Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Deus confia em nós
Tenho, cada vez mais, a certeza de que nos encontramos num momento de viragem não apenas epocal (de um modo de viver a outro, tal como, por exemplo, a Europa mudou da Idade Média para a Idade Moderna) mas mesmo uma viragem civilizacional.

A Europa e todo o mundo ocidental, tal como os conhecemos – com os seus valores, as conquistas realizadas em termos de cultura e ciência humanas, a segurança na saúde e na velhice, a garantia de trabalho para todos, o respeito dos direitos humanos (apesar dos muitos atentados que a eles são cometidos todos os dias), encontram-se, tudo indica, no momento de se encaminharem para o desaparecimento.

A minha grande questão continua a ser até que ponto as comunidades cristãs são ou não capazes de constituir o gérmen desse mundo novo que, inevitavelmente surgirá: se têm vitalidade, entusiasmo, se vivem suficientemente da fé para constituírem o ponto de partida de um novo modo de viver.

Um destes dias expus estas minhas preocupações a uma pessoa amiga. A resposta à minha interrogação não se fez esperar: é claro que somos; se não fossemos capazes de estar à altura desses desafios, Nosso Senhor não nos tinha criado neste tempo!

É verdade que, olhando talvez demasiado racionalmente, para as nossas comunidades cristãs, nem sempre encontramos nelas a vitalidade do Espírito Santo; mas é igualmente verdade que Deus sabe tirar força daquilo que parece fraqueza humana. Aliás, não são raros os sinais dessa vitalidade da fé. Pelo contrário: basta ter os olhos e o coração abertos para nos surpreendermos com os sinais que o próprio Deus nos dá, e que se traduzem em tanta gente que procura viver, consciente e plenamente a sua vida cristã.

É certo que o mundo novo não o encontraremos nunca sobre esta terra. É verdade que a interrogação de Jesus sobre se, quando regressar, o Filho do Homem encontrará fé sobre a terra (Lc 18,8) é uma realidade. Mas é igualmente verdade que Deus tem também confiança em nós, cristãos, e que não nos irá faltar com todas as graças necessárias, não para construir o paraíso – isso é algo que não existe aqui, na terra e na história, nem é construção humana – mas para construirmos um mundo que a todos ajude a encontrá-Lo e a louvá-Lo cada vez mais e melhor.

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