Anda a humanidade atenta e receosa por uma epidemia que nos afecta a todos. Mais do que as importantes causas da justiça e da paz eis-nos comprometidos numa guerra, que não é uns contra os outros, nem usa armas para destruir pessoas. É uma guerra para salvar pessoas, e não deixar mergulhar o mundo no caos. Sem ceder ao medo, todos somos responsáveis na propagação ou contenção do vírus chamado COVID-19. E se a distância ou isolamento de gestos e afectos é necessária, e os encontros e festas são adiados, possa crescer a entreajuda e a partilha, que nasce sempre da comum fragilidade e dependência. O que nos é pedido é pouco para a vida que nos é dada.
É maravilhoso o encontro de Jesus com uma mulher da Samaria junto ao poço de Sicar. Inspirado, S. João oferece-nos o mais delicioso diálogo dos evangelhos, síntese da história de amor de Deus por Israel, pela humanidade, por cada um de nós. Pois é de amor que se trata, como outros encontros bíblicos junto a poços e fontes nos lembram. E quem já esqueceu que junto aos poços e às fontes das nossas terras começavam tantos namoros e noivados? Há sedes maiores do que de água! E é assim que Jesus se apresenta: um pedinte que tem sede. É Deus com sede do amor da humanidade. Nunca desistindo de vir ao nosso encontro, subindo os montes, nas horas de sol ao alto, pedindo para nos poder dar a água que mata todas as sedes, reconciliando-nos com a nossa verdade por mais dolorosa que seja.
O milagre do amor não nasce sempre de dois pedintes que têm imensas riquezas para dar? E não acaba quando deixamos de pedir e de dar? Jesus a pedir desarma a indiferença e a distância da samaritana. E as nossas também. Não lhe interessa o que podíamos ter sido; quer-nos como somos. A água viva que tem para nos dar sacia as sedes e fomes que nos dispersam e escravizam. Restaura a confiança no amor que tantas vezes foi ferido e usado. E leva-nos ao encontro de todos os que morrem de sede por não conhecerem Jesus, o Dom de Deus.
Os pedidos de Jesus fazem nascer perguntas. “Porque falas comigo, que sou samaritana? Donde te vem a água viva? És maior do que Jacob? Como sabes que não tenho marido?”. É a pedagogia do diálogo, o interesse que está cheio de amor, o conhecedor que nos conhece e não se envergonha nem foge de nós. Também a samaritana irá à cidade pedir a todos que venham ver Jesus e antecipa a pergunta: “Não será ele o Messias?” O que pedimos e o que temos nós para dar? De que somos pedintes, ou nada nos falta? E o que nos falta são simplesmente coisas? E o que temos para dar são também só coisas? Que é feito da Água viva?
Guilherme d'Oliveira Martins
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