Missão |
André Oliveira, jovem missionário do Brasil
De Belo Horizonte até Deus
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André Oliveira nasceu em Belo Horizonte, Brasil. A aventura própria da juventude fê-lo voar até Portugal, integrando um intercâmbio entre Universidades. Aquando da sua chegada não imaginava que esta mudança seria muito mais que geográfica, seria sobretudo um caminho de grandes transformações proporcionadas pelo reencontro com Deus. Hoje, trabalha em Lisboa, na FEC – Fundação Fé e Cooperação.

 

A infância e adolescência em Belo Horizonte, Brasil

André Oliveira tem hoje 27 anos. Nasceu a 20 de Fevereiro de 1985, na cidade de Belo Horizonte, Brasil. Filho de pais católicos, cedo foi baptizado. Frequentou a catequese, fez a primeira comunhão e desligou-se da igreja.

A infância e a adolescência foram vividas com altos e baixos. André recorda que “desde muito cedo” teve que “aprender com as experiências da vida”. Aos 14 anos começou a trabalhar para garantir algum sustento da família. Aos 16 anos assiste ao divórcio dos pais. Completa o ensino secundário em regime noturno, de forma a conciliar os estudos com a vida laboral. Aos 20 anos entra na faculdade, no curso de Geografia, pois “acreditava que com este curso poderia ser um profissional independente”, podendo assim alcançar a autonomia ambicionada desde cedo. Ao mesmo tempo que frequenta a faculdade é invadido por uma grande vontade de estar com pessoas, de fazer caminho ao seu lado. Tinha uma única pretensão: ser útil. Só lhe faltava saber como…


A chegada a Portugal

É em Agosto de 2008, com 23 anos, que André parte para uma nova aventura, “meio à maluca”, afirma. Decide integrar um programa de intercâmbio entre Universidades e viaja até Portugal, para aqui dar continuidade aos seus estudos. Assegura que fez as malas e partiu com a mesma facilidade de quem visita um vizinho. Não fez planos. Aterrou no Porto, cidade que escolheu para estudar, sem ter alojamento reservado. Não tinha mapas da cidade. Não tinha contactos. Nem tão pouco tinha as ideias mirabolantes, próprias de quem embarca nestas aventuras. Não fez planos. “Simplesmente vim, como se algo mais forte que o meu próprio discernimento chamasse por mim”, observa.

Quando chega a Portugal, André está longe de imaginar que esta mudança seria muito mais que geográfica, seria sobretudo um caminho de grandes transformações proporcionadas pelo reencontro com Deus. E é na simplicidade de um cartaz, afixado na Faculdade de Letras, da Universidade do Porto, que André encontra a resposta à sua imensa vontade de ser útil. ‘Seja voluntário em África’, dizia o cartaz. Aquela mensagem, deixa-lhe uma profunda interpelação e uma grande inquietação, e leva-o até ao Centro Universitário dos Jesuítas – CREU, com o objectivo de saber como podia, também ele, ser voluntário em África.


Um caminho até Deus

André começa a conhecer e a integrar-se nas actividades do CREU. Aos poucos, foi chegando, foi-se ambientando e conhecendo pessoas e grupos de todos os tipos. “Era o começo de uma nova relação, mais do que tudo de uma nova relação com Deus.” Integra o grupo Grão e, depois de um período de formação, André parte em Julho de 2009 para São Tomé e Príncipe.

É na formação do Grão, imbuída na espiritualidade Inaciana, que André vivencia muitas experiências de fé. Faz exercícios espirituais, participa em fins-de-semana de auto conhecimento, cursos de fé e relações humanas. “Eu estava a aprender muito mais do que ser missionário, estava a aprender muitos valores humanos e cristãos”, recorda. É nesta altura que André se reencontra com Deus e regressa a Sua casa. Começou a ver a Igreja de forma diferente. Conheceu uma Igreja activa, militante, próxima, capaz não só de ensinar, mas também de aprender. “Foi um caminho maravilhoso que deu outro sentido à minha vida.”

No regresso da missão em São Tomé e Príncipe, André continua invadido por um sentimento de grande inquietação e percebe que aquele tempo vivido em São Tomé e Príncipe era apenas um começo. “Sentia que crescer numa relação com Deus era fundamental para crescer também como pessoa. Foi em Cristo que decidi assentar os meus valores, foi com Cristo que resolvi orientar-me para a vida”, garante.

Hoje, André divide o seu tempo entre Lisboa e Porto. Durante a semana trabalha na FEC, onde dá apoio a projectos na área da cooperação e educação para o desenvolvimento, “pois o entusiasmo por tentar fazer do mundo um lugar melhor e mais justo continua aceso dentro de mim”. Aos fins-de-semana regressa à sua cidade, o Porto, onde reencontra os amigos, a nova família que encontrou em Portugal. E continua a aprender, porque ainda há tanto que aprender… “De modo que sinto que a minha ignorância é, de alguma maneira, deliciosa! Pois deslumbro-me de cada vez que aprendo mais sobre o Pai”, afirma seduzido pelas constantes descobertas que, dia a dia, a vida lhe proporciona.

texto por Ana Patrícia Fonseca, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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