D. Manuel Clemente recebeu a mais alta recompensa e distinção concedida no movimento escutista nacional, o ‘Colar de Nuno Álvares’. O Dia de São Jorge 2023 na Região de Lisboa do CNE reuniu mais de 4500 escuteiros no Vale do Silêncio, nos Olivais.
Foi ao som de ‘Bravo, bravo, bravíssimo’, cantado a plenos pulmões pelos mais de 4500 escuteiros da Região de Lisboa que participaram no Dia de São Jorge nos Olivais, que D. Manuel Clemente recebeu, das mãos do chefe nacional do CNE - Corpo Nacional de Escutas, Ivo Faria, o ‘Colar de Nuno Álvares’, a mais alta recompensa e distinção concedida no movimento escutista nacional. “Estamos cá para agradecer a Deus ter colocado no nosso meio o D. Manuel Clemente, que é um escuteiro há muitos anos, quase 60, e que tanto tem contribuído para que esta Região continue a crescer, continue a ser espaço para que tantas escuteiras e tantos escuteiros possam encontrar o caminho, como escutávamos no Evangelho [que narrou o episódio dos discípulos de Emaús]. Não é na sede, não é em casa, não é se calhar dentro da igreja de pedra, é na Igreja que nós construímos, quando nos pomos a caminho, que encontramos Cristo. É quando ajudamos um amigo que encontramos Jesus no caminho, é quando damos um abraço a quem precisa dele que encontramos Jesus no caminho. E isso, o D. Manuel Clemente tantas vezes nos inspira, a colocarmos em caminho, a sairmos das sedes e estarmos juntos a conversar e a crescer. É para isso que estamos cá, para este agradecimento”, justificou o dirigente.
“Distinção inesperada”
O ‘Colar de Nuno Álvares’ foi entregue “ao Dirigente D. Manuel José Macário do Nascimento Clemente” pelo chefe nacional do CNE no final da Missa no Dia de São Jorge, patrono mundial do escutismo, no passado Domingo, 23 de abril. Foi ainda entregue um diploma [ver caixa], lido na ocasião pelo chefe regional de Lisboa do CNE, João Esteves. Após receber o colar e o diploma, D. Manuel Clemente deixou “um grande agradecimento” por “esta distinção inesperada”. “Foi tudo tão natural na minha vida… eu não encontrei o escutismo no agrupamento de escuteiros, porque não existia quando eu era jovem – entre Lisboa e Leiria, não havia nenhum agrupamento do CNE. Por isso, foi através da história de vida de Baden-Powell [fundador do escutismo], que li numa história aos quadradinhos, que conheci o escutismo e achei que era muito bom aderir a ele. Fiz aqui a minha promessa, no agrupamento de São João de Brito que tinha sido acabado de fundar, mas depois, na minha terra, em Torres Vedras, lançámos o escutismo e, para não ficarmos sozinhos, fomos criando outros agrupamentos e assim nasceu o Núcleo do Oeste”, recordou o homenageado. “Quer lá, quer aqui na Região de Lisboa, quer na Região do Porto, com os dirigentes que eu tanto estimei e acompanhei, tudo isto aconteceu de uma maneira tão natural que não esperava distinção nenhuma, nem nunca tal me passou pela cabeça, mas não posso deixar de agradecer a simpatia com o que me foi oferecido e a simpatia das palavras que me foram dirigidas. Muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado!”, terminou D. Manuel Clemente, perante novos aplausos dos ‘escutas’ de Lisboa.
A festa da Região de Lisboa
Os escuteiros da Região de Lisboa celebraram a festa anual do seu patrono, São Jorge, numa atividade que teve como tema ‘The 100 Games’, proposta do Núcleo Solarius e fazendo alusão ao centenário do CNE. A Eucaristia, com que iniciou o dia, foi presidida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa. “Creio que a melhor definição que pode haver do escutismo católico, como foi criado há 100 anos, é acontecer com cada um de nós aquilo que aconteceu com os discípulos de Emaús. Ou seja, nas nossas atividades escutistas, quer na sede, quer sobretudo no campo, nos caminhos que trilhamos, nos raides que fazemos, azimute atrás de azimute, por aí fora, nós temos a oportunidade de falarmos das coisas de Jesus Cristo uns com os outros”, apontou D. Manuel Clemente.
