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A uma janela de Roma
“O Espírito Santo guia-nos a toda a verdade”
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O Papa Francisco convidou os cristãos a invocarem com mais frequência o Espírito Santo. Na semana em que canonizou os primeiros santos do seu pontificado, o Papa apelou à defesa da vida “desde a conceção” e rezou com o Papa Copta. Foi ainda publicado o Anuário Estatístico da Igreja.

 

1. A poucos dias do Domingo de Pentecostes (19 de maio), o Papa Francisco refletiu sobre o Espírito Santo. “O Espírito Santo, como promete Jesus, guia-nos a toda a verdade, guia-nos não só ao encontro com Jesus, plenitude da Verdade, mas guia-nos dentro da Verdade, faz-nos entrar numa comunhão cada vez mais profunda com o próprio Jesus, dando-nos a inteligência das coisas de Deus. E esta não a conseguimos atingir com as nossas forças. Se Deus não nos iluminar interiormente, o nosso ser cristãos será superficial”, referiu o Papa, durante a audiência-geral da passada quarta-feira, dia 15, convidando depois os cristãos a invocarem com mais frequência o Espírito Santo: “A verdade de Cristo de que o Espírito Santo nos ensina e nos dá, influência para sempre e totalmente a nossa vida quotidiana. Invoquemo-lo mais vezes para que nos guie pela estrada dos discípulos de Cristo”.

No final da audiência, o Papa Francisco renovou os seus apelos pela defesa da vida, como já o tinha feito no Regina Caeli de Domingo passado, e anunciou a sua intenção de visitar o Santuário de Nossa Senhora de Bonária, na ilha italiana da Sardenha, provavelmente em setembro, aludindo ao facto de existir entre a cidade de Buenos Aires e a de Cagliari uma história antiga de relação e tradição.

 

2. O Papa Francisco canonizou, no passado Domingo, dia 12 de maio, duas religiosas da América Latina e vários mártires italianos. São os primeiros santos do seu pontificado. As duas religiosas que agora são santas viveram no século XX. Uma delas, a irmã Laura Montoya (1874-1949), é a primeira santa da Colômbia, a outra santa é a mexicana Maria Guadalupe (1878-1963). Ambas fundaram congregações missionárias. Foi também canonizado um grupo de 801 mártires italianos, todos mortos no século XV por invasores otomanos, por se recusarem a renegar a fé cristã. Com esta canonização em massa, que foi aprovada ainda durante o pontificado de Bento XVI, o Papa Francisco torna-se o Papa com mais canonizações da história da Igreja.

Na homilia que proferiu na Praça de São Pedro, Francisco lembrou que a vida das duas religiosas deve interpelar a todos os cristãos: “São exemplos luminosos e lições que nos oferecem os santos que hoje proclamámos, mas também questionam a nossa vida de cristãos. Como é a minha fidelidade ao Senhor? Sou capaz de demonstrar a minha fé com respeito, mas também com coragem? Estou atento aos outros? Apercebo-me de quem passa necessidade? Vejo os outros como irmãos e irmãs a quem devo amar?”. O Papa pediu ainda a intercessão de Nossa Senhora. “Peçamos a intervenção da bem-aventurada Virgem Maria e de todos os novos santos, que o Senhor encha a nossa vida da alegria do seu amor”, concluiu.

 

3. O Papa apelou no Vaticano à defesa da vida humana desde “a sua conceção” e manifestou o seu apoio à petição europeia ‘Um de Nós’, pelo fim do financiamento de ações que destruam embriões humanos. “Saúdo os participantes na ‘Marcha pela vida’, que teve lugar esta manhã [de Domingo] em Roma, e convido a manter viva a atenção de todos sobre o tema tão importante do respeito pela vida humana desde o momento da sua conceção”, declarou Francisco, antes da recitação da oração do Regina Coeli, na Praça de São Pedro.

O Papa destacou ainda a recolha de assinaturas que decorreu nas paróquias italianas para apoiar a iniciativa europeia ‘Um de Nós’, promovida para “garantir proteção jurídica ao embrião, tutelando cada ser humano desde o primeiro instante da sua existência”. A petição tem entre os seus promotores a Federação Portuguesa pela Vida, e tem como objetivo recolher um mínimo de 16500 assinaturas no país.

O Papa Francisco recordou ainda a jornada mundial do ‘Evangelho da Vida’ (Evangelium Vitae, encíclica de João Paulo II sobre “o valor e a inviolabilidade da vida humana”), inserida no Ano da Fé, que vai decorrer a 15 e 16 de junho, no Vaticano, convocando “quem tem no coração a defesa da sacralidade da vida humana”.

 

4. O Papa Francisco rezou, no Vaticano, com o Papa Copta. Foi na sexta-feira, 10 de maio, num momento que decorreu na Capela Redemptoris Mater, localizada no interior do Palácio Apostólico. O Papa Francisco saudou o líder da igreja ortodoxa copta do Egito, Papa Tawadros II, na primeira reunião deste tipo no Vaticano em 40 anos, dizendo que a visita “fortalece os laços de amizade e fraternidade entre as duas igrejas”. As Igrejas Católica e Copta separaram-se no século V, por causa de diferenças teocráticas.

 

5. O Vaticano apresentou esta semana a nova edição do Anuário Estatístico da Igreja, revelando que em 2011 o número de católicos passou de 1196 para 1214 milhões, o que representa um aumento de 1,5% num ano. O ‘Annuarium Statisticum Ecclesiae’, entregue ao Papa Francisco juntamente com o Anuário Pontifício 2013 (que privilegia nomes e biografias do pessoal eclesiástico), assinala que o aumento no número de católicos ultrapassa o crescimento da população mundial (1,23%) e que a sua percentagem nos habitantes do planeta se situa nos 17,5%. A publicação da Central de Estatísticas da Igreja, da Santa Sé, revela que o aumento dos católicos em África se situou nos 4,3% e nos 2% na Ásia, crescimento que na América e na Europa se situou pelos 0,3%, valor igual ao do crescimento populacional.

O Anuário Pontifício, por sua vez, regista também a curiosidade da presença de dois Papas no Vaticano: Francisco, “Bispo de Roma e Sumo Pontífice da Igreja Universal, Primaz da Itália, Arcebispo e Metropolita da Província Romana”, e Bento XVI, “Sumo Pontífice Emérito”.

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