Catequese |
Diretório para a Catequese
A comunidade cristã, sujeito da catequese
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A terceira parte do Diretório para a Catequese, intitulada «A catequese nas Igrejas particulares», debruça-se sobre alguns aspetos referentes ao anúncio do Evangelho no concreto da vida eclesial, entenda-se no nosso contexto, a catequese nas dioceses e nos diversos lugares onde ela acontece (paróquias, etc.). O pórtico desta parte corresponde ao capítulo IX do documento, apresentando a comunidade cristã como sujeito da catequese (Cf. DC, nn. 283-318).

O capítulo começa por estabelecer um vínculo indissociável entre Igreja e ministério da Palavra de Deus, apresentando a segunda como fonte de regeneração e alimento da primeira. O primado da Palavra na vida da Igreja deve-se à sua própria natureza dinâmica, que cresce e se difunde por si mesma (cf. At, 12, 24). Reconhecê-lo, implica perceber e experienciar que toda a fecundidade evangelizadora da Igreja brota de uma relação devocional para com a Palavra de Deus. Para tal, a comunidade eclesial é chamada a viver numa atitude constante de escuta da voz de Deus. Daí que a primeira tarefa de todo o ministério da palavra na vida eclesial seja «educar para a arte da escuta» (DC, n. 283).

O ministério da palavra exerce uma função de mediação, sendo através dele que a Igreja anuncia, conserva, transmite e interpreta a Palavra de Deus. Ele exerce, também, uma função indispensável ao ministério dos sacramentos, sobretudo quando na liturgia se torna patente o significado sacramental da Palavra de Deus (cf. DC, 286).

O ministério da palavra diz respeito a todo o Povo de Deus, constituído pelo Batismo como «sujeito unitário da evangelização» (DC, n. 287). Por isso, a evangelização diz respeito a todos os cristãos, mesmo que as funções de cada um sejam diferenciadas. A prática sinodal constitui uma forma concreta para ativar e realizar a vocação missionária do Povo de Deus, favorecendo, entre outros, o encontro interpessoal, a escuta mútua e o discernimento conjunto dos caminhos a percorrer (cf. DC, n. 289).

Afastando-se de uma conceção unidirecional da relação entre catequese e comunidade cristã, entendendo esta última como origem, lugar e meta da catequese, cujas especificações estavam bastante mais desenvolvidas no Diretório anterior, este documento foca a sua atenção na vocação missionária todo o Povo de Deus, apresentando a fisionomia de uma Igreja alimentada pela Palavra de Deus em estado permanente de missão.

A Igreja particular, entenda-se diocese, definida como a «Igreja incarnada num espaço determinado» (DC, n. 293; cf. EG, n. 30; ), é, no seu conjunto, sujeito de evangelização. Numa visão sobrenatural da missão da Igreja, o documento salienta que «aquilo que a constitui torna-se fonte da sua missão» (DC, n. 294). Ela anuncia a Palavra, conduz à fé e à celebração dos Sacramentos, proporciona a vida em comunidade e reúne-se em redor da mesa Eucarística e do Bispo. Por isso, compete à Igreja particular dar continuidade à obra de evangelização, levando o Evangelho ainda onde ele não foi anunciado no contexto cultural em que está enraizada. No coração da Igreja particular, adquire especial importância a catequese, dando o seu contributo específico ao anúncio da fé e à renovação da vida eclesial, como expressão da inculturação da fé e obra de toda a comunidade diocesana.

Na Igreja particular, as paróquias, «fundadas sobre os pilares da Palavra de Deus, dos sacramentos e da caridade, […] oferecem um exemplo claro de apostolado comunitário» (DC, n. 299; cf. AA, n. 10). As múltiplas dificuldades que as paróquias atravessam atualmente, desafiam-nas a «dar início a um processo de conversão missionária que não se limita a manter o que já existe ou a garantir a administração dos sacramentos, mas que avança em direção evangelizadora» (DC, n. 300).

Esta dinâmica de conversão missionária implica que cada paróquia se comprometa em renovar as dinâmicas relacionais entre os seus membros e com a comunidade envolvente e em tornar-se mais aberta e menos burocratizada (cf. DC, 301).

As evoluções culturais e sociais reclamam que a paróquia se interrogue sobre o tipo de catequese que propõe e desenvolve (cf. DC, n. 302). Porque a catequese constitui uma das dimensões da vida paroquial propensa à gestação de dinamismos de renovação, é necessário que a nível da Igreja particular e de cada paróquia, numa verdadeira rede de comunidade de comunidades, haja processos de interação formativa, de partilha e inventividade pastoral que possam conduzir a uma renovação das propostas catequéticas. Para o desenvolvimento destas propostas contribui de sobremaneira o entendimento da paróquia como comunidade de discípulos missionários, o amadurecimento de uma mentalidade missionária de todo o Povo de Deus e o desenvolvimento de propostas formativas de inspiração catecumenal (cf. DC, 303).

texto pelo P. Tiago Neto, diretor do Sector da Catequese de Lisboa
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