Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
Apelo à imaginação
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O Natal costuma ser visto apenas a partir da perspectiva das festas. Ocupados na sua preparação e celebração; preocupados com o sentido cristão do Natal, frente às aberrações comerciais e a-religiosas (ainda que, porventura, aparentemente solidárias), parece que nos falta tempo para algo mais.
E, no entanto, o Natal é também um momento de evangelização por excelência. Desde o anjo que anuncia o Evangelho aos pastores comunicando-lhes a “alegre notícia” do nascimento do Salvador, aos Magos, representantes das religiões pagãs do tempo, que vêm reconhecer no Menino do Presépio o Deus e o Homem verdadeiros, tudo nos deveria conduzir a uma proclamação renovada, intensa e ousada da feliz notícia da encarnação: Deus faz-se homem para que o ser humano possa partilhar da vida com Deus.
Certamente, esse era um dos objectivos das canções populares de Natal, das iluminações nas ruas, dos doces, das festas, dos presentes. Mas devemos reconhecer que, há já muitos anos, tudo isso foi cada vez mais perdendo o seu verdadeiro significado.
Longe de mim defender que se abandonem todas essas manifestações exteriores que, de um modo ou do outro, nos ajudam também a nós, cristãos, a fazer festa e a viver a alegria da notícia, sempre nova e alegre, do Deus feito Homem, e que a muitos recordam, eventualmente uma vez por ano, o nascimento de Jesus.
E, no entanto, creio que podemos e devemos ir mais longe. Com a crise a bater às portas de todos, os grandes centros comerciais não hesitaram: começaram a pensar em estratégias que pudessem conduzir os seus clientes a minorar, mesmo gastando menos, o que poderia ser uma época desastrosa para as suas vendas e para os seus objectivos anuais.
Talvez a nós, cristãos, nos falte também, em cada comunidade, em cada movimento – ou, porque não, juntando paróquias ou movimentos – pensar num modo novo de anunciar a Boa Nova do nascimento do Salvador. Sem perder a beleza e o apelo aos sentidos (porque os cinco sentidos entram igualmente na festa, ou não tivesse ela a ver com o Deus que assume a “carne” humana) dos cantos, dos doces, dos cheiros, das luzes, das formas que recebemos dos nossos antepassados, creio que não é de todo impossível encontrar formas novas para despertar no coração de tantos o sentido da fé, aquele que é capaz de ir além da recordação do Menino do Presépio para reconhecer nele o Deus que a todos vem salvar.
O Natal em tempo de crise não é apenas um apelo à imaginação para sermos capazes de comprar presentes para todos gastando menos; é, sobretudo para os cristãos, um apelo à imaginação sobre como anunciar de um modo renovado a verdade que, há mais de 2000 anos nos enche de alegria: existe salvação para a humanidade; é um Menino, um Deus feito Homem.
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