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Boletim médico #24
Aneurisma da aorta: diagnosticar antes de ocorrer a complicação
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A existência de um aneurisma em qualquer localização do corpo humano é, quase sempre, totalmente assintomática. A importância de falar deste tema prende-se com o facto de a sua rotura ser uma situação muito grave. Origina uma hemorragia, capaz de conduzir à perda da vida. Merece a nossa atenção porque quando diagnosticado atempadamente, o tratamento é efetuado com grande taxa de sucesso.

 

Aneurisma é uma palavra de origem grega, significando “dilatação circunscrita de um vaso ou da parede do coração”. Pode ocorrer em qualquer lugar no corpo; contudo, é mais comum na aorta abdominal e nas artérias cerebrais.

Dos aneurismas da aorta, 80% correspondem a aneurismas da aorta abdominal que, na maioria das pessoas, não apresenta nenhum sintoma. Existem, no entanto, fatores de risco para o seu desenvolvimento. Quando uma pessoa é do sexo masculino, tem mais de 65 anos, é ou foi fumador, tem hipertensão arterial, doença cardiovascular ou história familiar da existência de um aneurisma, deve ser investigada, em consulta médica, a existência de aneurisma da aorta abdominal. Mas, atenção, embora menos frequentes os aneurismas da aorta também existem no sexo feminino. A vigilância regular, junto do médico, seja homem ou mulher, é uma possibilidade altamente recomendável.

O diagnóstico é muito simples de efetuar. A ecografia abdominal com medição das dimensões da aorta é o estudo de eleição, tendo uma alta acuidade diagnóstica. Quando na presença de um aneurisma de aorta, cabe ao médico avaliar qual o risco de rotura e discutir com o doente a necessidade ou não de realizar correção cirúrgica.

Se em rotura, um aneurisma da aorta abdominal tem uma taxa de mortalidade extremamente elevada, cerca de 80%, sendo que metade das roturas provocam morte súbita. Perante estes dados, ficam muito claras as razões que apelam à necessidade de diagnosticar e tratar esta patologia.

O tratamento é sempre cirúrgico e tem por objetivo retirar o aneurisma mantendo a circulação sanguínea inalterada e assim, evitando a rotura. Hoje em dia, conseguimos resultados bons, e o risco cirúrgico é cada vez menor, porque os desenvolvimentos têm sido vários nesta área da medicina: desde as melhorias na anestesia, aos cuidados intensivos no pós-operatórios, passando pelo desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas, onde se destaca a reparação endovascular.

Importa referir que tanto a reparação cirúrgica tradicional – “aberta” –, como a reparação endovascular – por cateterismo –, apresentam vantagens e desvantagens, pelo que a decisão sobre o tratamento é adaptada à situação clínica específica de cada doente.

Procurar o diagnóstico antes de ocorrer a complicação é fundamental.  Fale com o seu médico assistente e mantenha a vigilância do seu estado de saúde.

 

João Albuquerque e Castro
Cirurgião Vascular - Coordenador de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital CUF Descobertas

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