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Isilda Pegado
COVID-19 – EUTANÁSIA – 20
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1. A “Ana” que vive em Santo Tirso há 76 anos, foi no passado mês de Abril confrontada com uma infecção que veio a declarar que estava com COVID-19. Foi internada num hospital do Porto, onde, a cada hora se espantava com os cuidados de saúde que médicos, enfermeiros e auxiliares lhe prestavam, sem cessar. Eram incansáveis, consigo e com todos os doentes que ali estavam. Por vezes deixavam um queixume do cansaço, dos filhos que não viam, das faltas de condições de trabalho, etc.

A Ana, mesmo com a terrível doença, não deixava de pensar no Bem que lhe assistia através daqueles homens e mulheres. Tudo faziam para salvar vidas. Era como que uma euforia pela Vida. Uma exaltação da Vida que não cede às dificuldades. Fora do Hospital os filhos preocupados, mas confiantes, esperaram a sua saída, já em Maio. Foi uma alegria.

2. A “Beatriz”, irmã da Ana, vive desde nova na Holanda. Lá fez a vida, casou, tem uma filha e agora com 75 foi apanhada por esta “pandemia que veio da China”. Com a tosse e a falta de ar… teve a ajuda da filha, que se socorreu do Serviço de Saúde e das normas que não Holanda estavam ao seu dispor. Confirmado o COVID-19, foi dito à filha de Beatriz que os Hospitais eram para pessoas mais novas. A mãe com 75 anos já não tinha indicação para ir para Hospitais. A filha de Beatriz viu a mãe asfixiar lentamente e finalmente veio o FIM. Ainda lhe propuseram “acelerar o FIM”…

A violência daqueles dias finais – provocada pela doença e pela ditadura de um Sistema de Saúde que não tem lugar para os de mais idade – pode ser facilmente imaginados…

3. Comparo estas 2 histórias de Vida porque, duas irmãs, a viverem ambas em Países Europeus mas com culturas diferentes (por enquanto) recebem tratamento na doença e no confronto com a Vida, através de pessoas anónimas (médicos, enfermeiros, etc.) atitudes completamente opostas.

A velha Holanda paladina da Eutanásia, tem uma cultura de “descarte” dos mais vulneráveis que já entrou na mentalidade comum. As pessoas deixaram de se questionar. Aceitam resignadamente, que uma pessoa de 75 anos não tem acesso ao Hospital, não tem acesso ao ventilador… Essa pessoa é para deixar entregue à sua sorte, à sua doença.

A velha Holanda do sucesso (que atraiu a Beatriz…) e dos eficientes, não tem lugar para idosos e incapacitados.

Por isso a Eutanásia naquele país, vingou e dá agora ainda mais frutos em momentos de crise.

4. Portugal tem um Serviço de Saúde onde os seus profissionais “juram diariamente” defender a Vida. Qualquer Vida. O país tem-se empenhado (e hipotecado) para defender a Vida. E muito bem. É, assim a Solidariedade.

5. Porém, há uma cegueira ideológica que na calada dos corredores de S. Bento se prepara para MUDAR PORTUGAL para o vale da morte.

Ainda estamos na incerteza da morte provocada pelo COVID-19 e já o “grupo de trabalho” do Parlamento agendou o reinício dos trabalhos do Homicídio e Suicídio a pedido – da Eutanásia.

Que pressa? Que vontade de ter mais mortes? Que necessidade? Que dualidade de critérios? Somos Pela Vida ou Pela Morte?

O que se pretende é fazer de Portugal uma Holanda ou uma Bélgica (nas piores coisas) com aquele desprezo pela Vida dos mais vulneráveis?

6. Depois do COVID-19 onde Portugal esgrimiu pela Vida, temos agora a Eutanásia-20 onde nos impõem a Morte?

Não se trata de uma Liberdade ou de um direito, trata-se de uma escravidão e determinismo Político que se instalaria na Sociedade (como vimos agora nos países onde a Eutanásia está legalizada) e que moldará o pensamento dos próprios profissionais de saúde e das famílias. O que será o futuro?

7. Será entregue no Parlamento, nos próximos dias a Iniciativa Popular de Referendo à Eutanásia onde se pede que o Parlamento ouça o Povo, nesta decisão tão dramática e fraturante para a Sociedade. É com muita expectativa que esperamos uma decisão de Responsabilidade das Instâncias Políticas. Depois do COVID-19 não nos imponham a Eutanásia.

Alguém, faça parar tamanha afronta!