Missão |
David Cardoso, Sol Sem Fronteiras
“É um sonho mas nunca paro de o tentar alcançar”
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David Cardoso nasceu a 6 de Dezembro de 1996, no Barreiro. Está neste momento no último ano de um CTeSP (Curso Técnico e Superior Profissional) – de Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação. Este ano esteve, numa parceria com a ONGD Sol Sem Fronteiras, na Guiné-Bissau com uma missão muito concreta.

 

“Foi exatamente na Guiné-Bissau que a minha fé picou”

Partilha que o seu percurso cristão começou “de forma comum”, com a entrada nos Escuteiros. Na mesma altura, entrou também na catequese da paróquia em que estava integrado. “Infelizmente este não foi um momento feliz da minha carreira cristã, desde o meu desinteresse ao ter dificuldade em entender algumas coisas e até à falta de fé. Mas essa fé, por desvirtudes da vida, veio crescendo, e quando encontrei na minha atual paróquia o grupo de JSF e percebi o que estes faziam, foi como que se uma luz se tivesse acendido. Finalmente alguém que procurava ser cristão como eu, pelas ações, algo que eu compreendia. Foi sem dúvida vital a minha entrada para os JSF, de mente e coração aberto, que fizeram a minha mente crescer, complementou perfeitamente esta vertente espiritual que tanto me faltava sem eu bem saber. E sinceramente foi exatamente na Guiné-Bissau que a minha fé picou, onde atingiu um ponto de confiança e entrega que nunca tinha atingido, onde procurou muitas vezes o colo de mãe de Nossa Senhora em busca de respostas, que resultavam em mais perguntas”, partilha.

Considera que a entrada no CNE (Corpo Nacional de Escutas) aos nove anos de idade e a recente entrada no grupo de Jovens Sem Fronteiras (JSF) são marcos na sua vida pessoal. “São atividades que fizeram e continuam a fazer parte de quem sou, e que me ajudam a crescer com os outros todos os dias. Ainda de notar que a minha passagem pelo mundo profissional da fotografia também me moldou imenso, e fez-me mudar imenso a minha vida e as minhas prioridades, por muito que o trabalho nos motive, não podemos esquecer que a família e os amigos são de facto de extrema importância para nós”, partilha.

 

Um percurso “relativamente variado”

Sobre o seu percurso académico, diz-nos que é “relativamente variado”: “Nutria um enorme interesse e uma boa apetência para a área das Ciências e Químicas, no entanto, de coração queria seguir Jornalismo (mais especificamente – Fotojornalismo), portanto posto esta decisão, ao ingressar no ensino secundário comecei por escolher Línguas e Humanidades, de forma a seguir Jornalismo. Terminado o 10º ano, tinha uma boa média, mas claramente aquele não era o meu caminho, ou melhor, achei que não era o melhor meio para atingir o fim que queria. Foi então (em 2012) que me candidatei ao Curso Profissional de Técnico de Audiovisuais na EPCI – Escola Profissional de Comunicação e Imagem – em Lisboa. Foi nesta escola que fiz o meu secundário terminando (2015) com uma média de 17,2. Para bem ou para mal, o meu estágio curricular, foi num ambiente publicitário, num Creative Hub chamado TODOS em Marvila, ao invés do fotojornalismo com que sonhava, sendo eu uma pessoa de agarrar oportunidades, e francamente desiludido com o estado dos media em Portugal, foi em publicidade e corporate que fui trabalhando durante 3 anos, deixando o fotojornalismo numa vertente mais pessoal. Após este período, encontro-me agora no 2º e último ano de um CTeSP (Curso Técnico e Superior Profissional) – de Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação, procuro agora profissionalmente dedicar-me à programação, por forma a deixar a minha fotografia mais livre, continuando a trabalhar e a apostar na mesma (tanto profissional como pessoalmente).”

 

“Há imagens que mudam o mundo”

Sobre a sua recente missão na Guiné-Bissau, partilha na primeira pessoa: “A Guiné-Bissau era algo que esperava há muito, sempre tive o desejo e vontade de partir em missão e ajudar o próximo, tendo eu uma peculiaridade; sou fotógrafo, e acredito plenamente que há imagens que mudam o mundo e quando não mudam o mundo, talvez consigam mudar uma pessoa, uma mentalidade que seja, ou dar a alguém a coragem de agir, então aí sim, o meu trabalho está concluído. Nunca o fiz por menos, para mim esta tipologia de trabalho, não se trata apenas de um registo cultural, ou de umas imagens que chamam a atenção, mas a busca incessante DA imagem, daquela incrível e única imagem, daquele momento irrepetível que vai mudar alguém que a veja. É claro que isto tudo é um sonho, e bem alto, mas nunca paro de o tentar alcançar. Agora que já expliquei o que procurava fazer, tentarei falar mais sobre a Guiné-Bissau, mais especificamente sobre Contuboel. Contuboel, é uma comunidade viva, linda e cheia de amor para dar, a forma como fomos e como outros grupos são acolhidos é de louvar. A minha missão em particular, foi algo diferente da do grupo, eu fui lá com o objetivo de fotografar e documentar a missão e Contuboel em si mesma, este trabalho vai resultar numa exposição, ‘Olhares sobre África’s III’, em parceria com a SOLSEF (como todo o projeto aliás), a inaugurar no dia 2 de Novembro, pelas 15h30, no Palácio da Baldaya, em Benfica. Penso que no sentido de melhor entender o que fiz por lá bastará ir à exposição.”

texto por Catarina António, FEC | Fundação Fé e Cooperação
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