Lisboa |
Ordenação de Presbíteros, no Mosteiro dos Jerónimos
“Serviço da verdadeira alegria, que só em Cristo se consegue”
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa ordenou dez novos padres para a Igreja (seis diocesanos e quatro religiosos). “O que acontece convosco não é iniciativa vossa, mas um envio divino. É algo de tão profundo e decisivo que só de Deus pode provir”, lembrou. No Mosteiro dos Jerónimos, D. Manuel Clemente considerou ainda que a JMJ Lisboa 2023 vai ser “um marco inicial” no ministério destes novos sacerdotes.

 

Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa, as Ordenações Presbiterais são uma celebração que mostra como Deus vem ao “encontro” das pessoas. “É uma bela celebração, porque repleta de verdade pessoal e eclesial, porque manifesta a bondade de Deus, que não abandona o seu povo e assim vem ao nosso encontro em cada um dos ordinandos de hoje, tornados sacramento de Cristo sacerdote e pastor no meio de nós”, salientou.

Na Igreja de Santa Maria de Belém, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, na tarde do passado dia 3 de julho, D. Manuel Clemente falou de forma particular aos ordinandos, manifestando-lhes que são enviados por Deus ao mundo. “Na verdade, o que acontece convosco não é iniciativa vossa, mas um envio divino. Não é iniciativa vossa, nem poderia ser. É algo de tão profundo e decisivo que só de Deus pode provir. Foi há dois mil anos e é agora convosco, a partir da vontade de Cristo, que se torna vida das pessoas concretas que sois, na história que vos trouxe aqui e vos impele além”, lembrou D. Manuel Clemente, na sua homilia, reforçando que Deus envia os novos sacerdotes para “preparar a Sua chegada aonde fordes”. “Por nós, só por nós, vamos aonde queremos ou temos de ir, com finalidades que não ultrapassam o nosso desejo e medida. Mas neste caso – no vosso caso – ides em função de Cristo que vos envia, para que a vossa vida se transforme em sinal da sua própria chegada e precisamente aí”, sublinhou.

 

“Em função de todos”

Numa homilia que foi muito dirigida aos novos presbíteros, o Cardeal-Patriarca desejou que estes assumam “de alma e coração” a nova missão na Igreja. “Fostes tomados por Cristo e certamente o sentistes já, como vocação e destino. Tendo como toda a gente propensões naturais e projetos próprios, fostes desapropriados deles para assumirdes de alma e coração o projeto de Deus a vosso respeito e em função de todos”, apontou, reforçando que o “destino” destes novos padres “é inteiramente pascal”. “No dia a dia da vossa vida sacerdotal, é este envio que vos determinará, para que a presença salvadora de Cristo possa chegar também a cada pessoa e circunstância que for”, antecipou.

 

“Sossegar tanta agitação”

D. Manuel Clemente deixou ainda o convite aos dez novos sacerdotes para levarem “a todos” a paz de Cristo. “No vosso percurso pessoal, caros ordinandos, certamente que experimentastes já aquela harmonia e quietação de espírito que se alcançam apenas em Deus e com Deus. Essa mesma que levareis a todos. Assim se alimentava Cristo da vontade de Deus Pai e assim mesmo serenava as vagas de qualquer mar, exterior ou interior que fosse. É com esta paz que haveis de sossegar tanta agitação que encontrareis, exterior ou interior, quando o mar se encapelar nas circunstâncias várias da Igreja ou do mundo, sorte comum da humanidade que somos, tão promissora como frágil. Humanidade de que Deus não desiste e que Cristo salva. Como bem sabeis e testemunhareis”, observou, considerando depois que “tanto a crise ecológica como a globalização viral alertam-nos para um futuro incerto e requerem-nos outra atuação solidária”. “A enfermidade humana, ou seja, a natureza pouco firme e tão precária de cada um de nós, tem outros contornos de espírito, que requerem socorros além dos físicos”, frisou D. Manuel Clemente. “Por isso os milagres de Jesus foram sempre integrais, como a ecologia agora requer e chegando ao lugar mais íntimo em que a vida de cada um se resolve e salva. É essa a dimensão do ‘reino de Deus’, não deixando de fora nada nem ninguém, na totalidade do que somos em nós e com os outros”, acrescentou, assegurando que “o Reino não é uma ‘utopia’ a imaginar, mas uma realidade a acontecer”. “Se não a tivésseis experimentado já, não estaríeis aqui agora – nem nós convosco e como estamos, em jubilosa ação de graças pela vossa ordenação”, reforçou o Cardeal-Patriarca de Lisboa.

 

“Ao encontro de tantos”

“Júbilo” foi a palavra utlizada por D. Manuel Clemente para descrever a missão dos discípulos de Cristo. “É duma alegria profunda que se trata, bem maior do que as superficiais, tão fugazes que são. Alcança-se unicamente pelo nome e o poder de Cristo, que vence o mal na sua raiz, por mais entranhada e nociva que seja. Mantende-vos em Cristo e sentireis o mesmo que os discípulos daquela altura. Rezareis e ensinareis a rezar o Pai Nosso até à exclamação final: «Mas livra-nos do mal!», franqueando aí mesmo as portas da alegria. Como o nosso mundo e até a nossa Igreja precisam de a alcançar agora e como acontecerá também através de vós, caros ordinandos!”, pediu.

A terminar, o Cardeal-Patriarca de Lisboa lembrou a Jornada Mundial da Juventude, “que daqui a um ano ofereceremos a uma multidão de gente nova, provinda de todos os continentes”. “Será para vós, ordinandos de hoje, um marco inicial do vosso ministério, caraterizando-o especialmente como serviço da verdadeira alegria, que só em Cristo se consegue e com Cristo se partilha. Assim a levou a Virgem Mãe, partindo apressadamente ao encontro de Isabel. Assim ireis vós, ao encontro de tantos que vos esperam!”, concluiu D. Manuel Clemente, a propósito da JMJ Lisboa 2023, que vai decorrer entre 1 a 6 de agosto do próximo ano.

 

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Missas Novas

As Missas Novas dos seis novos presbíteros do Patriarcado de Lisboa vão decorrer por estes dias:

9 de julho, sábado - Padre Lourenço Lino, em São João de Deus, às 16h00

10 de julho, Domingo - Padres Afonso Sousa e Pedro Sousa, nos Salesianos de Manique, às 16h30

16 de julho, sábado - Padre Fábio Alexandre, em Évora de Alcobaça, às 16h00

17 de julho, Domingo - Padre Ángel Azcurra, no Santuário da Nazaré, às 11h00

17 de julho, Domingo - Padre Diogo Tomás, em Évora de Alcobaça, às 16h00

 

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Dez novos padres

Na celebração de Ordenações Presbiterais do Patriarcado de Lisboa foram ordenados seis novos sacerdotes diocesanos (Afonso Sousa, Diogo Tomás, Fábio Alexandre, Lourenço Lino e Pedro Sousa, todos do Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais; e

Ángel Azcurra, do Seminário ‘Redemptoris Mater’, em Caneças), três sacerdotes da Província Portuguesa da Ordem Franciscana - Franciscanos (Márcio Carreira, Paulo Faria e Sérgio Pinheiro) e um sacerdote do Instituto Missionário Pia Sociedade de São Paulo - Paulistas (Jorge Maldonado).

 

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Ordenações Presbiterais 2022

Fotografias: www.flickr.com/patriarcadodelisboa/sets

 

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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