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Editorial: Regressar ao essencial

A mensagem do Santo Padre Bento XVI dirigida a todos os cristãos para a Quaresma que se aproxima recorda o baptismo como sacramento que nos faz participantes da morte e ressurreição de Jesus.

E o Papa acrescenta ainda que isso nos convida a uma “conversão sincera, iniciada e apoiada pela graça” e, depois, que este dom deve ser “reavivado sempre em cada um de nós”. Por isso, o Santo Padre não hesita em convidar todos a viverem o próximo tempo quaresmal como um percurso que, de modo semelhante ao caminho dos catecúmenos que se preparam para receber o baptismo, nos ajude a reavivar a nossa condição de baptizados.

Estatisticamente, Portugal é dos países onde a esmagadora maioria dos cristãos é baptizada. Apesar de terem aumentado, de um modo significativo, o número daqueles que são baptizados em idade adulta ou já no uso da razão, o facto é que – e devemos dar graças a Deus por isso – ser português significa ainda hoje para a grande parte da população, ser baptizado em criança. Isso significa também que, para a esmagadora maioria da população, a sua referência religiosa é Jesus Cristo, vivido na Igreja Católica.

Uma coisa, no entanto, são as estatísticas, a “pertença sociológica”, outra é a atitude de conversão que nos faz abandonar a vida do homem simplesmente natural para abraçar a vida que nos vem de Deus, a vida sobrenatural que, através do baptismo, Ele a todos quer oferecer.

E a conversão – sabemo-lo por experiência – não é só um qualquer momento longínquo no passado em que, tocados pelo Espírito Santo, aceitámos viver seriamente a nossa condição de baptizados, participantes da morte e ressurreição de Jesus; a conversão, para além desse momento que temos mais ou menos gravado na nossa consciência e que marcou de um modo decisivo a nossa vida, é uma luta quotidiana em que nos procuramos configurar cada vez mais com Cristo. E o Santo Padre concretiza o significado desta configuração: “orientar com decisão a nossa existência segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo”.

Uma vez mais, somos convidados a não dar como certeza adquirida o que é essencial. Esse, podemos dizer, é o constante convite do Papa aos baptizados: viver seriamente o que constitui o centro da fé, para que esta possa florescer em atitudes verdadeiras de vida cristã. Se quisermos, e dito de outro modo, deixarmos de ser simplesmente cristãos porque um dia a nossa família pediu que fossemos baptizados, mas vivermos, quotidianamente, aquela que é a nossa condição essencial: participantes da vida eterna que Cristo nos oferece.

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