
Deus ama de tal modo a família que quis que Seu filho se tornasse humano e nascesse de uma família (Palavras do Papa Francisco, no Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia).
Mais uma vez, na sua Exortação Apostólica Amoris Laetitia, o Santo Padre fala-nos da importância do Sacramento do Matrimónio e como a família deve ser testemunho do amor de Deus por nós, e apresenta-nos as palavras de S. Paulo aos Coríntios: «Ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor nada sou. Ainda que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor de nada me vale.» (1 Cor 134, 2-3).
E o que é o amor? O Santo Padre refere que no hino à caridade, escrito por São Paulo, vemos algumas características do amor verdadeiro:
«O amor é paciente,
o amor é prestável;
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita,
nem guarda ressentimento,
não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa,
tudo crê,
tudo espera,
tudo suporta.» - (I Cor 13, 4-7)
Também nós, enquanto casal de namorados cristãos, fomos inspirados por este hino à caridade e tomámos a decisão de celebrar o Sacramento do Matrimónio, e, perante Deus, o sacerdote, família e amigos, assumimos o compromisso de nos amarmos e respeitarmos todos os dias da nossa vida.
Não sabíamos como seria o futuro, mas tínhamos a certeza de que Deus estaria connosco e nos iria mostrando o caminho que tinha preparado para nós.
A nossa aventura a três começou no dia do nosso Matrimónio, mas antes já tínhamos retirado do nosso dicionário a palavra divórcio e a palavra nós veio substituir a palavra eu e tu.
Com a chegada dos filhos e o passar dos anos, tivemos que fazer alguns ajustes na nossa vida para que não faltasse a atenção nem o amor a nenhum de nós, nem o amor a Deus.
Amar exige que busquemos o bem do outro, que lhe dediquemos momentos de ternura, de escuta e de perdão (quando o outro nos magoa).
É necessário que saibamos ser pacientes, saibamos ouvir sem julgar e sem arrogância ou orgulho.
É necessário que estejamos sempre ao lado um do outro com espírito de ajuda e compreensão.
Não esqueçamos que a oração une o casal e é na oração que conseguimos aproximação a Deus e a santificação um do outro e da nossa família.
E porque temos, marido e mulher, personalidades diferentes e nem sempre estamos de acordo, surgem zangas que nos magoam, mas procuramos nunca nos deitar sem fazermos as pazes, sem nos perdoarmos. Foi, e é, uma receita que nós experimentamos e dá resultado!
Mais uma vez, aconselhamos a oração para consolidar a nossa vontade de perdoar sem guardar ressentimentos porque como refere o Santo Padre «isto pratica-se e cultiva-se na vida que os esposos partilham dia-a-dia entre si e com os seus filhos».
Falando um pouco de nós, somos a Celeste e o Júlio e celebrámos o nosso Matrimónio no dia 25 de agosto de 1973, quase meio século de vida em casal. Temos a graça de ter três filhos, duas noras e seis netos.
Foi na paróquia que procurámos apoio para a educação cristã dos nossos filhos.
Como casal cristão sentimos, também, que devemos dar testemunho do amor no matrimónio e sempre que possível temos colaborado nas atividades da pastoral da família, na nossa paróquia.
Agradecemos a Deus os momentos menos bons que nos ajudou a ultrapassar e que nos ajudaram a crescer como casal e em família.
Agradecemos também os momentos felizes, e foram muitos!
˗ O nascimento dos nossos filhos, as festas de família;
˗ As férias que passámos e que permitiam, além do descanso o saborear de estarmos todos juntos;
- As viagens, algumas em peregrinação, que tivemos a oportunidade de fazer em família;
˗ A visita à Terra Santa com a renovação dos votos matrimoniais, em Caná;
- A peregrinação a Roma;
˗ O Encontro Mundial das Famílias em Filadelfia;
˗ O Matrimónio dos nossos filhos, o nascimento dos nossos netos, e tantos outros momentos marcantes.
Queremos agradecer a Deus por todos os que dedicaram a sua vida a amar a Deus e aos irmãos. Os missionários, leigos e consagrados e a todos os que abraçaram o Sacramento da Ordem porque a nossa vida de amor no Matrimónio foi marcada por muitas destas pessoas que se cruzaram no nosso percurso de amor em família.
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