O Papa Francisco quer uma Igreja unida e aberta a todos. Na semana em que participou num documentário, o Papa suplicou ao presidente russo que pare com a guerra, considerou o desporto “um aliado formidável para construir a paz” e apelou aos comunicadores para ‘Falar com o coração’.
1. A Rede Mundial de Oração do Papa divulgou mais um vídeo, com o tema escolhido para o mês de outubro: ‘Por uma Igreja aberta a todos’. Para Francisco, é fundamental que a Igreja seja “um povo em caminho”, próxima de todos e que o faça em estilo sinodal. “Trata-se de nos escutarmos uns aos outros na nossa diversidade e de abrir as portas aos que estão fora da Igreja”, explica o Papa. “Não se trata de recolher opiniões, nem de fazer um parlamento. O Sínodo não é uma pesquisa; trata-se de ouvir o protagonista, que é o Espírito Santo, trata-se de oração. Sem oração, não haverá Sínodo”, lembrou.
Como habitualmente, a mensagem mensal de ‘O Vídeo do Papa’, com as suas intenções de oração, é divulgada simultaneamente em italiano, inglês, francês, espanhol e português (https://thepopevideo.org).
2. O Papa Francisco é um dos protagonistas do documentário ‘The Letter’ (‘A Carta’), sobre a crise ecológica e as alterações climáticas, cuja antestreia foi apresentada no Vaticano, na terça-feira, 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis. O filme conta a história de vários líderes ambientalistas que viajam até Roma para falar com o Santo Padre sobre a encíclica Laudato si’ e o poder da humanidade em travar a crise ambiental.
O documentário foi transmitido de forma gratuita no canal ‘YouTube Originals’ e foi a primeira vez que um filme com um Papa foi disponibilizado gratuitamente numa plataforma de streaming. Qualquer comunidade que queira organizar uma exibição do documentário ‘The Letter’ pode inscrever-se no site https://theletterfilm.org/host-a-screening/ e receberá um link com o filme.
3. O receio de uma escalada nuclear devido ao agravamento do que se passa na Ucrânia levou o Papa Francisco a dedicar toda a reflexão do Angelus do passado Domingo, 2 de outubro, ao tema da guerra, com um forte apelo a Putin e a Zelensky. “A grave situação criada nos últimos dias, com ulteriores ações contrárias aos princípios do direito internacional, aumentam o risco de uma escalada nuclear, ao ponto de fazer temer consequências inconsoláveis e catastróficas a nível mundial”, disse o Papa. “O meu apelo dirige-se, antes de mais, ao presidente da Federação Russa, suplicando-lhe que pare, também por amor ao seu povo, esta espiral de violência e de morte. Por outro lado, com dor pelo enorme sofrimento da população ucraniana devido à agressão sofrida, dirijo igualmente um confiante apelo ao presidente da Ucrânia para estar a propostas sérias de paz”, acrescentou.
Francisco manifestou a sua “aflição pelos rios de sangue e de lágrimas derramados nestes meses” e a sua dor por milhares de vítimas, em particular crianças, bem como tantas destruições que deixaram imensas pessoas e famílias sem casa, agora ameaçadas pelo frio e pela fome. “Estas ações nunca podem ser justificadas, nunca!”, desabafou o Papa, para quem é angustiante o mundo estar a conhecer a geografia da Ucrânia “através de nomes come Bucha, Irpin, Mariupol, Izium, Zaporizhzhia e outras localidades, que se tornaram lugares de sofrimento e medo indescritíveis”.
O Santo Padre considera a ameaça atómica “um absurdo” e interroga-se sobre “o que mais deve ainda acontecer? Quanto mais sangue deve ainda correr para percebermos que a guerra nunca é uma solução, mas só destruição?”. Assim, nesta intervenção antes da oração do Angelus, na Praça de São Pedro, o Papa renovou o seu apelo ao cessar-fogo imediato e pediu que “se calem as armas e se procurem condições para avançar com as negociações que permitam soluções não impostas pela força, mas de comum acordo, justas e estáveis”.
A intervenção de Francisco terminou com mais um apelo a todos os políticos e protagonistas a nível mundial para fazerem todo o possível para se pôr fim à guerra e promover iniciativas de diálogo, para que “as novas gerações possam respirar o ar saudável da paz e não o envenenado da guerra, que é uma loucura”.
4. O Papa Francisco encerrou a Conferência internacional ‘Desporto para todos’, organizada pelo Vaticano, com o objetivo de promover a dimensão social e inclusiva do desporto na sociedade, especialmente com espírito cristão. “Assim como os membros formam um corpo, também os jogadores formam uma equipa e as pessoas formam uma comunidade. O desporto pode ser um símbolo de unidade para uma sociedade, uma experiência de integração, um exemplo de coesão e uma mensagem de concórdia e de paz”, referiu o Papa, deixando um apelo: “Hoje precisamos muito de uma pedagogia de paz, de fazer crescer uma cultura de paz a partir das relações interpessoais quotidianas, para chegar à paz entre os povos e as nações”. Para o Santo Padre, “o mundo do desporto transmite unidade e coesão”, podendo “tornar-se um aliado formidável para construir a paz”.
A iniciativa contou com o apoio dos Comités Olímpico e Paralímpico internacionais e foi organizada pelo Dicastério dos Leigos, Vida e Família e pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, agora presidido pelo Cardeal Tolentino de Mendonça, que marcou presença na sessão de encerramento, no dia 30 de setembro.
5. ‘Falar com o coração’ (‘Veritatem facientes in caritate’) é tema escolhido pelo Papa para o 57.º Dia Mundial das Comunicações Sociais do próximo ano. Um comunicado divulgado pelo Vaticano, no dia 29 de setembro, explica que “falar com o coração significa ‘dar razão da esperança que está em nós’ (cf. 1 Pt 3, 14-17) e fazê-lo com mansidão, usando o dom da comunicação como ponte e não como muro”. O Papa pede, por isso, aos comunicadores e profissionais dos media para “não terem medo de afirmar a verdade, às vezes incómoda, que encontra o seu fundamento no Evangelho”, mas sem separar este anúncio “de um estilo de misericórdia, de participação sincera nas alegrias e sofrimentos do homem do nosso tempo”.
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