde o Santo Padre se dirige a todos os católicos, pedindo-lhes que reavivem a consciência missionária e assumam “o desafio de anunciar Jesus morto e ressuscitado”. Francisco espera que este Mês Missionário Extraordinário “seja um tempo de graça intensa e fecunda para promover iniciativas e intensificar de um modo especial a oração – alma de toda a missão”.

 

3. O III Domingo do Tempo Comum, que em 2020 será no dia 26 de janeiro, será dedicado à valorização da Sagrada Escritura. Na Carta Apostólica sob forma de ‘Motu Proprio’ intitulada ‘Aperuit illis’ (‘Abriu-lhes’), na qual instituiu o Domingo da Palavra de Deus, Francisco diz que “a dedicação de um Domingo do ano litúrgico particularmente à Palavra de Deus permite, antes de mais, fazer a Igreja reviver o gesto do Ressuscitado que abre, também para nós, o tesouro da sua Palavra, para podermos ser no mundo arautos desta riqueza inexaurível”. O dia escolhido é o III Domingo do Tempo Comum, que costuma coincidir com o final do oitavário da oração pela unidade dos cristãos, um período de reforçada atividade ecuménica. Francisco insiste que essa escolha não é “mera coincidência”, uma vez que “a Sagrada Escritura indica, a quantos se colocam à sua escuta, o caminho a seguir para se chegar a uma unidade autêntica e sólida”.

Na Carta Apostólica, o Papa deixa ainda uma série de sugestões sobre como pode ser vivido este dia. “As comunidades encontrarão a forma de viver este Domingo como um dia solene. Entretanto será importante que, na celebração eucarística, se possa entronizar o texto sagrado, de modo a tornar evidente aos olhos da assembleia o valor normativo que possui a Palavra de Deus. Neste Domingo, em particular, será útil colocar em evidência a sua proclamação e adaptar a homilia para se pôr em destaque o serviço que se presta à Palavra do Senhor. Os párocos poderão encontrar formas de entregar a Bíblia, ou um dos seus livros, a toda a assembleia, de modo a fazer emergir a importância de continuar na vida diária a leitura, o aprofundamento e a oração com a Sagrada Escritura”, salientou.

 

4. No Dia Mundial do Migrante e do Refugiado (29 de setembro), o Papa inaugurou uma escultura dedicada a todos os que, ao longo dos tempos, deixaram o seu país para fugir das guerras, perseguições, pobreza e fome. A escultura de bronze e barro, que representa um grupo com dezenas de migrantes de várias culturas, credos e diversos períodos históricos, tem como título ‘Angels Unawares’ (‘Anjos Desprevenidos’), e é da autoria do artista canadiano Timothy Schmaltz. “Quis esta obra de arte aqui, na Praça de São Pedro, para recordar a todos o desafio evangélico do acolhimento”, declarou o Papa.

Francisco tinha apelado à caridade e à ação dos cristãos em relação aos migrantes, na homilia da celebração eucarística deste Domingo, na Praça de São Pedro, no Vaticano, por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. Porém, não resumiu a mensagem a este grupo, alargando-a a “todos os habitantes das periferias existenciais”. “Como cristãos, não podemos permanecer indiferentes diante do drama das velhas e novas pobrezas, das solidões mais sombrias, do desprezo e da discriminação de quem não pertence ao ‘nosso’ grupo. Não podemos permanecer insensíveis, com o coração anestesiado, diante da miséria de tantos inocentes. Não podemos não chorar. Não podemos não reagir”, frisou.

 

5. O Papa Francisco recebeu cerca de meia centena de pessoas ligadas ao Centro Social Padre David de Oliveira Martins e pediu aos jovens para que “o passado não determine a vida”. “Quero assegurar a todos e cada um a minha afetuosa solidariedade. Nunca deixeis que o passado vos determine a vida. Olhai sempre para diante. Trabalhai e lutai para conseguir as coisas que vós quereis”, pediu Francisco, na audiência de dia 28 de setembro, perante crianças, jovens, dirigentes e técnicos desta instituição de solidariedade social da Arquidiocese de Braga.

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