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Domingo de Páscoa na Sé Patriarcal de Lisboa
“Milhares de jovens que preparam a JMJ anunciam a novidade de Cristo”
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Na celebração de Domingo de Páscoa na Sé, o Cardeal-Patriarca de Lisboa enalteceu o trabalho dos milhares de jovens, “nacionais ou estrangeiros”, que preparam a próxima Jornada Mundial da Juventude e, assim, “divisam e anunciam a novidade de Cristo”. Aos jornalistas, D. Manuel Clemente admitiu que a questão dos abusos sexuais na Igreja foi o momento “mais difícil” do seu pontificado.

 

Na homilia de Domingo de Páscoa, o Cardeal-Patriarca explicou por que os cristãos têm fé. “Somos cristãos porque também nós vemos e acreditamos. Somos cristãos porque vislumbramos Cristo em todas as circunstâncias da vida, sejam elas quais forem, alegres ou tristes conforme os casos; somos cristãos, porque damos por nós a acreditar no modo como veio ao mundo, no modo como a vida sempre ultrapassava todos os sinais de morte, física ou moral, que encontrasse e como definitivamente a vida triunfou nele próprio, depois de morto e sepultado”, apontou D. Manuel Clemente, sublinhando, depois, que os cristãos devem “dar muitas graças a Deus, porque a fé é uma virtude teologal que d’Ele vem e a Ele nos leva”. “É um dom que não dispensa a nossa colaboração para se propagar, mas a origem é sempre divina. Quem acredita testemunha o que crê, porque devemos tomar as graças mais como encargos do que como privilégios. Assim aconteceu com o discípulo que “viu e acreditou” e nunca mais deixou de o propagar”, manifestou.

Na Sé Patriarcal, na Missa concelebrada pelo Núncio Apostólico, D. Ivo Scapolo, na manhã de dia 9 de abril, o Cardeal-Patriarca destacou também o trabalho de “milhares de jovens”, “nacionais ou estrangeiros”, que preparam a próxima Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023. “Num mundo onde há tantos sinais de morte e desesperança, eles divisam e anunciam a novidade de Cristo, que definitivamente as ultrapassa. São uma verdadeira oferta pascal da parte do Ressuscitado, que estou certo ressuscitará a muitos e rejuvenescerá a nossa Igreja também!”, terminou.

 

Domingo de Páscoa 2023

 

“Que não se repitam”

No final da celebração, e em declarações aos jornalistas, o Cardeal-Patriarca de Lisboa admitiu que a questão dos abusos sexuais na Igreja foi o momento “mais difícil” do seu pontificado. “Creio que para todos. Na Igreja e na sociedade portuguesa, este tipo de acontecimentos tão trágicos e tão negativos é, para todos nós, uma preocupação. Mas pronto, temos de resolver a preocupação, apoiando quem sofreu e resolvendo as coisas de maneira a que não se repitam”, frisou D. Manuel Clemente, esclarecendo, depois, que terá de ser o próprio Papa Francisco a tomar uma decisão sobre a possibilidade de se encontrar com vítimas de abusos sexuais durante a JMJ Lisboa 2023: “Isso é uma decisão que o próprio Papa tomará, mas nós estamos muito atentos a tudo isso, dando o apoio todo possível a cada uma das 21 dioceses portuguesas e fazendo tudo quanto está na nossa mão para que as coisas não se repitam, para que quem sofreu seja apoiado e para que as condições e o tratamento das crianças e jovens sejam outros”.

Sobre os dez anos em que está à frente do Patriarcado de Lisboa, o Cardeal-Patriarca disse que “foi uma década preenchida com o dia a dia e, também, com momentos altos que memorizam as pessoas e nos dão esperança”. D. Manuel Clemente recordou o Sínodo Diocesano como uma ocasião “que envolveu muita gente” e falou sobre “a atenção muito próxima a todas as instituições sociocaritativas da diocese, que atravessam muitas dificuldades para responder a todas as necessidades”.

 

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Homilias de Páscoa na íntegra: https://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?tem=666

 

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Missa Crismal: “Gratidão”

O Cardeal-Patriarca de Lisboa deixou uma “palavra de gratidão” a todos os sacerdotes. “A palavra que vos deixo é de gratidão a vós e de ação de graças a Deus, pelo presbitério que integrei como padre, bispo auxiliar e desde 2013 como patriarca. Gratidão preenchida por tantos nomes bem concretos de sacerdotes do clero secular e regular que aqui serviram ou servem o Povo de Deus”, referiu D. Manuel Clemente, na homilia da Missa Crismal.

Em Quinta-feira Santa, dia 6 de abril, na Sé de Lisboa, o Cardeal-Patriarca dirigiu, “de novo”, o “pedido de perdão institucional e convicto” às “vítimas” de abusos sexuais na Igreja, bem como “a disposição de apoiar quem necessite”.