Após a celebração, tiveram início os jogos de secção, que se prolongaram durante todo o dia, com o chefe regional de Lisboa do CNE a fazer, ao Jornal VOZ DA VERDADE, “um balanço muito positivo” do Dia de São Jorge 2023. “A atividade contou com mais de 4500 escuteiros, e as crianças e jovens saíram, no fim, felizes e alegres. A cara dos miúdos era isso que dizia”, sublinha João Esteves, destacando o envolvimento de todos. “Claro que contribuiu o envolvimento dos animadores, o esforço, a dedicação, o empenho e a organização na preparação dos jogos. São Pedro, patrono dos pioneiros, estava bem-disposto e não nos molhou como fez no ano passado em Loures”, graceja.
Este ano, participaram cerca de 80 agrupamentos de escuteiros. “Há dois tipos de participação no São Jorge e em outras atividades que são abertas. Não era num recinto fechado, não era com um bilhete comprado, e por isso a entrada no espaço era livre, pelo que houve a participação em agrupamento ou secção, mas depois vemos, principalmente, os escuteiros mais velhos que não deixaram de estar presentes, porque o São Jorge São Jorge é, sem dúvida nenhuma, a festa da Região de Lisboa”, frisa o responsável.
Festejar o centenário
Após entregar o ‘Colar de Nuno Álvares’ a D. Manuel Clemente, o chefe nacional do CNE lembrou que a cidade de Braga vai receber, a 27 e 28 de maio, a Festa do Centenário do Corpo Nacional de Escutas. “Daqui a um mês, vamo-nos todos encontrar onde isto tudo começou, mais a norte, em Braga, para podermos celebrar o nosso centenário. No dia seguinte, 28 de maio, já estamos no nosso segundo centenário. Já estamos em caminho! Cada passo que damos, estamos a construir o dia de amanhã, estamos a construir um futuro, estamos a construir aquilo que nos torna mais empenhados nas nossas comunidades, aquilo que nos faz crescer. Porque o que nos faz ser escuteiros é querer ser mais, é andar para a frente e sermos melhores”, destacou Ivo Faria.
Ao Jornal VOZ DA VERDADE, o chefe regional de Lisboa do CNE disse-se “muito orgulhoso” pelos 100 anos de vida do escutismo em Portugal e deixou “um apelo, em dois formatos”. “Primeiro, há que festejar o centenário. Seja em Sintra, seja no Algueirão ou em Vila Franca de Xira, o importante é festejar. Depois, aqueles que puderem e quiserem ir a Braga, não deixem de ir. Mas o mais importante, é festejar o centenário”, desafiou João Esteves.
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‘Colar de Nuno Álvares’
Diploma entregue a D. Manuel Clemente*
O movimento escutista em geral, e o CNE muito em particular, encontra ao longo da sua história exemplos extraordinários de vida, abnegação, espírito de serviço e de missão, para com crianças, jovens e adultos, sem esperar qualquer recompensa.
São adultos voluntários que se dão à missão do movimento escutista, demonstrando e dando exemplo de que o escutismo é uma escola de vida e de valores verdadeiramente cristãos, procurando sempre novos ensinamentos.
Essa é a missão de um dirigente do CNE, que se baseia na sua Promessa Escutista.
Porém, existem dirigentes que ultrapassam em forma, frequência e intensidade o que lhes é exigido pela sua promessa.
Na Região de Lisboa, há um dirigente que entrou para o escutismo em meados dos anos sessenta, como Caminheiro (era então estudante na Universidade, onde se veio a concluir o Curso de História), tendo sido posteriormente Chefe do Clã do Agrupamento de Torres Vedras.
