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Páscoa, o “dia mais importante e belo da história”
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O Papa Francisco apelou ao fim da guerra na Ucrânia e de todos os conflitos no mundo. Nas celebrações do Tríduo Pascal, o Papa garantiu que “Jesus nunca se assusta com as nossas fraquezas”, enquanto na Missa Crismal condenou a duplicidade de vida que “mancha” a Igreja. Francisco referiu ainda as características do verdadeiro evangelizador e assinalou o 25.º aniversário do acordo de Belfast.

 

1. No Domingo de Páscoa, o “dia mais importante e belo da história”, o Papa insistiu na urgência de superar os conflitos e as divisões que afligem o mundo. “Ajudai o amado povo ucraniano no caminho para a paz, e derramai a luz pascal sobre o povo russo”, implorou, na Praça de São Pedro. Na mensagem ‘Urbi et Orbi’, que proferiu no final da Missa, Francisco pediu a Deus conforto “para os feridos e quantos perderam os seus entes queridos por causa da guerra”, e “que os prisioneiros possam voltar sãos e salvos para as suas famílias”. O Papa deixou um apelo a toda a comunidade internacional “para que se esforcem por fazer cessar esta guerra e todos os conflitos que ensanguentam o mundo, a começar pela Síria, que ainda espera a paz”. Recordou os que foram atingidos pelo violento terramoto na Turquia e na própria Síria e pediu orações “por aqueles que perderam familiares e amigos e ficaram sem casa, para que possam receber conforto de Deus e ajuda da família das nações”.

Nesta mensagem, destaque também para cidade de Jerusalém, “primeira testemunha da vossa Ressurreição”. O Papa manifestou “viva preocupação pelos ataques destes últimos dias que ameaçam o desejado clima de confiança e de respeito recíproco necessário para retomar o diálogo entre israelitas e palestinianos”, esperando que “a paz reine na Cidade Santa e em toda a região”.

Por fim, Francisco pede a Deus que conforte “os refugiados, os deportados, os prisioneiros políticos e os migrantes, especialmente os mais vulneráveis, bem como todos os que sofrem com a fome, a pobreza e os efeitos nocivos do narcotráfico, do tráfico de pessoas e de toda a forma de escravidão”. E ainda que Deus inspire os responsáveis das nações, “para que nenhum homem ou mulher seja discriminado e espezinhado na sua dignidade e para que, no pleno respeito dos direitos humanos e da democracia, se curem estas chagas sociais, se procure sempre e só o bem comum dos cidadãos, se garanta a segurança e as condições necessárias para o diálogo e a convivência pacífica”.

 

2. A força da Páscoa “derruba as pedras da desilusão e amargura, do pecado e do medo que constituem os nossos túmulos”, disse o Papa, na homilia da Vigília Pascal. A Páscoa do Senhor “impele-nos a seguir em frente, a sair da sensação de derrota, rolar a pedra dos sepulcros onde muitas vezes encerramos a esperança, a olhar o futuro com confiança, porque Cristo ressuscitou e mudou a direção da história”, esclareceu o Santo Padre, na noite de Sábado Santo, 8 de abril.

Com uma oração conjunta entre um jovem ucraniano e um russo, mas sem o Papa, a Via-Sacra, em Sexta-feira Santa, contou com textos de 14 vozes de paz. “Ecos de paz numa terceira guerra mundial aos pedaços”, é assim que é descrita a Via-Sacra, junto ao Coliseu de Roma, em Itália, que decorreu sem a participação do Papa Francisco, que acompanhou as cerimónias a partir da sua residência na Casa de Santa Marta, devido ao “frio intenso”. “Os textos das 14 estações da Via Sacra são testemunhos ouvidos pelo Santo Padre durante as suas viagens apostólicos e noutros contextos”, explica o comunicado do Vaticano.

Em Quinta-feira Santa, o Papa celebrou a Missa da Ceia do Senhor na prisão juvenil de Casal del Marmo, em Roma, e, apesar das dificuldades em caminhar, lavou os pés a 12 jovens reclusos. “Jesus nunca se assusta com as nossas fraquezas”, disse, na homilia, convidando os cerca de 50 jovens ali presentes a imitarem o gesto de Jesus ajudando-se uns aos outros. “É belo ajudar os outros. Agora, vou fazer o mesmo, como recordação do que Jesus nos ensinou: ajudar-nos uns aos outros. Deste modo, a vida é mais bela e, assim, podemos seguir em frente”, garantiu.

 

3. Numa Basílica de São Pedro repleta de sacerdotes para a Missa Crismal, em Quinta-feira Santa, o Papa condenou a duplicidade de vida que mancha a Igreja e gera divisão. “Por favor, estejamos atentos a não manchar a unção do Espírito e as vestes da Mãe Igreja com a desunião, com as polarizações, com qualquer falta de caridade e de comunhão”, afirmou Francisco, a 6 de abril. “Quando nos tornamos instrumento de divisão, pecamos contra o Espírito e faz-se o jogo do inimigo, que nunca sai a descoberto, mas gosta de boatos e insinuações, fomenta partidos e fações, alimenta a nostalgia do passado, a desconfiança, o pessimismo, o medo”, acrescentou.

 

4. O Papa dedicou a catequese na audiência-geral de quarta-feira, 12 de abril, às características do verdadeiro evangelizador, sublinhando ser impossível anunciar o Evangelho sem movimento, sem saída, sem iniciativa. “Não se anuncia o Evangelho parado, fechado num escritório, sentado à escrivaninha ou no computador, fazendo polémicas como ‘leões do teclado’ e substituindo a criatividade do anúncio por copiar e colar ideias tiradas daqui e dali. O Evangelho é anunciado movendo-se, caminhando, indo”, garantiu Francisco.

O Papa assinalou, ainda, os 60 anos da encíclica ‘Pacem in Terris’, convidando todos a lerem o texto de São João XXIII e garantindo que reza para que “os chefes das nações nela se inspirem em todos os seus projetos e decisões”.

 

5. O Papa assinalou, na manhã de 10 de abril, o 25.º aniversário do Acordo de Sexta feira Santa, assinado em Belfast, que pôs fim à violência que, durante décadas, perturbou a Irlanda do Norte. Dirigindo-se aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a oração do Regina Coeli, o Santo Padre mostrou “apreço e reconhecimento” pelo acordo alcançado e disse que reza “ao Deus da paz para que o que se obteve naquele momento histórico, se possa consolidar em benefício de todos os homens e mulheres da ilha da Irlanda”.

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