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Roma
“O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade”
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O Papa Francisco recordou a conversão de São Paulo. Na semana em que teve início o Sínodo dos Bispos para a Amazónia, o Papa pediu orações por esta assembleia, foi visitar Bento XVI com os 13 novos cardeais e plantou uma azinheira.

 

1. O Papa Francisco convidou os cristãos a irem ao encontro dos outros. “Como vivo a minha fé? Vou ao encontro dos outros ou, pelo contrário, estou contra os outros? Pertenço à Igreja universal – bons, maus, todos, todos – ou tenho uma ideologia seletiva? Adoro Deus ou adoro as formulações dogmáticas?”, questionou, durante a audiência-geral de quarta-feira, 9 de outubro. Na Praça de São Pedro, no Vaticano, a catequese centrou-se na figura do apóstolo Paulo (Saulo, antes do Batismo). “Após o martírio de Santo Estevão, os Atos dos Apóstolos contam-nos como o jovem Saulo, pensando servir a Lei de Moisés, perseguia os cristãos. Mas foi tocado pelo Senhor na estrada para Damasco. O jovem Saulo é retratado como uma pessoa intransigente, intolerante com quem é diferente, vendo no outro um inimigo potencial que deve ser combatido. Ao escutar Jesus que lhe perguntava porque O perseguia, Saulo percebe que atacar um membro da Igreja significava atacar o próprio Cristo. Após essa manifestação, Saulo perde a visão; tal cegueira era a manifestação exterior da sua realidade interior. Quando recebe o Batismo das mãos de Ananias, Saulo experimenta pessoalmente a Páscoa, passando da morte à vida: o que antes era motivo de glória para ele, agora considera como lixo, pois o seu verdadeiro ganho é viver em Cristo. Com isso, Saulo aprende a ver com os olhos da vida nova que recebeu no Batismo: os inimigos se convertem em irmãos em Cristo; o perseguidor converte-se em evangelizador”, explicou o Papa.

 

2. O Papa Francisco inaugurou, no Vaticano, a primeira assembleia especial do Sínodo dos Bispos dedicada à região da Amazónia, pedindo que a Igreja nunca repita “colonialismos” do passado. “Quando, sem amor nem respeito, se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo. Contudo quantas vezes o dom de Deus foi, não oferecido, mas imposto?! Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização?! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos”, declarou o Papa, na homilia da Missa a que presidiu, na Basílica de São Pedro, no passado dia 6 de outubro.

Francisco sublinhou que as populações da Amazónia carregam “cruzes pesadas” e pediu que a Igreja lhes leve “a consolação libertadora do Evangelho”. “Por eles, pelos que estão agora a dar a vida, pelos que deram a sua vida, com eles, caminhemos juntos”, apelou, recordando ainda o “fogo ateado por interesses que destroem”, como o que devastou recentemente a Amazónia, considerando que este “não é o do Evangelho”. “O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros. Pelo contrário, o fogo devorador alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos”, afirmou.

‘Amazónia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral’ é o tema da Assembleia especial do Sínodo dos Bispos, que decorre até 27 de outubro, no Vaticano, e conta com 185 padres sinodais, a quem o Papa lembrou que devem abandonar um “comportamento defensivo” ou o “deixar as coisas correr sem se fazer nada”. “Ser fiéis à novidade do Espírito é uma graça que devemos pedir na oração. Ele, que faz novas todas as coisas, nos dê a sua prudência audaciosa; inspire o nosso Sínodo a renovar os caminhos para a Igreja na Amazónia, para que não se apague o fogo da missão”, declarou. Francisco defendeu ainda que a Igreja está “sempre a caminho, sempre em saída, nunca fechada em si própria”. “Se tudo continua igual, se os nossos dias são pautados pelo «sempre se fez assim», então o dom desaparece, sufocado pelas cinzas dos medos e pela preocupação de defender o status quo”, acrescentou.

 

3. O Papa Francisco pediu que o Sínodo dos Bispos para a Amazónia seja acompanhado com orações. “Durante três semanas, os padres sinodais, reunidos em torno do Sucessor de Pedro, refletirão sobre a missão da Igreja na Amazónia, sobre a evangelização e sobre a promoção de uma ecologia integral. Peço-vos que acompanhem com a oração este importante evento eclesial, a fim de que seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito Santo, que sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho”, convidou o Papa, na oração do Angelus, no passado Domingo, 6 de outubro. Sobre o Evangelho daquele Domingo, que apresenta o tema da fé, Francisco lembrou: “‘Aumentai a nossa fé!’. É uma bonita oração que devemos fazer muito durante o dia. Senhor, aumentai a minha fé!”

 

4. Os novos cardeais da Igreja, entre eles D. José Tolentino de Mendonça, visitaram o Papa emérito Bento XVI, após o Consistório público que decorreu no Vaticano, no dia 5 de outubro. O grupo de 13 novos cardeais seguiu com o Papa Francisco até ao mosteiro ‘Mater Ecclesiae’, onde reside Bento XVI. Segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, durante o encontro, o Papa emérito falou aos novos cardeais do “valor da fidelidade” ao Papa, antes de conceder a bênção, juntamente com Francisco.

 

5. O Papa plantou, nos Jardins do Vaticano, uma azinheira vinda de Assis, como símbolo da sua proposta de “ecologia integral”, para encerrar a iniciativa ‘Tempo da Criação’, que propôs cinco semanas de oração e ação ecuménica em defesa do ambiente. Francisco esteve acompanhado por líderes indígenas da Amazónia, nesta iniciativa que decorreu no dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, e a dois dias do início da assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a Amazónia. A árvore foi plantada com terra oriunda de vários locais do mundo, incluindo uma homenagem aos mártires da região amazónica, que foram mortos pela sua defesa dos povos indígenas e da natureza. O encontro terminou com a oração do Pai Nosso.

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