Artigos |
apagar
Impressões da Visita Apostólica de Bento XVI a Portugal, padre Manuel Morujão, Secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa
A verdade do coração manso e humilde de Bento XVI desmontou suspeitas e preconceitos sobre o nosso actual Papa. Certa comunicação social tinha multiplicado nuvens de poeiras malignas, provindas de vulcões ideológicos. Ficou patente aos olhos do mundo que o Papa quer bem a todos, com simplicidade carinhosa.

Bento XVI apresentou se entre nós como profeta da verdade de Cristo, que une a coragem ao respeito e à misericórdia. O Papa sublinhou que a Igreja propõe a verdade do Evangelho de Jesus, sem nada querer impor. Uma postura pessoal do Vigário de Cristo, modelo para toda a Igreja e mesmo para a sociedade em geral. É assim que queremos estar no mundo, perante os inevitáveis confrontos entre valores e anti valores facilitistas. A discordância de ideias deve ser sempre conjugada com o amor às pessoas, mesmo muito distantes no campo religioso ou ideológico.

 

A fé rimou com festa. Foi impressionante e comovedor ver multidões incontáveis celebrando a sua fé, em clima de festa e júbilo, cantando, rezando, aclamando as razões mais profundas de viver. A dimensão comunitária da fé em Cristo invadiu as nossas ruas e praças. Ficou bem visível que é uma felicidade profunda ser discípulo de Jesus e amar Maria nossa Mãe.

 

O Papa visitou-nos, mas também é verdade que nós visitámos o Papa. Os adjectivos que Bento XVI usou para qualificar a sua visita apostólica (experiência extraordinária, maravilhosa, comovente, inesquecível…) indicam claramente que Portugal e os portugueses foram levados inteirinhos no coração do Papa, como sua essencial bagagem. O Papa foi reconfortado pela experiência de multidões com fé vibrante, envolvido por uma onda de afectividade festiva.

 

Bento XVI entre nós foi muito mais do que ele mesmo. Foi presença de Jesus Cristo, de quem é Vigário. Foi o sucessor de S. Pedro, Bispo de Roma, que veio até nós. Damos muitas graças a Deus por tão humana e divina presença, por nos ter deixado uma herança de fé viva, de esperança à prova de todas as crises, e de caridade justa e solidária.