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Isilda Pegado
No Parlamento Europeu a Federação Portuguesa pela Vida participou na “Semana da Vida”
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No Parlamento Europeu decorreu de 26 a 29 de Março a “Semana pela Vida” que se iniciou com um dia dedicado ao cancro, o segundo dia foi para as questões das células estaminais e embriões humanos e no último dia realizou-se um Meeting dos movimentos pela Vida onde estiveram representados 22 países da União Europeia e cujo tema era “Não baixaremos os braços”.
Portugal esteve representado neste Meeting pela Federação Portuguesa pela Vida onde foi possível dar a conhecer a realidade portuguesa a vários níveis. Em primeiro lugar, mostramos a nossa luta pela defesa da vida que desde 1984 tem gerado um movimento cívico concreto e objectivo, bem visível nas cerca de 30 instituições que, por todo o País, apoiam grávidas em risco, acolhem crianças, levam educação sexual responsável às escolas, em contraponto ao “nacional sexualismo” e ainda, travam a luta política contra as leis que atentam contra a Vida e a Família.
Em segundo lugar, denunciamos as injustas e laxistas leis que, financiam e subsidiam o aborto com os impostos de todos nós, e geram sérios dramas éticos nos casais que se vêem confrontados com a decisão de dar destino a 7 ou 8 embriões (filhos) congelados, sem o poder decidir.
Por fim, pedimos clareza às políticas e directivas Comunitárias na defesa da dignidade da vida humana, de toda a vida humana.
Este Meeting Europeu teve entre outros valores, o de permitir o encontro de experiências, caminhos e objectivos. Mas também, a percepção da grandeza desta movimentação cívica europeia, e do quanto ainda falta fazer em unidade.
A par deste Meeting foi ainda preparada, para ser lançada a Primeira Iniciativa Europeia de Cidadãos que pretende instituir a protecção da vida humana e sua dignidade, nomeadamente do embrião humano em todos os diplomas e acções comunitárias. A iniciativa chama-se “Um de nós”.
Iniciativa que tem por intróito as palavras de João Paulo II (a 23/11/1986) proferida na Convenção sobre o Direito à Vida e Europa”: “A Europa de amanhã está nas vossas mãos. Sejam dignos deste desafio. Trabalhai para restituir à Europa a sua verdadeira dignidade: a qual deve ter lugar onde a pessoa, toda a pessoa, seja acolhida na sua incomparável dignidade”.
Nesta iniciativa o que se pretende é o reconhecimento do embrião humano como “um de nós”. E por isso, importa que seja criada e aprofundada uma explícita protecção do direito à vida de cada ser humano desde a concepção, em todas as áreas de competência da União Europeia. E em consequência, impedir a aprovação de qualquer programa ou financiamento que se destinem entre outros, a apoiar práticas de aborto ou o uso de embriões humanos para investigação ou para a indústria. Apela-se também em termos ontológicos e operacionais a um verdadeiro “movimento ecuménico pela Vida” em que muitos estejam empenhados.
Na verdade, a velha Europa dos Direitos Humanos confronta-se hoje com os “Novos Direitos Humanos” – isto é, os direitos daqueles que não têm voz e que estão em particular situação de vulnerabilidade e fragilidade. São estes seres humanos os que estão no início e, no fim da vida.
A Europa do laxismo, do comodismo e do egoísmo está mergulhada na crise que diariamente nos é apresentada por todas as instituições. É tempo de criar um novo rumo, com horizontes de Amor, Respeito e Dignidade que possam construir uma Europa de, e com, Futuro.
Naquela sala do Parlamento Europeu, os representantes de 22 Estados membros, mostraram a força que lhes vem da Verdade das suas causas, da Justiça do seu trabalho, da Alegria dos resultados e da Audácia sempre presente.
Uma “Semana pela Vida” na Europa (com promessa de continuar) é seguramente uma grande esperança de que todos sejam “Uno di noi”, “One of us” ou “Um de nós” por isso, NÃO BAIXAREMOS OS BRAÇOS!