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Editorial: Portugal de ?plástico??
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Os últimos tempos têm sido marcados pela sensação de que, apesar dos esforços por mostrar o contrário, aos portugueses tem sido sonegada a verdade. Mais do que nunca, entre o que se diz solenemente diante das câmaras de televisão e a realidade que acaba por ser vivida, a distância não só é grande quanto parece aumentar em cada dia que passa.
Portugal tem vivido anos em que nos quiseram impor um modo de ser e de viver que nada tem a ver connosco, mas que diziam ser necessário para ficarmos bem na fotografia europeia e mundial. Quiseram redesenhar a “alma portuguesa”, não apenas na economia (aí, claramente, falharam), como em todos os outros aspectos: nos valores, na cultura, nos interesses, no modo de ser. O ponto de partida é que éramos atrasados, pouco modernos, não vivíamos – ou melhor dizendo, não imitávamos – o mundo “civilizado” e “moderno” da Europa.
É óbvio que Portugal, hoje mais do que nunca, não pode viver isolado, da Europa e do resto do mundo. Portugal sempre foi um país aberto, que construiu verdadeiras pontes entre os quatro cantos do universo. Não podemos – nem queremos, nem isso faz parte do nosso modo de ser – construir um muro à volta das nossas fronteiras para sermos “felizes” mas “orgulhosamente sós”. Não é disso que se trata.
Mas não podemos igualmente aceitar o “complexo” que nos quiseram inculcar de que os outros são sempre melhores, e que os portugueses, pequeno país nas margens da Europa, não tem nada para dar ao mundo, apenas tem que procurar ser como os maiores. O problema é que mesmo estes – vemo-lo todos os dias nos noticiários – se encontram também eles aflitos, numa encruzilhada tão grande ou maior que a nossa, e que, também a eles tentaram impor um outro modo de ser.
Para Portugal, tentaram construir-nos um país de “plástico” (tão “plastificado” como o resto da Europa comandada por Bruxelas), e tentaram que o país real (e a Europa real) se adaptasse a esse molde. Foram aprovando leis atrás de leis que, apoiadas por uma minuciosa campanha de comunicação, mudassem o nosso modo de pensar e de ser.
No que toca a Portugal, parece ter chegado o momento de, agora como em outras tantas épocas difíceis, mostrar o seu melhor, aquilo que é e que o faz ser de há muitos séculos a esta parte e, sem vergonha, aceitar vivê-lo e melhorá-lo. Pode ser que o resto da Europa agradeça.
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