Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
A luz ao fundo do túnel
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Nas situações difíceis, costumamos dizer que “a esperança é a última a morrer”. De facto, a esperança é constitutiva do ser humano: viver como homem significa sempre olhar para mais longe, para novos horizontes de vida, procurar uma realidade melhor, construir e, sobretudo, construir-se.
O ser humano é constantemente insatisfeito porque nele Deus colocou não apenas as capacidades naturais para viver ou sobreviver, para enfrentar dificuldades e ultrapassá-las, mas também o chamou a um fim sobrenatural que consiste na participação na própria vida divina, o mesmo é dizer: na felicidade suprema.
Quando o homem recusa a vida com Deus, recusa também esta felicidade suprema. É por isso que arranja pequeninas felicidades, momentâneas, passageiras, mas que, de um modo ou do outro, se possam assemelhar à felicidade que é viver com Deus. E, depois, procura repetir ou inventar essas “felicidadezinhas” o mais possível, de forma a fingir que chegou ao céu.
No fundo, é isso que constantemente nos vendem os anúncios publicitários, bombardeando-nos com todos os artigos, produtos e modos de vida, de forma a julgarmos que, comprando-os, adquirimos o céu!
Mas não apenas a publicidade. Também os políticos, para que a realidade não seja tão má e todos se entusiasmem e empenhem na procura de uma realidade melhor, mesmo no seio de uma crise, não hesitam em avisar, de um modo mais ou menos prudente, que, dentro de algum tempo, se tudo correr bem, podemos ver a “luz ao fundo do túnel”.
Bem diferente é o Advento. Não se trata de prometer nada; não se trata de vender soluções fáceis (o cristianismo é tudo menos a promessa de facilidades). Trata-se antes de nos darmos conta de que, mesmo à nossa volta e apesar de todas as crises e de todo o pecado, uma realidade nova continua a surgir e a crescer, apesar de nem sempre ela ser clara e de nem sempre ser fácil darmo-nos conta dela com os nossos sentidos corporais.
E, no entanto, a luz ao fundo do túnel não é aqui uma miragem. Nem é preciso procurar muito para nos darmos conta dela: já a celebramos, em cada dia e, sobretudo, em cada domingo – é a Eucaristia, Pão da vida, Corpo e Sangue do Senhor ressuscitado, que nos mostra não apenas o que somos e o caminho para o sermos cada vez mais, mas nos dá aqui e agora, a saborear já aquilo que seremos: filhos que participam plenamente da vida do Pai.
Esta é a verdadeira esperança; aquela que não engana porque já a percebemos no meio de nós. Em cada ano que passa, o Advento faz com que o nosso olhar não se distraia das outras pequenas felicidades e luzes.
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