DOMINGO XXVIII COMUM Ano B
“Vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres
e terás um tesouro no Céu.
Depois, vem e segue-Me.”
Mc 10, 21
Quem não gostaria de ser rico? E “rico de quê?”, poderíamos logo perguntar. Pois se, no imediato, associamos a riqueza à abundância de bens materiais que podemos possuir, quando pensamos um pouco descobrimos logo riquezas que não podem ser compradas nem comparadas. Se tivéssemos a oportunidade de encontrar uma lâmpada mágica como a do Aladino (se existisse, na verdade!), que nos concedesse um único desejo, o que pediríamos? Ao rei Salomão, Deus concedeu algo semelhante, e o seu pedido foi este: “Dai-me um coração sábio que saiba distinguir o que é bom e o que é mal.” E a primeira distinção que ousamos fazer é que os bens materiais, por mais cotados que estejam nas “bolsas de valores” do mundo, sempre que não estão ao serviço do bem, pelo acumular egoísta, pelo roubo daquilo que seria para uma justa distribuição, e pela ostentação ou fundamentação de injustiças, são causa dos maiores males.
A experiência global da pandemia do vírus Covid 19 pôs em evidência contínuas desigualdades e injustiças na casa comum do mundo que habitamos. Revelou também a generosidade e a entrega no serviço de salvar e cuidar de muitos. Claro que não estamos todos no mesmo barco: há transatlânticos e iates ao lado de barcaças e botes! Mas é importante acolher as interpelações profundas deste sofrimento que afecta a todos. Com muitos objectivos nasceu a iniciativa Memória e Esperança com a proposta de uma Jornada de memória, luto e afirmação da esperança para os dias 21 a 24 de outubro: “propõe-se prestar tributo aos que partiram, acolher o sofrimento e as narrativas dos que foram afetados pela pandemia e suas consequências e celebrar e agradecer a todos os que cuidaram da saúde e minoraram o sofrimento e a dor de tantos. Será também uma iniciativa para afirmar a vontade de viver em comunidades que não querem deixar ninguém para trás.” Vale a pena ler o manifesto e assiná-lo se assim o entenderem (ver no site: www.memoriaeesperanca.pt) e, principalmente, concretizar em iniciativas conjuntas a visibilidade de riquezas a partilhar.
A sede de uma vida maior que o homem rico pergunta a Jesus como alcançar não foi maior do que o seu apego às muitas riquezas. A exigência decisiva do Evangelho é vencer o egoísmo. Criados para o amor infinito, para a doação de nós mesmos, seremos sempre “menos” quando nos deixamos escravizar pela ilusão de ser “donos”. Mais do que “donos”, o que traz felicidade é “doar”. É quando damos que nos sentimos identificados com o próprio Deus, e O podemos adorar verdadeiramente!
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