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Roma
“Maria está sempre presente, à cabeceira dos seus filhos”
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O Papa Francisco dedicou a Maria a catequese da audiência-geral de quarta-feira. Na semana em que foi revelado que as meditações da Via Sacra do Papa vão ser confiadas aos mais novos, Francisco denunciou as máfias, dedicou uma mensagem a São José para inspirar novas vocações e inaugurou o Ano ‘Família Amoris Laetitia’.

 

1. “Cristo é o Redentor e não há outro, é a ponte para nos dirigirmos ao Pai. E Maria é a Mãe que nos indica o caminho”, disse o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, 24 de março. Na véspera da Solenidade da Anunciação a Maria, que se assinala a 25 de março, Francisco dedicou toda a catequese à Mãe de Jesus, Aquela em que “as suas mãos, o seu olhar, a sua atitude são um ‘catecismo’ vivo e indicam sempre o âmago, o centro: Jesus”. E como Jesus estendeu a maternidade de Maria a toda a Igreja, “fomos todos colocados debaixo do seu manto”. Desde então, “Maria está sempre presente, à cabeceira dos seus filhos que deixam este mundo”. “Se alguém se encontra sozinho e abandonado, Ela está ali perto, tal como estava próxima do seu Filho, quando todos o tinham abandonado”, garantiu o Papa. “Maria estava e está presente durante os dias da pandemia, perto das pessoas que, infelizmente, concluíram o seu caminho terreno numa condição de isolamento, sem o conforto da proximidade dos seus entes queridos. Maria está sempre ali, com a sua ternura maternal”, acrescentou.

No final da catequese, o Papa Francisco mostrou-se preocupado com os recentes ataques terroristas no Níger, que causaram a morte a 137 pessoas. Rezou pelas vítimas, pelos seus familiares e por toda a população, “para que a violência sofrida não desfaça a confiança no caminho para a democracia, para a justiça e a paz”.

As grandes inundações no estado australiano da Nova Gales do Sul também mereceram a solidariedade do Papa, “especialmente para com os que viram destruídas as suas casas”, deixando uma palavra de encorajamento a todos os que estão a procurar os desaparecidos e a levar ajuda aos mais isolados.

Francisco referiu-se ainda ao Dia Mundial da Luta Contra a Tuberculose, que se assinalava naquele dia, esperando que esta data ajude a favorecer “um renovado impulso na cura desta doença e uma maior solidariedade para os que sofrem com esta enfermidade”.

Entretanto, também nesta quarta-feira, 24 de março, o Papa publicou uma Carta Apostólica (Motu Proprio) “sobre a contenção das despesas com o pessoal da Santa Sé, do Governatorato do Estado Cidade do Vaticano e de outras Entidades relacionadas”, onde, para manter os atuais postos de trabalho, revela ter decidido reduzir os ordenados. Assim, a partir de 1 de abril, “a retribuição dos cardeais é reduzida em 10%” e a dos responsáveis superiores de outros departamentos “reduzida em 8%”. Os sacerdotes e religiosos funcionários do Vaticano sem responsabilidades de direção sofrem uma redução de 3%. Neste documento, o Papa não se refere aos leigos que trabalham no Vaticano, legislando apenas sobre o pessoal eclesiástico ou com ligações a institutos religiosos.

 

2. Na próxima Sexta-feira Santa, 2 de abril, a Via Sacra presidida pelo Papa vai realizar-se uma vez mais sem a presença de fiéis, na Praça de São Pedro. Desta vez, Francisco confiou a preparação das meditações a crianças e jovens entre os 3 e os 19 anos. Os mais velhos escreveram os textos, os mais pequenos desenharam. Segundo uma nota divulgada terça-feira, 23 de março, pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o percurso doloroso de Jesus a caminho do calvário foi escrito pelo Grupo de Escuteiros Agesci Foligno I, da região da Umbria, e as meditações pelos jovens da paróquia romana dos Santos Mártires di Uganda. Os desenhos foram feitos por crianças de duas casas de acolhimento de menores, a ‘Mater Divini Amoris’ e a ‘Tetto Casal Fattoria’.

 

3. O Papa condenou as estruturas mafiosas que se aproveitam da pandemia para enriquecer com a corrupção. No final do Angelus do passado Domingo, 21 de março, Francisco associou-se ao Dia da Memória e Defesa das Vítimas Inocentes da Máfia, que se assinalava naquele dia em Itália. “As máfias estão presentes em várias partes do mundo e, explorando a pandemia, estão a enriquecer com a corrupção. São João Paulo II denunciou a sua cultura de morte e Bento XVI condenou-a como estrada de morte”, lembrou Francisco, sublinhando que “estas estruturas de pecado, estruturas mafiosas, contrárias ao Evangelho de Cristo, trocam a fé pela idolatria”.

A propósito do Dia Mundial da Água, que se assinalava na segunda-feira, o Papa lembrou que “a água não é uma mercadoria, mas sim um sinal de vida e saúde”, reafirmando que é urgente o acesso de todos à água potável.

Nas reflexões que fez sobre o Evangelho daquele Domingo V da Quaresma, o Santo Padre sublinhou a importância do crucifixo como sinal distintivo do cristão. “Nas igrejas, nas casas dos cristãos, até mesmo usado no corpo, o importante é que o sinal seja coerente com o Evangelho”, apontou, reforçando que só usar o crucifixo não basta, é preciso que o testemunho seja credível.

 

4. O Papa publicou a mensagem para o próximo Dia Mundial de Oração pelas Vocações, apresentando a figura de São José como modelo de paternidade e fidelidade a Deus. “Deus vê o coração e, em São José, reconheceu um coração de pai, capaz de dar e gerar vida no dia a dia. É isto mesmo que as vocações tendem a fazer: gerar e regenerar vidas todos os dias”, assinalou Francisco. O 58.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações celebra-se a 25 de abril, Domingo IV da Páscoa, com o tema ‘São José: o sonho da vocação’.

 

5. O Papa Francisco apelou à defesa da família face a “tudo o que compromete a sua beleza”. “Não basta reafirmar o valor e a importância da doutrina se não nos tornamos guardiães da beleza da família e se não cuidamos das suas fragilidades e feridas com compaixão”, referiu Francisco, no arranque do Ano ‘Família Amoris Laetitia’, a 19 de março. Numa mensagem vídeo enviada aos participantes dum encontro online que decorre em Roma, o Papa afirmou que as dificuldades relacionadas com “a ditadura das emoções, a exaltação do provisório que desencoraja os compromissos para a vida toda, o predomínio do individualismo e o medo do futuro”, exigem que a Igreja reafirme aos esposos cristãos “o valor do matrimónio como desígnio de Deus, como fruto de sua graça e como um chamamento a ser vivido com totalidade, fidelidade e gratuidade”. Mesmo “no meio de fracassos, quedas e mudanças, é possível fazer experiência da plenitude da alegria”, garantiu o Santo Padre.

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