Domingo |
À procura da Palavra
A opção da alegria
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DOMINGO III ADVENTO Ano C

“As multidões perguntavam a João Baptista:

«Que devemos fazer?».”

Lc 3, 10

 

Com tantos apelos à “festa contínua” dos programas televisivos, das luzes bruxuleantes das ruas, dos brilhos tentadores do consumo, nestes dias de Advento e Natal quem não ouviu já alguém dizer, com dor e vergonha, por vezes, que o Natal os põe tristes? E com olhos humanos entendo-os bem. Este tempo de ternura e família torna mais aguda a saudade dos que partiram, a solidão dos que vivem sozinhos, a precariedade dos que passam necessidades. É certo que o olhar cristão nos remete para a loucura de um Deus que se fez bebé, que entrou no mundo pela porta da pobreza e estendeu os seus pequenos bracitos a todos. Se no Natal descobrimos que Deus nos ama e podemos amá-l’O, podemos descobrir como amar-nos uns aos outros. Se o Natal nos fizesse um pouco mais crianças, não andaríamos mais de mãos dadas com a alegria?

 

A alegria não é quantificável pela economia, mas aponta para realidades mais profundas. Realidades como a liberdade interior, a paz de espírito, o gosto pelos outros e pela vida, a comunhão recíproca, a coragem da fé. S. Paulo confirma-a como um dos frutos do Espírito Santo. É dom de Deus que está inscrito na nossa identidade mais profunda. E não será também uma escolha que fazemos, bem antes de esperar os seus frutos? Dizia Tagore: “o maior dos pecados é opor-se à alegria, à vida que Deus nos deu, à nossa alma”. Não é de estranhar, portanto, que a tristeza tenha chegado a fazer parte da lista dos pecados capitais!

 

Nas palavras de João Baptista alegria é gratuidade e partilha, justiça e honestidade, paz e simplicidade. Ele que saltou de alegria no seio de Isabel quando Maria chegou de visita, continua a dizer que é preciso preparar a sua vinda. Porque ainda não nos assombrámos suficientemente com a maravilha de Deus ter nascido menino! Essa loucura de Deus ser o Senhor dos Céus que podemos adorar, e também o Menino de Belém que é fácil amar, porque nos revela o melhor que Deus é: capaz de fazer-se pequeno para que todos o possam amar e conhecer o seu amor. O pensador espanhol Ortega y Gasset escreveu que “se verdadeiramente Deus se fez homem, ser homem é a coisa mais importante que existe.

 

Conhecemos a fonte da alegria do Natal: é Deus nascido menino, a repetir-nos quanto Ele ama a humanidade e quanto confia em nós. Não sei se nos damos verdadeiramente conta do que isto significa para a vida de todos. Como dizia Gandhi: “Enquanto continuarmos a chamar paz à fome insaciada de muitos e enquanto não tivermos arrancado do nosso mundo a violência, Cristo não terá acabado de nascer.” A opção da alegria faz-nos capazes de acolher o Deus connosco em todos os irmãos!

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