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“Advento é um tempo de graça para tirar as nossas máscaras”
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O Papa Francisco alertou contra as máscaras da falsidade. Na semana em que lembrou que o presépio e a árvore de Natal são convites à “contemplação”, o Papa assinalou o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, foram reveladas novas viagens apostólicas internacionais e a intenção de oração para este mês.

 

1. Nas reflexões que fez antes de rezar o Angelus, o Papa condenou a hipocrisia, considerando-a “o perigo mais grave que pode arruinar até as realidades mais sagradas”. A propósito do Evangelho do passado Domingo, 4 de dezembro, Francisco elogiou João Batista, “um homem alérgico à duplicidade”, que alertou os homens do seu tempo contra as máscaras da falsidade. O Papa interrogou-se se “não somos também nós às vezes um pouco como aqueles fariseus”. “O Advento é um tempo de graça para tirar as nossas máscaras e colocar-nos em fila com os humildes, para nos libertarmos da presunção de nos acharmos autossuficientes, para ir confessar os nossos pecados e aceitar o perdão de Deus, para pedir perdão a quem ofendemos”, afirmou. Assim “começa uma nova vida” porque, “com Jesus, sempre existe a possibilidade de recomeçar”. “Sempre! Ele espera por nós e nunca se cansa de nós”, garantiu, aos peregrinos presentes na Praça de São Pedro.

No final das saudações, o Papa implorou a paz no mundo. “Na próxima quinta-feira [8 de dezembro] celebraremos a solenidade da Imaculada. À sua intercessão confiemos a nossa oração pela paz, especialmente pelo martirizado povo ucraniano”, pediu Francisco.

 

2. O Papa Francisco convidou à “contemplação” e a encontrar “as raízes”, quando provocados pela imagem do presépio e da árvore de Natal. “Raízes e contemplação: a árvore ensina-nos sobre raízes, o presépio convida-nos à contemplação. Não se esqueçam destas duas atitudes humanas e cristãs”, convidou, numa audiência às delegações de Sutrio, de Rosello e da Guatemala que ofereceram a árvore de Natal e os dois presépios, no dia da inauguração na Praça de São Pedro e na Sala Paulo VI, no Vaticano, a 3 de dezembro.

Francisco valorizou os símbolos que “numerosos peregrinos de todo o mundo” irão ver, “sinais que continuam a fascinar jovens e velhos”. “A árvore, com as suas luzes, lembra-nos Jesus que vem iluminar a nossa escuridão, a nossa existência muitas vezes encerrada na sombra do pecado, do medo, da dor. E sugere uma reflexão adicional: tal como as árvores, também os homens precisam de raízes. Pois só quem está enraizado em boa terra, permanece firme, cresce, «amadurece», resiste aos ventos que o sacodem e torna-se um ponto de referência para aqueles que olham para ele”, indicou.

O presépio, disse o Papa, é um convite à proximidade que “o filho de Deus” quer ter com cada pessoa. “O silêncio encoraja a contemplação do Menino Jesus, ajuda-nos a tornar-nos íntimos de Deus, com a frágil simplicidade de um recém-nascido minúsculo, com a mansidão do seu ser deitado, com o terno carinho das faixas que o envolvem”, explicou, convidando a redescobrir a “verdadeira riqueza do Natal”, optando por um “Natal diferente do Natal consumista e comercial”.

 

3. O Papa Francisco pediu, no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que se escute o “magistério da fragilidade” para que as sociedades possam ser “mais humanas e fraternas”. “Trata-se de um verdadeiro magistério da fragilidade que, se fosse escutado, tornaria as nossas sociedades mais humanas e fraternas, induzindo cada um de nós a entender que a felicidade é pão que não se come sozinho. Quanto nos ajudaria a ter relações menos hostis com quem vive ao nosso lado a consciência de precisarmos um do outro! E quanto nos impeliria a buscar soluções para os conflitos insensatos, que estamos a viver, a constatação de que nem sequer os povos se salvam sozinhos”, escreveu o Papa, na mensagem publicada a 3 de dezembro, recordando, também, “o sofrimento de todas as mulheres e de todos os homens com deficiência que vivem numa situação de guerra, ou de quantos carregam uma deficiência resultante de combates”.

Francisco refletiu ainda na necessidade de o Sínodo dos Bispos, em curso e atualmente na sua Etapa Continental, ser “finalmente” a ocasião para “se ouvir a voz e dar eco da participação” das pessoas com deficiência na Igreja. “Se o Sínodo for verdadeiramente inclusivo, permitirá dissipar os preconceitos mais enraizados. Com efeito, são o encontro e a fraternidade que derrubam os muros de incompreensão e vencem a discriminação; por isso, espero que cada comunidade cristã se abra à presença de irmãs e irmãos com deficiência, garantindo-lhes sempre acolhimento e plena inclusão”, sublinhou.

 

4. O Papa vai visitar a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul, no início do novo ano 2023, anunciou o Vaticano. Francisco visitará Kinshasa, capital da RD Congo, entre 31 de janeiro e 3 de fevereiro, e depois irá a Juba, capital do Sudão do Sul, até dia 5 de fevereiro.

Inicialmente marcada para julho passado, esta viagem apostólica internacional – que será a 40.ª de Francisco – foi adiada pelo Vaticano devido a problemas de saúde do Papa, nomeadamente dores no joelho.

 

5. O Papa lançou um novo vídeo onde pede para se rezar, durante o mês de dezembro, pelos voluntários em todo o mundo. “O mundo precisa de voluntários e de organizações que queiram comprometer-se com o bem comum”, diz Francisco, nesta iniciativa da Rede Mundial de Oração do Papa. Apesar de, nos dias que correm, a palavra “compromisso” ser incómoda para muitos, o Santo Padre sublinha que “ser um voluntário solidário é uma escolha que nos torna livres e abertos às necessidades dos outros às exigências da justiça, à defesa dos pobres e ao cuidado da criação”. No fundo, “ser voluntário é ser artesão de misericórdia, com as mãos, com os olhos, com o ouvido atento, com a proximidade”.

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