Família |
Despertando do sono, José fez como o Anjo lhe ordenou
S. José, Pai Obediente
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Respondendo ao desafio que nos foi lançado de partilharmos, com os leitores do Jornal VOZ DA VERDADE, a nossa reflexão sobre S. José, Pai Obediente, temos que confessar que, antes de lermos a Carta Apostólica “Patris Corde” (Coração de Pai) do Papa Francisco, nunca nos tínhamos debruçado sobre esta grande virtude de um Santo que, em nossas famílias de origem nos era apresentado, como o verdadeiro exemplo de Pai. Recordamos a imagem da Sagrada Família que percorria todas as casas da aldeia, a qual venerávamos com especial respeito e admiração e para a qual olhávamos e os nossos pais nos apresentavam como exemplo a seguir. Sagrada família, tornada, não só imagem e semelhança da Família Divina (Santíssima Trindade), mas também modelo exemplar de todas as Famílias Cristãs, enquanto expressão de uma Igreja nascente e doméstica.

Tanto a Família Divina, como a família humana, são expressões comunitárias de um amor de comunhão, gerador de virtudes essenciais ao desenvolvimento de relações de boa (santa) e sã convivência entre todos os membros da família, onde destacamos a liberdade, humildade e obediência. Esta última, base da nossa reflexão de hoje, entendemo-la como uma atitude de vida respeitadora do bem-querer que nos é oferecido pela autoridade (=consciência de quem procura conjugar, corretamente, as suas ações de responsabilidade para com Deus, para consigo e para com os seus filhos e irmãos) do amor de quem nos ama. Ocorre-nos, aqui a sugestão do Papa Francisco, no sentido de ajudar a construir relações de harmonia, no dia a dia, da vida familiar: desculpa, com licença e obrigado. Será que as temos sempre presentes, como pais?

Entendemos São José, como Pai obediente aos desígnios do amor de Deus para com a humanidade e, nela, para com cada um de nós, seres humanos e Seus filhos muito amados, desde o momento da Criação, em que Ele fez, de nós, Sua “Coroa de Glória”.

Foi obediente a Deus-Pai, porque, à maneira de Abraão e face ao que lhe era pedido e exigido, preferiu o silêncio respeitador para com Maria, confiando no mistério de Deus que a envolvia, e, que embora incompreensível, para si, soube manter-se, fielmente, cumpridor da vontade de Deus.

É certo que a sua resposta à vontade de Deus, nos interpela e inquieta se, como pais, soubermos ser obedientes a essa mesma vontade, quer na forma como interagimos com os nossos filhos, respeitando-os como pessoas, na sua individualidade, quer estando conscientes de que não são nossa propriedade, mas que temos o dever de os educar nos valores humanos e cristãos. Assim, ao fazê-lo, conscientemente e meditando a palavra de Deus, estamos certos de que somos obedientes.

 

Deste modo, fica, assim, mais vincada em nós a certeza de que São José é Pai na obediência. Pois, nos seus sonhos, ouve e obedece, como homem de fé sempre à escuta de Deus cujas Palavras se tornam ordens a cumprir, com alegria e sucesso.

A atitude de obediência de São José, nada fazendo aos olhos dos homens e indiferente ao que os outros pudessem pensar, sabendo que a vontade do Pai está em primeiro lugar, é coincidente com o que seria escrito anos mais tarde nos Atos dos Apóstolos (5,29): “é preciso obedecer antes a Deus do que aos homens”. Todavia, não deixou de respeitar a lei, como vemos na descrição do Evangelho, em que viaja muitos quilómetros com o frio, vento e uma mulher grávida, por causa de um censo, decretado para toda a região. Ao obedecer às autoridades civis, também fez a vontade de Deus, inclusive fez com que as escrituras se cumprissem, com o nascimento de Jesus, em Belém.

Temos aprendido, com o exemplo de São José, que a obediência necessita de muita escuta e de respostas que vão de encontro à vontade de Deus que nos dá liberdade para decidir, mesmo quando o que nos é pedido esteja desfocado, em relação ao que planeamos para a nossa vida. Deus conhece a nossa capacidade de conversão e mudança e, por isso, nada nos pede que não possamos fazer. É evidente que nós temos que fazer cálculos e assumir os riscos, embora alguns estejam só nos nossos pensamentos.

Temos a perfeita consciência de que só um amor forte do casal, nos pode levar a obedecer facilmente a Deus e aos outros, dando aos nossos filhos o verdadeiro exemplo de obediência, para que também eles percebam o que é obedecer conscientemente, sem medos, aos pais. Á semelhança de Deus, também nós devemos ter a plena noção do que pedimos aos nossos filhos, tendo presente o conselho de São Paulo aos Efésios: “E vós, pais, não exaspereis os vossos filhos, mas educai-os na disciplina e correção, segundo o Senhor”.

Esta reflexão/partilha de experiência de vida, em que São José sempre nos foi apresentado, no seio das nossas famílias de origem, como exemplo máximo do verdadeiro pai terreno, e tivemos o privilégio de sermos filhos de homens que nos transmitiram grandes valores humanos e cristãos, com um comportamento excecional para com todos os seus filhos, tentando cumprir sempre a vontade de Deus, leva-nos a reforçar em cada dia a nossa vida de fé, no pleno cumprimento da vontade de Deus. Ao mesmo tempo, vamos tentando, através da oração e boas obras, obter conforto e alívio, em relação às grandes tribulações humanas e sociais que afligem o nosso tempo.

São José lembra-nos que a família é fundamental para a sociedade e que a devemos preservar com a escuta da Palavra, silêncio e diálogo que nos permitam uma obediência esclarecida, na ação, à vontade de Deus.

texto por Graça e Fernando Alves
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