Como decorreu a preparação dos jovens da Vigararia de Alenquer para as Jornadas Mundiais da Juventude em Madrid?
Foi uma preparação que decorreu bem e que veio na sequência de outras actividades que a Vigararia tem proposto aos jovens. Essas actividades, que eram mensais, tais como noites de oração e outras, destinavam-se, de certa forma, a todos: quer fossem às jornadas ou não. Isto porque na Vigararia de Alenquer, a partir do sétimo, oitavo ano, começam a participar nessas actividades. Portanto, a preparação destes jovens decorreu, de certa forma, com dois ritmos; ou seja, com a equipa vicarial e depois com os outros momentos propostos pelo Serviço da Juventude da Diocese de Lisboa.
São importantes esses momentos de preparação?
Sim. Toda a preparação ajuda-nos caminhar e, ainda que considere que as reuniões são pequenas, elas são importantes. Porque, para nós nos reunirmos em grupo, e nos podermos conhecer uns aos outros, fazem-se grupos heterogéneos, e por vezes é complicado ficarmos com alguma ligação àqueles que conhecemos menos. Embora aqui na vigararia já nos vamos cruzando nas actividades. No entanto, essa preparação proposta para as JMJ são outro momento onde nos podemos encontrar, estar juntos e, acima de tudo, viver e partilhar a fé. Por outro lado, esta preparação acabou por dinamizar a Vigararia de Alenquer e até a própria equipa da VIDA, porque temos reunido mais para preparar as próprias reuniões e ler os textos propostos em conjunto.
Quem são os jovens que a Vigararia de Alenquer vai levar a Madrid? São jovens que já participam habitualmente nas actividades vicariais ou há outros jovens?
Quase todos são jovens das nossas actividades. Há um ou outro que não. Há, também, um grande número de animadores. Muitos destes jovens, será a primeira vez que vão a uma JMJ. Alguns foram crismados este ano, outros vão ser ainda.
E como é que os jovens têm vivido esta preparação?
Do que me fui apercebendo, encontramos um pouco de tudo. Há aqueles que ‘bebem’ e há outros que ‘bebem menos’ daquilo que lhe foi sendo transmitido. Mas vejo-os animados e empolgados. Encontram-se daqueles que não têm esta dinâmica vicarial, mas os animadores têm tentado puxar por eles. No entanto, não tenho um termo de comparação porque também eu vou, pela primeira vez, participar numa JMJ. Porém, vejo-os entusiasmados e a preparação ajudou a isso mesmo, porque nesses encontros de preparação temos apresentado alguns testemunhos de quem já participou, de forma a animar os outros.
Que importância se pode atribuir às Jornadas Mundiais da Juventude?
Em primeiro lugar, considero ser uma oportunidade de grande contacto com a Igreja universal. Não apenas na figura de Pedro, com o Papa, mas também na figura de todos os jovens que participam, vindos de todo o mundo. Há testemunhos, de quem já participou, que apontam este mesmo aspecto: o reconhecer que não estamos sozinhos. Há muitos mais jovens que, como nós, acreditam em Jesus e estão ali por Jesus e pelo Papa.
Por outro lado, o Papa não é aquele ‘velhinho’ que se encontra em Roma, mas é aquele que nos congrega e nos dá um novo entusiasmo para seguir Jesus e de o querer encontrar. Por isso, as JMJ são um encontro com Jesus daqueles que foram chamados pelo Papa. Porque ele tem essa missão de nos conduzir. E aqui manifesta-se uma abertura para o mundo, a que somos chamados. Porque Jesus não é algo que se vive individualmente mas é uma experiência que tem de se dar aos outros. É um encontro que eu preciso ter para que os outros também o possam ter. E as jornadas dão, por isso, um grande impulso. Mas depois, é claro, convém que sejam acompanhadas. O regresso das jornadas é muito importante para pegar nestes jovens, para que o que eles lá viveram o possam depois transmitir.
Isto significa que é preciso haver um ‘pós-jornada’?
Sim! E esse pós-jornada tem de ser ainda mais desafiante. A jornada é um momento muito importante mas o pós vai exigir, ainda, mais acompanhamento. Tudo aquilo que eles vão colher na jornada têm de o digerir e por isso temos de os ensinar a digerir.
Ao nível vicarial que trabalho se pode fazer nesse ‘pós- jornada’?
Temos de tentar que esses jovens que participam nas JMJ testemunhem a sua experiência e que sejam, assim, uma presença diferente na Igreja. Isso vai, com toda a certeza, lançar-nos desafios para o próximo ano pastoral, porque vai ser necessário um acompanhamento mais próximo. Mas a VIDA tem que ir entusiasmando os jovens neste encontro com Cristo e para isso precisamos caminhar juntos.
A participação nas jornadas implica custos. O que é que foi feito para suportar essa despesa?
Nós apresentámos a proposta de participação nas JMJ como actividade vicarial. Mas cada paróquia organizou-se no sentido de fazer a sua própria angariação de fundos. Por exemplo, em Sobral de Monte Agraço fizemos almoços, jantares, venderam-se bolos à porta da igreja, etc. Aos jovens que participam foi pedido uma colaboração monetária de cem euros e o resto foi suportado pelos donativos. Isto é bom porque os envolve e dá-lhes entusiasmo para a participar. Até porque quando queremos uma coisa temos de lutar por ela e isso é bom para os responsabilizar.
Enquanto padre e jovem, que expectativas alimenta em relação a estas jornadas em Madrid?
Eu prefiro não criar muitas expectativas e ilusões porque vou com o objectivo de ver o que é. No entanto, vou com uma grande alegria porque é um momento muito importante nesta vivência, ainda, da nossa juventude (risos). Mas, acima de tudo, esta é uma vivência de Igreja e por isso estou com muita vontade de ir. Tenho este sentimento de ter sido convocado pelo Papa, de estar junto dele, mesmo que possamos não o ver, porque estará lá muita gente e se o virmos pode ser até de muito longe. Mas sei que ele está lá. E é isso que nos dá alegria: o podermos estar todos juntos, reunidos em volta do Papa, e todos juntos em Cristo.
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Perfil
O padre Marcelo Boita é natural da paróquia de Benedita, tem 27 anos e foi ordenado a 29 de Junho de 2008. É pároco de Sobral de Monte Agraço, Sapataria e São Quintino e assistente da VIDA, a Equipa de Pastoral Juvenil da Vigararia de Alenquer.
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Lisboa leva a Madrid mais de 2400 jovens
O Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa vai levar a Madrid 2462 jovens, distribuídos por 48 autocarros, para participar nas Jornadas Mundiais da Juventude convocadas pelo Papa Bento XVI. Deste número, 361 jovens partem mais cedo, no dia 11 de Agosto, para participar nas chamadas ‘pré-Jornadas’ a realizar na cidade espanhola de Zamora.
No dia 15 de Agosto, 2017 jovens vão celebrar o jubileu sacerdotal de D. José Policarpo, na Eucaristia a que vai presidir no Mosteiro dos Jerónimos, pelas 16 horas. Os jovens partem depois para Fátima onde têm uma celebração de envio com rumo a Madrid.
Integram, ainda, esta representação diocesana nas JMJ de Madrid, 60 seminaristas e 36 sacerdotes.
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