Lisboa |
Visita Pastoral à Paróquia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras
“Não desistimos de ninguém”
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D. Américo Aguiar esteve na Paróquia de Oeiras e garantiu que a Igreja “não volta as costas aos nossos semelhantes”. Durante a Visita Pastoral, o Bispo Auxiliar de Lisboa procurou, ao longo de sete dias, “fortalecer a rede”, segundo o pároco.

 

No dia seguinte à aprovação, no Parlamento, de cinco projetos de lei para a despenalização da eutanásia no nosso país, D. Américo Aguiar visitou o lar de idosos do Centro Social Paroquial Padre Fernando Martins, em Oeiras, deixando a garantia aos utentes de que a Igreja “não desiste de ninguém, independentemente das suas maleitas”. “Damos graças a Deus pela vida de todos os utentes. O que é importante é que cada um é pessoa. Nós não desistimos de ninguém, independentemente das suas maleitas, porque cada um de nós vale Deus”, observou o Bispo Auxiliar de Lisboa, no início da Missa a que presidiu, no final da manhã do passado dia 21 de fevereiro. Dirigindo-se aos utentes da instituição nascida em 1968, e oficializada dois anos depois, D. Américo sublinhou que os idosos “já deram muito à sociedade, à Igreja e ao país”, e que agora “devem ter um bom outono”, e garantiu também “ter presente os trabalhadores da casa”.

Na homilia da celebração, que decorreu na capela do lar, o Bispo Auxiliar de Lisboa considerou “um disparate” a “sociedade dizer que ser idoso é mau”. “Este é um lar-casa, que tem tudo para os utentes se sentirem bem e respeitados. Nenhum de nós está abandonado e só. Nós fazemos caminho uns com os outros. Todos! Pertencemos à comunidade e, todos, formamos uma rede. Todos somos importantes para a rede”, assegurou D. Américo Aguiar, lembrando o tema da Visita Pastoral à Vigararia de Oeiras, ‘Fazer da Igreja uma rede de relações fraternas’.

Nesta manhã, o Bispo Auxiliar de Lisboa, acompanhado do pároco, padre Sérgio Mendes, começou por se reunir com a direção do Centro Social Paroquial de Oeiras, depois visitou a lavandaria, a cozinha, o refeitório e contactou com as funcionárias. “Estamos aqui hoje para dizer obrigado por esta obra. As obras são importantes para mostrar os valores, mas mais importante que as paredes são as pessoas, as que aqui vivem e as que aqui trabalham”, frisou, lembrando, aos idosos, que “há irmãos que têm a cruz mais pesada que a nossa” e convidando-os a serem “cireneus uns para os outros”. “Há muitas coisas que podemos fazer. Podemos ajudar com a oração. Falem com Deus, que Ele ajuda. Vamos caminhando uns com os outros, fazendo crochet, fazendo tricô, fazendo comunidade. Connosco, ninguém fica para trás. Nós não voltamos as costas aos nossos semelhantes”, reforçou D. Américo Aguiar.

 

Acolher, estar e dar a conhecer

A Paróquia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras recebeu a Visita Pastoral de 17 a 23 de fevereiro, que o pároco considera ter sido “muito positiva”, pela “alegria” e pela “presença do senhor Bispo”. O padre Sérgio Mendes, que foi ordenado em 2005, diz mesmo ao Jornal VOZ DA VERDADE que foi “a primeira vez, enquanto pároco”, que recebeu uma Visita Pastoral. “Nunca tinha tido esta experiência, que acabou por ser uma descoberta. Tanto, que ao início não sabia muito bem como havia de preparar a visita, se seriam mais visitas aos grupos e aos espaços da igreja, ou se seriam visitas mais ‘fora’. O programa final acabou por ser uma mistura, com destaque para a visita às instituições, empresas e associações locais, não ligadas diretamente à Igreja”, aponta o sacerdote.

Ao longo de sete dias, D. Américo Aguiar visitou o Hospital da Luz Oeiras, a Santa Casa da Misericórdia de Oeiras, a casa Shalom, a Associação Desportiva de Oeiras, os Bombeiros, a Associação Família Solidária, as escolas básicas, a Escola Profissional Val do Rio, empresas locais e também a Câmara Municipal de Oeiras. “Fora do âmbito da Igreja, destaco o acolhimento nas instituições, em particular de algumas empresas que, à partida, estavam um pouco ‘preocupadas’ com o que o Bispo ia lá fazer, mas a alegria do acolhimento, do estar, do se darem a conhecer foi surpreendente”, salienta o padre Sérgio.

 

Construir uma rede

Na noite de 19 de fevereiro, D. Américo Aguiar encontrou-se, no salão da Figueirinha, com os membros dos vários movimentos (Legião de Maria, Renovamento Carismático, Ação Católica, Lectio Divina, Fraternidade de Nuno Álvares e Cáritas Paroquial de Oeiras) presentes na paróquia, tendo agradecido, “a cada um, a disponibilidade para permitir que Jesus aconteça”. “Vocês são presença de Jesus, em tantas circunstâncias das mais diversas que a vida nos coloca, e coloca aos irmãos e às irmãs”, apontou.

Na sua intervenção, o Bispo Auxiliar de Lisboa lembrou ainda o tema da Visita Pastoral à Vigararia de Oeiras, ‘Fazer da Igreja uma rede de relações fraternas’. “Somos todos uns cordõezinhos, uns elos de uma cadeia”, observou, convidando a fazer caminho “todos juntos”, para “significar alguma coisa”. “Queremos construir uma rede. Uma rede que tem fios grossos, fios finos, fios compridos, fios curtos, ou seja, aquilo que o Espírito vai soprando. Há tantas coisas que podemos fazer”, acrescentou.

 

Fortalecer a rede

A catequese, na Paróquia de Oeiras, tem cerca de 300 crianças e adolescentes, e 25 catequistas. Na tarde de sábado, dia 21 de fevereiro, D. Américo Aguiar encontrou-se com os grupos, tendo sido alvo de diversas perguntas ‘difíceis’ por parte dos mais novos. “O encontro com a catequese foi um dos pontos altos da Visita Pastoral. As crianças procuraram saber, do senhor Bispo, coisas próprias das crianças, como curiosidades sobre a sua vida, o seu dia-a-dia, quando era criança, os gostos particulares”, revela o padre Sérgio, de 42 anos, lembrando que o Bispo Auxiliar de Lisboa “já tinha estado também com algumas das crianças aquando da visita às escolas primárias no espaço da paróquia”. “Nessa altura, no entanto, não houve esta possibilidade de perguntas”, frisa.

Ao longo da Visita Pastoral, toda a comunidade cristã de Oeiras manteve também vários encontros com D. Américo Aguiar. Desde o Conselho Económico, aos agentes da liturgia (leitores, cantores, catequistas, acólitos e ministros da comunhão), passando pela equipa da Cultura, pelos idosos que foram visitados nas suas casas, os visitadores e os escuteiros. “A principal mensagem que o senhor Bispo deixou à comunidade cristã foi a necessidade de criar, e fortalecer, a rede e os nós entre nós, e assim podermos cuidar dessa rede para trazermos outros, para acolhermos outros, para cativarmos outros, não só pelo que dizemos, mas pela alegria com que vivemos. Ou seja, fortalecer uma rede pela forma de viver, de estar, que seja tão atrativa, tão bonita, e que leve outros a querer vir”, assinala o pároco de Oeiras, padre Sérgio Mendes.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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