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Editorial: Não podemos ficar indiferentes

Muitos são, ainda, os cristãos que olham a santidade como algo de reservado a apenas alguns escolhidos que, a golpes de força de vontade, à mistura com bastante coragem e fé, vão progredindo no caminho da virtude e, assim, se tornaram “próximos de Deus”.

É óbvio que querer ser santo e fazer tudo o que se encontra ao nosso alcance é essencial: Deus não quer agir sem a liberdade do homem. Mas, se perguntássemos a qualquer um dos que fazem parte da lista (cânone) dos que foram proclamados pela Igreja como um exemplo a seguir quanto à sua vida de cristãos, estou certo que nunca diriam ter sido esse o objectivo da sua vida. Pelo contrário: a proximidade de Deus em que viviam e, com ela a maior sensibilidade para o que nos afasta d’Ele, faz com que, habitualmente, os santos se percebam como indignos de tantas graças.

O segredo dos santos e da vida de santidade não é o mero querer humano: é antes o deixar que Deus actue neles, dispondo-se, como baptizados, a colaborar activamente com essa acção divina. É daí que lhes vem a força, é daí que lhes vem a ousadia que os faz ultrapassar todos os obstáculos (não disse o Senhor que aquele que tivesse fé como um pequeno grão de mostarda, moveria montanhas?) e não temer os mais poderosos do mundo.

Mas, precisamente, esta é a “normalidade” da vida cristã – ou, pelo menos, deveria sê-lo. Como nos santos, a graça de Deus não deixa de actuar também em nós, convidando-nos hoje, no nosso meio e no nosso tempo, a sermos a tradução viva e entusiasmante do único Evangelho de Jesus.

No próximo dia 21, Lisboa vai acolher, pela primeira vez na sua história, uma celebração em que uma das suas mais ilustres filhas (baptizada na igreja de Nossa Senhora do Amparo de Benfica), a Madre Maria Clara (ou, como gostavam de a chamar os pobres de quem ela cuidava, a “Mãe Clara”) vai ser incluída na lista daqueles que, tendo vivido de modo exemplar o Evangelho, são modelo de vida e intercessores por nós junto de Deus.

Não podemos permanecer indiferentes a esse acontecimento. A festa não é apenas para a família religiosa que a Madre Clara fundou e que procura viver no seu mesmo espírito. Qualquer cristão da diocese de Lisboa não pode permanecer indiferente.

A beatificação da Madre Clara enche-nos de alegria e, ao mesmo tempo, convida-nos, também a nós, a percorrer o caminho da santidade que, afinal, mais não é que o sério caminho da vida cristã, como nos recorda o Concílio Vaticano II.

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