Está a começar a Quaresma e, mais uma vez, todos somos lembrados da necessidade de mudança. E é preciso mudar atitudes, comportamentos habituais, modos de estar, de fazer e, até, de falar.
Na mensagem que escreveu para a Quaresma, o Papa Francisco deixa um apelo para acabar com as conversas alimentadas por “curiosidade vazia e superficial”. A dita bisbilhotice, o anseio de saber e de falar constantemente da vida dos outros. Na audiência-geral da passada quarta-feira, o Papa Francisco lembrou que a Quaresma é o tempo propício para “dar lugar à Palavra de Deus”, “desligar a televisão e abrir a Bíblia. É tempo para desligar-se do telemóvel e conectar-se ao Evangelho”, frisou.
Estas são atitudes que precisaremos ter em conta, hoje em dia, e cada vez mais, para aproveitar o tempo que nos é dado para a nossa conversão. O Papa Francisco refere, ainda, na Mensagem para a Quaresma, que publicamos neste jornal, que “o facto de o Senhor nos proporcionar uma vez mais um tempo favorável para a nossa conversão, não devemos jamais dá-lo como garantido. Esta nova oportunidade deveria suscitar em nós um sentido de gratidão e sacudir-nos do nosso torpor”, acentua. De facto, Deus tem este desejo de nos salvar, transformando-nos, também, mas é preciso que, todos nós, façamos a nossa parte, e essa precisa da vontade de cada um. O Papa Francisco salienta, ainda, que este período do ano “que nos é oferecido para uma mudança de rumo manifesta a vontade tenaz de Deus de não interromper o diálogo de salvação connosco”, ou seja, Deus não desiste de nós, mas somos nós que, muito facilmente, desistimos d’Ele e O deixamos de lado.
Contudo, observa o Papa Francisco, “Deus ama também os seus inimigos”, e por isso todos podem fazer esta mesma experiência da misericórdia de Deus. Por isso, assim como os católicos – que falam mal uns contra os outros, contra os seus padres, bispos e até o Papa, que criticam, julgam, condenam, que matam fisicamente ou por palavras, no mau uso dos meios de comunicação, no boato, na praça pública, que defendem teorias e ideologias contra o Evangelho, que vivem situações de vida distantes de Deus – se podem salvar, também os que não são católicos ou crentes têm a mesma oportunidade de se reencontrar, porque Deus é para todos e este é o tempo favorável.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
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