O novo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou à “convergência” para “superar esta crise”. D. José Ornelas, Bispo de Setúbal, foi eleito para o triénio 2020/2023 e assegurou ainda que “não há divisão” entre os bispos lusos.
“Sobre os temas fundamentais na vida da Igreja não há divisão na Conferência Episcopal absolutamente nenhuma”, garantiu o novo presidente da CEP, à Agência Ecclesia, após ser eleito, em Fátima, no dia 16 de junho. D. José Ornelas, que sucede no cargo a D. Manuel Clemente, afirmou que foi eleito “surpresa” e com “receio”, e expressou “gratidão” pela liderança da CEP nos últimos dois mandatos. “Dá-me muito gosto ser parte de uma Igreja que continua a refletir, a pensar e a caminhar procurando auscultar o ritmo dos tempos e trazer para eles a presença da Igreja, do Espírito de Deus”, observou.
A Assembleia Plenária da CEP, que decorreu em Fátima, elaborou um documento que é um “contributo” da Igreja em Portugal para o “diálogo social” a partir da emergência que se vive por causa da pandemia covid-19. “Temos de construir um mundo que não seja totalmente igual, que utilize todas as riquezas que nós temos, mas também seja capaz de sonhar mundos novos e que aprendamos dos esforços todos que se fizeram neste tempo para construir uma humanidade melhor para todos”, sublinhou. “Os próximos tempos não vão ser fáceis e precisamos da convergência de toda a gente nesta sociedade, de todos os quadrantes da política e de todos os setores da sociedade para superarmos esta crise e construirmos algo de mais significativo, porque os nossos jovens precisam disso”, acrescentou o novo presidente da CEP.
Os “debates socioculturais muito fortes”
Nas palavras de abertura desta Assembleia Plenária, o então presidente da CEP lembrou que a reunião dos bispos portugueses decorria “num momento especial da sociedade e da Igreja em Portugal”, que “despertou muita solidariedade”. “Reconheço e louvo tudo quanto se fez para minorar os efeitos da pandemia, nos âmbitos da saúde, da segurança social e do ensino, como na continuação de tudo o que é necessário à vida das populações. Houve heroísmo em muitos casos”, considerou D. Manuel Clemente, desejando que “tanto bem que emergiu, face a um grande mal, recresça para o futuro”.
Nas últimas palavras enquanto presidente da Conferência Episcopal fez “um breve relance dos últimos sete anos”, afirmando ter sido “um tempo exigente”, com “debates socioculturais muito fortes, por atingirem pontos essenciais da vida e do que ela requer”. “Disseram e dizem respeito ao princípio e ao fim da existência humana, ‘da conceção à morte natural’, posta em causa pelo aborto e a eutanásia. Continuam presentes e a requerer a nossa atenção prioritária e constante”, assegurou.
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