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“Não esquecer a forma como Deus entrou na nossa vida”
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O Papa Francisco agradeceu o trabalho dos leigos. Na semana em que propôs o diálogo e a amizade contra a polarização e os jogos de poder, o Papa desafiou ao anúncio da “libertação”, encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano e dirigiu-se aos cristãos do Médio Oriente.

 

1. Na catequese da audiência-geral de quarta-feira, dedicada à Carta de São Paulo aos Gálatas, o Papa sublinhou que “nunca devemos esquecer o tempo e a forma como Deus entrou na nossa vida” e, à semelhança do apóstolo, “fixar no coração e na mente aquele encontro com a graça, quando Deus mudou a nossa existência”. Na relação com Deus, “não há nada de casual, porque Ele tece a nossa história e, se correspondermos com confiança ao seu plano de salvação, apercebemo-nos disso”, afirmou Francisco, no passado dia 30 de junho. No Pátio São Dâmaso, naquela que foi a última audiência-geral antes da pausa de julho, o Papa fez votos para que “o período estivo seja uma ocasião para aprofundar a própria relação com Deus e seguir mais livremente o caminho dos seus mandamentos”.

No final do encontro público, o Papa agradeceu a dedicação dos leigos que trabalham no Vaticano. O seu motorista, que naquele dia entrou na reforma, teve direito a uma palavra especial. “Aqui no Vaticano há muita variedade de gente: padres, cardeais, irmãs que trabalham… e tantos leigos, tantos. Hoje, quero chamar a atenção para agradecer um leigo que vai para a reforma: Renzo Cece. Ele começou a trabalhar aos 14 anos, vinha de bicicleta e hoje é o motorista do Papa”, referiu Francisco, pedindo “um aplauso para o Renzo e para toda a sua fidelidade”. “É uma daquelas pessoas que leva a Igreja por diante com o seu trabalho, com a sua benevolência e com a sua oração. Agradeço-lhe muito e aproveito também a oportunidade para agradecer a todos os leigos que trabalham connosco no Vaticano”, acrescentou.

 

2. “Sejamos artífices corajosos e apaixonados do diálogo e da amizade” é o desafio que o Santo Padre lança na edição de julho de ‘O Vídeo Papa’, a propósito da intenção que Francisco confia à Igreja através da sua Rede Mundial de Oração. “O Papa propõe que se vá muito mais além dos grupos de amigos e se construa a amizade social, para assim resolver os conflitos e as causas das divisões que existem na sociedade e entre as pessoas. Só por meio do diálogo, diz o Santo Padre, é possível evitar as constantes polarizações e inimizades sociais que destroem tantas relações”, refere um comunicado. Francisco reconhece que nem sempre é fácil “fugir da inimizade social”, principalmente “quando parte da política, da sociedade e dos media está decidida a criar inimigos, para derrotá-los num jogo de poder”.

 

3. Pedro e Paulo são “duas colunas angulares da Igreja”, mas “no centro da sua história, não está a própria destreza, mas o encontro com Cristo que lhes mudou a vida”, disse o Papa, na Missa solene que celebrou na Basílica de São Pedro, a 29 de junho, explicando que os dois apóstolos “fizeram a experiência de um amor que os curou e libertou e, por isso, tornaram-se apóstolos e ministros de libertação para os outros”.

Francisco considerou que “só uma Igreja liberta é uma Igreja credível” e que a necessidade de libertação é para todos. “Como Pedro, somos chamados a ser libertos da sensação da derrota face à nossa pesca por vezes malsucedida; a ser libertos do medo que nos paralisa e torna medrosos, fechando-nos nas nossas seguranças e tirando-nos a coragem da profecia”, disse o Papa. E acrescentou: “Como Paulo, somos chamados a ser libertos das hipocrisias da exterioridade; libertos da tentação de nos impormos com a força do mundo, em vez da debilidade que deixa espaço a Deus; libertos duma observância religiosa que nos torna rígidos e inflexíveis; libertos de vínculos ambíguos com o poder e do medo de ser incompreendidos e atacados”.

O Papa saudou ainda a delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, enviada pelo Patriarca Bartolomeu: “A vossa amável presença é um sinal precioso de unidade no caminho de libertação das distâncias que, escandalosamente, dividem os crentes em Cristo”.

 

4. O Papa Francisco manifestou a sua “afeição” pelo povo americano no encontro desta segunda-feira, 28 de junho, com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. A Santa Sé revelou, em comunicado, que o encontro durou cerca de 40 minutos, no Palácio Apostólico, e “decorreu numa atmosfera cordial”, segundo o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni: “Foi, para o Papa, uma ocasião para recordar a sua visita de 2015 e expressar o seu afeto e atenção ao povo dos Estados Unidos da América”. O secretário de Estado norte-americano descreveu a conversa com o Papa como “extremamente calorosa e abrangente” e elogiou “a forte liderança de Sua Santidade na pandemia, na mudança climática, na defesa da dignidade humana”.

 

5. O Papa Francisco enviou uma carta aos Patriarcas Católicos do Médio Oriente, que consagraram as suas comunidades à Sagrada Família no passado Domingo, 27 de junho. “A consagração à Sagrada Família convida também cada um de vós a redescobrir, como pessoa e como comunidade, a vossa vocação de ser cristão no Médio Oriente, não só pedindo o justo reconhecimento dos vossos direitos como cidadãos originários dessas queridas terras, mas também vivendo a vossa missão de guardiães e testemunhas das primeiras origens apostólicas”, escreveu o Papa, recordando a imagem do tapete, que utilizou durante a sua recente viagem ao Iraque, para expressar a unidade na riqueza da diversidade que se vive naquelas regiões do mundo. “Usei a imagem do tapete que as mãos hábeis de homens e mulheres do Médio Oriente sabem tecer, criando geometrias e imagens preciosas, fruto do entrelaçamento de numerosos fios que só estando juntos, lado a lado, se tornam numa obra-prima. Se a violência, a inveja e a divisão podem vir a rasgar um desses fios, todo o conjunto fica ferido e desfigurado”, explicou, agradecendo o testemunho destes cristãos e a sua coragem no perseverar na fé, convidando-os “a viver a profecia da fraternidade humana”. “Sejam o sal das vossas terras, deem sabor à vida social, desejosos de contribuir para a construção do bem comum, segundo aqueles princípios da Doutrina Social da Igreja que tanto precisam de ser conhecidos”.

Também neste Domingo, no final do Angelus, Francisco convidou todos a “implorar a misericórdia de Deus e a paz para aquela região” do Médio Oriente e invocou, para aquelas populações, “fortaleza, perseverança e coragem”.

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