Sobre a Jornada Mundial da Juventude, “que nos trará dentro em breve uma multidão juvenil dos cinco continentes, como nunca tivemos ocasião de receber”, D. Manuel Clemente sublinhou: “Não podemos desaproveitar esta oportunidade para o rejuvenescimento da Igreja em Portugal, contando agora e depois com tantos milhares de jovens e com a experiência criativa e responsabilizada que assim ganharam. Neste sentido, o maior impacto da Jornada, além dos dias em que decorre, será o seu depois”.

 

Missa Crismal 2023

 

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Missa Vespertina da Ceia do Senhor (6 de abril)

“Não devemos dizer que celebramos ou participamos em muitas Missas, porque existe apenas aquela que o Senhor assinalou na Ceia e realizou na Cruz. Devemos dizer, isso sim, que não deixamos de celebrar e participar na única Missa de sempre, porque como os antigos mártires e os que agora arriscam a vida para participar nela, não podemos viver sem a Eucaristia. Mas demos à expressão um sentido mais do que temporal, porque a narrativa prossegue com o lava-pés aos discípulos e a ordem de o fazermos igualmente uns aos outros. Significará que o fim é também aprendermos com Jesus a servirmos com humildade e prontidão os nossos irmãos e a fazermos disto mesmo a finalidade e a eternização das nossas vidas.”

D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa

 

Celebração da Paixão do Senhor (7 de abril)

“Nos dias que correm e nas tristezas que nos tocam, na Igreja, no mundo ou na vida que nós e os outros levamos, não percamos nunca de vista a Cruz que nos congrega. Essa mesma da qual esteve pendente a salvação do mundo. Foi o sinal que recebemos no Batismo, é o sinal com que nos benzemos e persignamos tantas vezes, é a marca da salvação que ganhámos e repartimos. Uma vida autenticamente cristã é uma vida em forma de cruz, como Jesus nela se entregou a Deus Pai e como nela se expandiu para todos. (…) Quando algum laicismo tenta apagar os símbolos religiosos dos lugares públicos, atingindo com isso a própria Cruz, não sabe o que faz nem se apercebe do que priva tanta gente, que ganharia em conhecê-la e ao seu verdadeiro significado.”

D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa

 

Vigília Pascal (8 de abril)

“Deixai-me ser concreto, talvez demasiado concreto: – Que tempo damos realmente ao Ressuscitado no nosso dia-a-dia, lendo e meditando a sua palavra, que é espírito e vida? – Com que devoção correspondemos à sua presença sacramental, mesmo detendo-nos junto de um sacrário de alguma igreja mais próxima? – Quais os cuidados que prestamos aos outros, sabendo que neles o Ressuscitado nos espera, para nos dar vida em quem ajudarmos a viver? (…) Tudo isto é certamente para contemplar, mas é sobretudo para vivermos, não ficando tolhidos por receio algum, mas superando-o pela procura de Cristo, mesmo nos “túmulos” de vária ordem em que o queiram encerrar. Não o queiramos nós, por tibieza ou pouca fé.”

D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa

 

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Anúncio da ressurreição em Moscavide

No Domingo de Páscoa, após as celebrações, veio juntar-se, às 16h30, o Anúncio da Ressurreição pelas nossas ruas, benzendo as casas de quem pediu a bênção, bem como a distribuição da Sagrada Comunhão aos nossos doentes. Três grupos, cada um deles levando uma cruz “florida” e uma campainha, e encabeçado pelo pároco, padre José Fernando, e por um diácono, e composto por ministras da comunhão, catequistas, acólitos e voluntárias paroquiais. Regressados os grupos, encerrámos este Anúncio com a celebração da Eucaristia, pelas 19h00. A cada um de nós ardeu o coração, ao longo deste dia. E assim se viveu a Páscoa em Moscavide. Não há dúvida: Cristo ressuscitou. E, em Moscavide, claro, também. Alegremo-nos!

texto por Filomena Capelo, coordenadora da Catequese, catequista e secretária do Conselho Pastoral Paroquial

 

Tradição retomada em Alcabideche

Confiada à congregação Salesiana, a Paróquia de São Vicente de Alcabideche retomou, neste ano, a tradição da visita pascal. No Domingo de Páscoa, 9 de abril, foi organizada a bênção às famílias e suas casas, numa visita pascal que incluiu ainda a presença em bairros, estabelecimentos comerciais e lares. “A Páscoa é uma festa de família! A alegria de levar o anúncio de Cristo vivo. Igreja em saída ao encontro de todos. Obrigado a todos os que nos abriram as portas e juntos celebrámos a Páscoa”, salientou esta paróquia da Vigararia de Cascais, numa publicação no Facebook (www.facebook.com/paroquiadealcabideche).

 

Motards anunciam Cristo ressuscitado em Pêro Pinheiro

O 16.º compasso Motard teve lugar em Pêro Pinheiro, no Domingo de Páscoa, com o pároco, padre Avelino Alves, a fazer a visita pascal em cima de uma mota. Na manhã de Páscoa, o átrio da igreja paroquial de Pêro Pinheiro recebeu uma multidão de motards em torno do compasso. “Numa onda de alegria e fé, convívio e camaradagem”, sublinhava uma publicação da paróquia no Facebook (www.facebook.com/peropinheiro.paroquia).

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