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BAPTISMO DO SENHOR Ano B

“Dos céus ouviu-se uma voz:

«Tu és o meu Filho muito amado,

em Ti pus toda a minha complacência».”

Mc 1, 11

 

Se cada dia tem um certo sabor a princípio, assim também o ritmo com que celebramos o tempo. É verdade que há rotinas, ciclos organizados, mas a vida não é um eterno retorno. Gosto de visualizar o tempo como uma espiral ascendente, sem nunca nada se repetir, ainda que realizemos gestos idênticos, há sempre um presente que pode ser novo. É o encanto que pomos até naquilo que tem de ser repetido.

 

Despedimo-nos das festas natalícias com o coração apertado pelos números crescentes da pandemia. E trazemos o coração cheio pela entrega de todos os profissionais de saúde que se multiplicam em cuidados a quem sofre. Bem nos ofereceu o Papa Francisco como percurso para a paz a responsabilidade do cuidado. Que a sua mensagem possa iluminar os momentos mais escuros dos nossos dias e das nossas decisões. E também nos anime a voz de Carlos do Carmo a trazer-nos melodias e letras inesquecíveis e tão cheias de beleza. Sim, da beleza que salva o mundo!

 

Ao entrar no rio Jordão, Jesus vem no meio do povo, identificando-se com a nossa carne, revelando-se “Deus connosco”. Sem precisar da purificação das águas, desce à fragilidade humana, como vem ao encontro da realidade mais desumanizada de cada um de nós porque nos ama e quer salvar-nos. Com Ele mergulharemos na sua vida, paixão e morte, que o nosso baptismo realizou, e começou então a nossa ressurreição. Por entre os presentes de Natal, deslumbrei-me com os poemas de Adélia Prado, na antologia Tudo o que existe louvará” e ofereço-vos um deles: “É inútil o batismo para o corpo, / o esforço de uma doutrina para ungir-nos, / não coma, não beba, mantenha os quadris imóveis. / Porque estes não são pecados do corpo. / À alma, sim, a esta batizai, crismai, / escrevei para ela a Imitação de Cristo. / O corpo não tem desvãos, / só inocência e beleza, / tanta que Deus nos imita / e quer casar com a sua Igreja / e declara que os peitos da sua amada / são como os filhotes gêmeos da gazela. / É inútil o batismo para o corpo. / O que tem suas leis as cumprirá. / Os olhos verão a Deus.”

 

Os céus abertos, a pomba que desce, a voz do Pai são identificadores de Jesus, o Filho amado. E o Pai que só sabe dizer o mesmo, a Jesus, e a cada um de nós. “Tu és meu (minha) filho (filha) muito amado(a)”! O que fazemos desse amor que vem a nós como cascata abundante? Conseguimos viver como amados, ou esperamos que isso signifique que “tudo corre bem”? Por onde começar, de novo, a jorrá-lo generosamente? Pode ser pela voz que também é maravilhosamente criadora!

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