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A uma janela de Roma
“Respeitar e cuidar da criação”
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O Papa falou da crise humana. Na semana em que recordou João XXIII, Francisco presidiu à Adoração Eucarística, rezou com crianças vítimas de cancro, pediu à ONU que tenha sempre presente a crise económica mundial e foi convidado a visitar Cabo Verde.

 

1. Uma multidão de cerca de 90 mil peregrinos recebeu em júbilo o Papa Francisco, na manhã de quarta-feira, 5 de junho, Dia Mundial do Ambiente, para a audiência-geral. O Papa considerou que a crise, que hoje se vive, reflete-se no ambiente, mas é sobretudo uma crise humana. “Há homens e mulheres sacrificados aos ídolos do lucro e do consumo: é a cultura do desperdício. Se se avaria um computador é uma tragédia, mas a pobreza, as necessidades, os dramas de tantas pessoas acabam por entrar na normalidade...”. O Papa convidou ainda os fiéis à ação: “Gostaria que tomássemos, todos, o sério empenho de respeitar a e cuidar da criação, de sermos atentos a cada pessoa, contrastarmos a cultura do desperdício, para promover uma cultura da solidariedade e do encontro”.

 

2. O Papa Francisco exaltou, no dia 3 de junho, a memória e o exemplo de João XXIII, que morreu há precisamente meio século. Angelo Roncalli, que ficou conhecido como ‘o bom Papa’, teve enorme influência na história da Igreja, ao convocar o Concílio Vaticano II. Durante a sua habitual missa da manhã, Francisco recordou o agora beato João XXIII como um “modelo de santidade”, que obedeceu ao Senhor e o adorou. Na mesma celebração Francisco chamou atenção para os “cristãos corruptos”, afirmando: “Cuidado com os cristãos corruptos, que pensam que a Igreja é sua e adoram-se a si mesmos”. O Papa explicou depois que “os corruptos esquecem o amor de Deus, estão apaixonados por si mesmos”.

 

3. O Papa Francisco presidiu na tarde de Domingo, na Basílica de São Pedro, à Adoração Eucarística simultânea a nível mundial. O evento, inserido no âmbito do Ano da Fé convocado por Bento XVI em outubro passado, foi realizado no dia em que é festejado o Corpo de Deus. Milhares de fiéis presentes em Roma estiveram unidos em adoração e em sintonia com fiéis de todo o mundo. O Papa Francisco havia indicado duas intenções para este momento de oração: “Pela Igreja espalhada em todo o mundo e hoje em sinal de unidade, recolhida na Adoração da Santíssima Eucaristia”; e “por todos aqueles que nas diversas partes do mundo vivem no sofrimento devido às novas formas de escravidão e são vítimas de guerras, do tráfico de pessoas, do narcotráfico e do trabalho escravo; pelas crianças e mulheres que são submetidas a todo o tipo de violência”.

Ainda no Domingo, da parte da manhã, no final da oração do Angelus, o Papa lamentou o conflito que se arrasta há mais de dois anos na Síria e que “afeta especialmente a população desarmada, que aspira a uma paz na justiça e na compreensão”. “Quero assegurar as minhas orações e a minha solidariedade pelas pessoas raptadas, bem como os seus familiares, e faço um apelo à humanidade dos sequestradores, para que libertem as suas vítimas”, referiu Francisco.

 

4. O Papa encontrou-se, dia 31 de maio, com um grupo de crianças com cancro, na capela de Santa Marta, no Vaticano. Vinte e duas crianças, algumas delas gravemente doentes, foram em peregrinação ao Santuário de Lourdes com os pais e de lá escreveram uma carta com desenhos para o Papa, a dizer que rezavam por ele. Francisco recebeu-as no Vaticano e rezou um Pai Nosso e uma Ave Maria com os jovens. O Papa pediu-lhes para rezarem por todas as crianças doentes no mundo e também pelo próprio Bispo de Roma.

No encontro, que durou cerca de meia hora, uma menina foi porta-voz das outras crianças e disse que é muito melhor ver o Papa ao vivo do que na televisão e pediu-lhe uma bênção também para os pais de modo a que tenham sempre um sorriso tão bonito como o de Francisco.

 

5. O Papa Francisco pediu ao presidente da assembleia geral das Nações Unidas, Vuk Jeremic, que a ONU tenha sempre presente a crise económica mundial e que nunca se esqueça de respeitar o ambiente nem de reduzir a distância entre ricos e pobres. Na audiência de dia 31 de maio, no Vaticano, também foram abordadas questões relacionadas com a resolução pacífica dos conflitos internacionais, com especial destaque para o Médio Oriente e a grave situação de emergência humanitária causada por estes conflitos. O Papa reafirmou o contributo da Igreja Católica na promoção da paz, da dignidade humana integral e de uma cultura do encontro, desejando que estes valores possam inspirar os debates e deliberações da ONU. De acordo com o serviço informativo da Santa Sé, Francisco e o responsável sérvio sublinharam a necessidade de acabar com a violência que marca o quotidiano de países como Israel ou a Síria e solucionar as “emergências humanitárias” que alastram naquela região.

 

6. O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, convidou o Papa a visitar o país assim que possível. O chefe de Estado cabo-verdiano foi recebido por Francisco na manhã de segunda-feira, dia 3, uma semana antes da assinatura de uma Concordata inédita entre o arquipélago e a Santa Sé.

A 1 de junho o Papa tinha recebido em audiência o presidente do Uruguai, José Mujica. Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Lombardi, a conversa durou 45 minutos e foi a mais longa concedida pelo novo Papa argentino. De acordo com o comunicado do Vaticano, o Papa e o presidente uruguaio conversaram sobre “assuntos de interesse comum, como o desenvolvimento do ser humano, o respeito aos direitos humanos, a justiça e a paz social”, além do papel da Igreja Católica para a “paz internacional e para os serviços que presta à sociedade nos planos da assistência e educação”.

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