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BAPTISMO DO SENHOR Ano C

“Do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado:

em Ti pus toda a minha complacência».”

Lc 3, 22

 

Arrumamos com cuidado o presépio, já não assinalamos na agenda as datas especiais e aniversários, pois as agendas electrónicas já o fazem sozinhas, e entramos no novo ano com a persistente luta de prevenção e responsabilidade contra o Covid-19. Do presépio onde vimos Jesus menino adorado pelos Magos saltamos com Ele para as águas do Jordão do seu baptismo. Como quase todos nós, ainda mal entrados na vida, logo a ser mergulhados na abundância de um amor imenso. E tantas vezes julgamos que isso foi há tanto tempo! Que do baptismo apenas ficaram as fotografias, a vela e o vestido! E não foi esse acontecimento a verdadeira entrada na vida de Deus, como Jesus, O Filho, entrou na nossa?

 

Os céus que se abrem e a voz que se faz ouvir marcam o início da missão de Jesus. Sim, doravante o céu ficou “escancarado” para sempre e Deus caminha ao nosso lado. Sabemos que é a voz do Pai, que sempre fala pelo Filho, o Verbo feito carne. E o que disse a Jesus, em três palavras apenas, não é o que continua a dizer a cada um de nós no nosso baptismo?

 

Filho é a primeira palavra. Não somos órfãos nem nascemos do nada. Já tínhamos pais, mãos carinhosas para cuidar e corações aos saltos para nos proteger, nome e árvore genealógica, e acrescenta-se a tudo isso a relação viva com o Senhor da Vida, a ousadia de realizar o seu sonho de um mundo de irmãos, o dom de dar vida em tudo o que fizermos. Começou em Jesus e continua em mim e em ti. E tantos passos de Jesus se aplicam aos nossos passos de filhos também! Quando seremos capazes de Lhe chamar de todo o coração “Pai”?

 

“Amado” é a segunda palavra. Assim, sem nada ter feito senão ter nascido e estar a crescer. Amado antes de entender o que isso é (algum dia o entenderemos em verdade?). Muito amado, quer dizer, todo e em tudo, sem contra-pagamento nem favor. Porque sim, como se mergulhássemos num oceano de amor, e ele nos rodeasse e envolvesse. Como no pequenino oceano do seio das nossas mães! Amado sempre, e em tudo o que fizermos, luminoso ou tenebroso, antes e depois, amor total que pede um coração aberto para acolher o máximo. Amor que só depende de Deus. Amor de braços sempre abertos como os Jesus na cruz. Quantas vezes acreditamos nesse amor maior do que tudo o que nos acontece?

 

A terceira palavra é “complacência”. É com-prazer, satisfação e prazer que se vive na comunhão. Deus alegra-se com cada um dos seus filhos, vibra de encanto connosco, exulta, faz festa em estar connosco. Talvez a festa para muitos tenha sido só a festinha do baptizado, mas a verdadeira está a fazer-se todos os dias. Ainda que a fé, as celebrações, as orações, as catequeses, e até a teologia pareçam ter pouca festa, talvez isso dependa mais de nós do que de Deus. Onde Ele está não é já uma festa? Alguma vez pensámos que a nossa vida faz Deus louco de alegria? É loucura, não é?

 

Tudo isto começou no nosso baptismo! E não se gasta nem se esgota, pois, a vida com Jesus Cristo e como Ele nos ensinou a viver, é fonte fresca e cristalina que não seca!

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