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PAIS na ESCOLA, EDUCAÇÃO (sexual) SOB ESCRUTÍNIO, por Isilda Pegado
Mais um ano escolar que termina e um novo que já se prepara. As matrículas, os livros, as actividades de tempos livres, têm por trás decisões, em que nos envolvemos, ou não. Educar implica arriscar na primeira pessoa. Na verdade, é possível olhar para o percurso escolar dos nossos filhos como algo que nos é estranho e que eles têm de passar. Mas também é possível, tomar em mãos, por certo, o desafio mais importante de uma vida – a educação dos nossos filhos. Se não o fizermos, outros farão por nós.

Num sistema que convida ao conformismo com o “status quo”, tomar parte activa na escola é um exercício de endurance e musculação que é pedido aos pais. Não falo na escolha entre escola privada e escola estatal, mas numa actuação concreta. Em ambas as questões se colocam – Quem educa os meus filhos? Quem e como me ajudam nessa tarefa? Como participo e interajo nesse processo? Conheço os valores que a par dos conhecimentos técnicos vão ser fornecidos aos meus filhos? Qual o horário da matemática ou do português? Que educação sexual lhes será leccionada? As perguntas podiam multiplicar-se …

A escola não é igual à do meu tempo de estudante. Por isso, tal como os nossos filhos também nós pais vamos à escola. As escolhas são minhas não são dos meus filhos, porque neles não delego a responsabilidade da sua educação.

As leis têm falado muito no envolvimento do “meio” e dos pais na Escola. Não tem sido fácil. As Associações de Pais funcionam de forma heterogénea e por vezes muito exígua. Por isso, o envolvimento na primeira pessoa é inalienável.

Mais uma vez este final de ano é envolto na paradigmática e polémica educação sexual em meio escolar. Desde 1984, isto é, há 26 anos que o Ministério da Educação procura “uma solução” e, cada uma é mais contestada que a anterior. Durante estes 26 anos já experimentamos muitos modelos. Foram 26 anos a fazer leis sobre educação sexual em meio escolar. Governo e Parlamento fazem leis e recomendações sobre educação sexual que se sucedem sem sucesso.

Todas têm, em maior ou menor grau, a presunção de que os pais e as famílias são incapazes de, em matérias íntimas, transmitir conhecimentos aos seus filhos e educandos. E, de forma não confessa, têm ainda subjacente a ideia de que há “uma educação sexual” universalmente boa e aceitável. O “nacional-sexualismo”. Factos que estão por demonstrar!

Internacionalmente os debates também se têm feito. E chegam a instâncias judiciárias. Está verdadeiramente em causa o nosso direito à liberdade de educar os nossos filhos.

A sexualidade é estruturante do indivíduo, tange com a sua intimidade e depende em larga escala de valores morais, religiosos e filosóficos que informam cada família e indivíduo. Ao Estado cabe respeitar a pessoa.

Por isso, se a nossa atenção e companhia à escola dos filhos é determinante, em matéria de formação da intimidade, de valores e estruturação do indivíduo ainda há-de ser maior.

Aos pais é reconhecido o direito a conhecer, a pronunciar-se e em última instância a dizer Não. Os professores, os bons professores precisam dos pais, agradecem a intervenção dos pais. Vamos à escola.

Educar exige esforço, muito esforço de todos. É fácil deixar passar… Mas não é bom. O país precisa de gente sólida.

Acaba um ano escolar – A esperança no novo ano está aí!

Boas Férias!