Foi o grande impulsionador do Núcleo do Oeste, tendo sido designadamente Chefe de Núcleo.
A sua decisão de entrar para o seminário foi comunicada, aos seus amigos, no final do acampamento nacional que celebrou o 50º do CNE, em Marrazes, Leiria, no ano de 1973.
Desde aí até finais dos anos setenta focou-se mais na Assistência Religiosa do Núcleo do Oeste, continuando a integrar a Junta de Núcleo.
Empenhou-se muito significativamente com a construção do Centro Escutista do Oeste.
Sempre deu testemunho do seu amor ao movimento escutista, sendo muito ativo e empenhado no desenvolvimento do escutismo católico, designadamente nas Regiões de Lisboa e do Porto e em Portugal, incentivando dezenas de equipas de Núcleo e Regionais, colocando desafios, apontando pistas para o caminho.
Acolheu, em muitas ocasiões, os projetos e desafios que a irreverência da juventude dos escuteiros lhe foram sempre colocando.
Abordado, tantas vezes, a dar o seu contributo à construção de novos projetos, à fundação de novos Agrupamentos, ao desenvolvimento de novos espaços.
Pelo testemunho da sua presença, na simplicidade da sua mensagem e com a alegria com que encoraja os escuteiros, dos lobitos aos caminheiros e aos dirigentes, diz “Alerta para servir” em incontáveis atividades.
D. Manuel Clemente foi um Caminheiro e um Dirigente atento, disponível, apaixonado pela juventude e pelos escuteiros em particular, sendo um Pastor da Igreja e um Cidadão de consenso e mobilizador de vontades.
As Regiões de Lisboa (onde foi caminheiro, dirigente, Bispo Auxiliar – de 2000 a 2007 e Cardeal Patriarca – desde 2013) e do Porto (onde foi Bispo titular – de 2007 a 2013), assim como todo o CNE estão penhorados em agradecimento a D. Manuel Clemente por todo este percurso de vida em serviço, que aqui se reconhece.
Neste sentido, atribuo a mais alta recompensa e distinção concedida no CNE, que se destina a premiar os serviços extraordinários e excecionalmente relevantes, prestados ao Movimento Escutista, o Colar de Nuno Álvares, ao Dirigente D. Manuel José Macário do Nascimento Clemente.
* lido pelo chefe regional de Lisboa do CNE, João Esteves, no final da Missa no Dia de São Jorge
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“Incutir um sentimento de solidariedade”
No São Jorge 2023, os escuteiros da Região de Lisboa foram convidados a contribuir com bens para ajudar o Banco Alimentar Contra a Fome. “É uma gota de água, é muito pouco, gostávamos de dar o dobro, mas a caridade não se mede ao quilo. Se podermos contribuir com alguma coisa, já faz diferença! E foi bom, porque se pôde juntar uma quantidade simpática de alimentos para as famílias, mas o objetivo foi promover a solidariedade na criança e no jovem, mais do que os quilos de arroz ou os litros de leite. É para incutir nos escuteiros um sentimento de solidariedade, de ajuda, de partilha, de ajuda ao próximo”, referiu o chefe regional de Lisboa do CNE, João Esteves, ao Jornal VOZ DA VERDADE, destacando a presença, no Vale do Silêncio, nos Olivais, da presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, que “é sempre muito disponível”.
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JMJ: escuteiros acolhedores
“Vamos receber no nosso país e na nossa Região de Lisboa – a mais linda do CNE! – a Jornada Mundial da Juventude. Sejamos capazes de ser acolhedores a todos os que nos visitarem e cresçamos na fé. Aproveitemos ao máximo esta graça de receber a JMJ 2023. Já só faltam 100 dias”, lembrou o chefe regional de Lisboa do CNE, João Esteves, no final da Missa no Dia de São Jorge.
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