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Isilda Pegado
O homem que se julga deus. E o DEUS que se fez HOMEM
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1. Somos hoje, e desde há várias décadas, confrontados com leis e comportamentos que criam fraturas e conflitos na Sociedade, nas Famílias e na consciência de cada um de nós. Em concreto referimo-nos, a formas desumanas de trabalho e exploração, ao aborto, às campanhas do Género, à mudança de sexo, ao “casamento” admitido entre pessoas do mesmo sexo, ao divórcio por repudio, ao confisco de crianças aos pais feito pelo Estado, (diferente da protecção de crianças), às barrigas de aluguer, à manipulação de embriões humanos, à procriação de crianças com um só progenitor, à destruição do Planeta movida por uma voragem económica, à eliminação dos mais fracos, doentes e incapacitados através da Eutanásia, etc., etc.

E a Sociedade está dividida.

2. De um lado, aqueles que veem o sofrimento que estes comportamentos e leis trazem. Porque, todos somos potenciais vitimas destas leis – “a prima que abortou, a tia que se divorciou porque o marido se declarou gay, a amiga cujo filho vai mudar de sexo, o avô que na Holanda foi eutanesiado por engano, as matas que ardem à nossa volta inexplicavelmente, etc., etc.”.

3. Por outro lado, aqueles que embora conheçam e vejam tal sofrimento, dor e destruição continuam na defesa e promoção das leis e comportamentos fraturantes. Estarão estes conscientes da destruição e da dor? Muitos, convencidos de que é uma atitude de (aparente) bondade dizem: “deixar nascer aquela criança é só para sofrer; O progresso económico exige que se produza mais; o amor é livre, deixai que se casem dois homens; a barriga de aluguer é um acto de amor; ou, se está a sofrer, o melhor é que morra já.” Aqui a vontade individual é sempre o supremo critério. É este auto-convencimento que urge explicar.

4. O que está mal? Vê-se o sofrimento objectivo que tais leis e comportamentos produzem na Sociedade e na vida de cada um. Porque são leis e comportamentos contra a Natureza do Homem, que ofendem a própria Criação.

O Homem foi feito para a Felicidade. É da sua condição. Ao atentar contra a Natureza do Homem (a igual dignidade de todos os seres humanos desde a concepção até à morte natural, a complementaridade de homem e mulher, a constituição de Família para gerar vida, o respeito pela condição de cada um, e pela Natureza enquanto meio que nos permite viver, etc., etc.) atenta-se contra o caminho da Felicidade.

5. Mas há uma tentação maior – o desejo de ser deus. Nega-se a condição Humana, a Natureza, a reta ordenação do ambiente, a função natural de cada um, porque se julgam detentores de um “Poder” ilimitado. O “Poder” de dar e tirar a vida, que já não é de Deus ou dado pela Natureza, mas é agora de homens que se julgam deuses.

Homens que se julgam maiores do que a Natureza, maiores do que a condição Humana. E por isso lavram na mentira.

6. Esta “loucura do Poder Supremo” de controlar a Natureza está a dominar a Ciência, a Política, a vida económica e a destruir, a Família, a Natureza, a Economia e cada homem e cada mulher que vai sendo triturado por esta “nova” visão da humanidade.

7. Estamos a discutir a legalização da Eutanásia porque o “Poder”, que já decide quem pode ou não nascer (aborto), quer agora decidir quem deve morrer, e em que momento. É uma questão de “Poder”.

Não seria para ajudar alguém que iriamos legalizar o Suicídio assistido ou o Homicídio a pedido da vítima. Mas apenas para alimentar “esta ilusão e este poder” – “na Vida quem manda é o homem”.

Quando, na verdade, toda a vida é dada ao Homem.

8. Estamos no Advento. Vivemos o tempo em que Deus se fez Homem. E daí nasceu uma Civilização de Amor, Fraternidade, Solidariedade e Verdade com 2000 anos.

Por onde queremos ir? Que futuro? É o Homem que se fez deus?

Ou, abraçamos o Deus que se fez Homem em Belém, e nos abraça em cada dificuldade, em cada momento de Esperança e de Amor?