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Editorial: Ouvintes da Palavra

A publicidade foi escutada “de raspão”, o que significa que não sei se a série é boa ou má, nem propriamente aqui me interessa fazer-lhe publicidade. Mas ficou-me no ouvido. Dizia respeito a um médico que tinha um dom especial para ouvir os seus pacientes, e daí retirava muito do necessário para os ajudar na cura.

Desconfio que este “ouvir” tenha qualquer coisa de fora do comum, do tipo “ouvir os seus pensamentos” e que, portanto, roce, uma vez mais, aquele estilo “para-normal” a que a TV nos tem vindo a habituar (e, portanto, mais não seja que uma série para deitar fora ou, quando muito, para algum momento de descontracção).

O que é facto, no entanto, é que ouvir os outros, aquilo que eles têm para nos dizer, por palavras ou por gestos, não deixa de ser algo de que o mundo contemporâneo tem absoluta necessidade. Eu sei que não será talvez a coisa mais prática que possa existir. Eventualmente, poderá mesmo ser paralisador de quem tiver que tomar decisões rápidas e urgentes. Mas escutar aquilo que os outros nos querem dizer é, no mínimo, essencial para a nossa vida em comum. E não me admiro nada que um médico que tenha o dom de escutar os seus pacientes esteja, só por isso, a meio caminho da cura das doenças que estes lhe apresentam.

Nós, cristãos, podíamos mesmo ser definidos como “aqueles que escutam”. Não apenas os outros que vêm ao nosso encontro – no meio de uma cultura como a nossa, onde impera o ruído e o querer fazer-se ouvir acima dos outros, isso já seria importante – mas aqueles que escutam Deus.

É certo que, em cada Eucaristia, o leitor que proclama as leituras diz, no final das mesmas, “Palavra do Senhor” ou “Palavra da Salvação”, a que todos respondem: “Graças a Deus”, ou “Glória a Vós, Senhor”. Mas desconfio que poucos serão aqueles que escutam as leituras proclamadas como verdadeira Palavra de Deus – aquilo que Deus me quer dizer, agora, neste preciso momento.

Somos um Povo de filhos. Mas creio que, também nós, antes que escutar aquilo que é a vontade do Pai, nos encontramos mais preocupados em dizer a Deus aquilo que Ele deve fazer. Necessitamos, urgentemente, de um Povo disponível para, simplesmente, O escutar!

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