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O descanso é tão importante que o redator do livro do Génesis sentiu mesmo necessidade de o identificar com uma das principais criações de Deus (cf Gn 2, 2-3). É tão importante, que Jesus convidava os seus discípulos a retirar-se para orar e descansar. A referência ao descanso na Bíblia não é apenas para alívio do cansaço físico, mas sobretudo para rejuvenescimento espiritual. Jesus convida-nos a aproximar-nos dele para aliviar o nosso cansaço: «Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito.» (cf Mt 11,29) O descanso que Jesus nos oferece prepara-nos para entrar no repouso de Deus, que nos foi prometido (cf Hb 4,10).

As férias são o tempo favorável ao descanso, são a pausa necessária para aliviar o cansaço físico e ganhar energia. Mas também são tempo de serenar o coração, procurar estar em paz consigo mesmo e com os outros. Mais do que tempo de fazer, as férias são tempo para estar. São tempo de amar e ser amado e, sobretudo, tempo de Deus, que não pode ser afastado das nossas férias! Devemos fazer férias com Deus, não férias de Deus.

 

Férias em família

Com o regresso de férias ao bulício do dia a dia, importa olhar para o Verão como um período de encontro em família que nos proporciona uma aproximação, por vezes dificultada pela escassez de tempo que marca o resto do ano. Na rubrica familiarmente de Setembro apresentamos três testemunhos da forma como as famílias valorizam cristãmente o tempo de férias. Viver e valorizar as férias em família implica olhar para a forma como conciliamos a vida de oração, o tempo para o casal, para os filhos, ou para outras atividades, de modo a fazer escolhas que contribuam para a edificação da família.

 

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Férias das aves nas águas do Atlântico

 

Nestas férias acompanhámos em direto a tradicional migração de uma família de patos rumo às praias do oeste.

Os progenitores e as suas duas crias, deixando para trás a sua rotina, rapidamente se instalaram e começaram a chapinhar nas frescas águas do Atlântico.

Por aqui os dias começam cedo. Depois de um alegre, embora por vezes birrento despertar, nada melhor que um bom pequeno-almoço para o dia começar.

Os quase 1500 metros que separam o ninho da praia, possibilitam conversas, jogos e brincadeiras, antevendo um dia cheio de coisas boas para mais tarde recordar.

O dia desta família fica ainda mais bonito quando pouco a pouco, ao seu redor a areia se vai cobrindo com as coloridas toalhas daqueles que os vêm visitar para com eles partilhar a alegria de serem amigos.

No regresso ao aconchego do seu ninho os pequenos patinhos, exaustos mas felizes agradecem a Jesus os bons momentos que viveram e os seus pais, com um beijinho de boa noite, sussurram-lhes ao ouvido: - Amo-vos muito e que Deus vos proteja.

Terminamos assim a nossa reportagem, onda após onda, maré após maré o sol continua a brilhar fazendo desabrochar o amor e a amizade em cada lar.

Patos & Ca (Carla, Nuno, Lucas e Maria)

 

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Férias: Tempo privilegiado para ser família

 

Depois de um ano cheio de afazeres, eis que surge o tão desejado período de férias! Altura em que descansamos, viajamos, vamos à praia, estamos juntos, a tempo inteiro, em família. Pensando na forma como vivemos as férias, em família, vem-nos à mente o Salmo 127 “Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda... Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá...”

Durante todo o ano são, infelizmente, poucas as horas passadas em família, provavelmente não mais de 2 ou 3 por dia de semana com todos acordados. Ao fim-de-semana, chegam as respectivas rotinas e correrias... as férias representam um período de paragem, de redescoberta da nossa própria família. Um tempo privilegiado para SER FAMÍLIA! Nestas férias descobrimos muitas coisas novas nos nossos filhos, parece que se desenvolvem mais no período de férias!! Ou nós nem sempre estivemos 100% atentos... que bom é redescobrir a família e a individualidade de cada um dos seus membros. Acima de tudo dar Graças a Deus pelo presente que somos uns para os outros, pelos 2 presentes que Deus nos deu – os nossos filhos, Pedro e Maria - e nos confiou para amarmos, cuidarmos e educarmos.

Os dias são assim, cheios de mimo, vontades feitas e muitas contrariadas, ralhetes e beijos, gargalhadas e algumas lágrimas dos mais pequenos que nem nas férias podem fazer tudo o que querem... acima de tudo na certeza que procuramos todos os dias que a nossa família seja um espaço de encontro, crescimento, “regado” de afecto e de carinho e fundada no amor.

Célia Santos, Nuno Carvalho, Pedro e Maria

 

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Férias, tempo de contactar outras comunidades

 

Pelas vicissitudes dos nossos trabalhos, as férias deste ano acabaram repartidas, o que combinado com o cansaço acumulado nos levou a procurar aproveitar todos os bocadinhos para mudar de ares. Todavia, entre trabalho e viagens, este verão foi um tempo rico de encontro em casal e em família.

Ao entrar em Setembro apercebemo-nos que desde o final de Junho que não estivemos um único Domingo na nossa paróquia, significando este verão também umas férias no encontro com a nossa comunidade, ainda que sempre presente na nossa oração. Porém, celebrar o dia do Senhor nas comunidades que visitamos é central nas nossas férias e é sempre ocasião de grande beleza. Na verdade, somos sempre tocados pelas comunidades que nos acolhem. Deste verão recordamos particularmente a alegria da Igreja brasileira, a devoção popular que se confunde com o orgulho minhoto de Viana do Castelo, a atenção ao que se passa no mundo que testemunhámos na comunidade da Covilhã, e a sempre impressionante disponibilidade para o acolhimento da paróquia de Albufeira. Assim, regressamos das férias revigorados na nossa vivência familiar e de fé graças à riqueza da partilha que nos traz entusiasmados por trabalhar em mais um ano pastoral.

Catarina e Nuno Luís Fortes

 

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Catequese Doméstica: “Deixo-vos a Minha Paz”

 

Naquele domingo foi a avó que lançou a confusão, lendo e questionando a seguinte passagem do evangelho “Pensais que eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.” (Lc 12, 50). Porque diz Jesus estas palavras tão duras?

Em família, como na sociedade, há sempre alguma divergência de opiniões e de convicções. Também em família, sabemos bem que alguns podem aceitar Jesus, aceitar seguir o Seu Caminho, Verdade e Vida, enquanto outros Lhe são indiferentes ou não aceitam mesmo a verdade da Pessoa de Jesus Cristo, nem vivem em conformidade com ela, criando, assim, conflitos e divisões. Porém, é em Igreja que aprendemos a avaliar, a saber distinguir o Bem do Mal, a identificar a Palavra de Deus como um meio sempre atual para a nossa conversão.

Entramos na Igreja pelo Batismo que, por vontade expressa do Senhor Jesus, nos é administrado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O Batismo é um acontecimento silencioso e tantas vezes esquecido, que mudou a nossa vida. Uniu-nos a Cristo, à Sua Pessoa, sobretudo à Sua morte e ressurreição.

Como definiu o Concílio Vaticano II, a Igreja é “um Povo que tira a sua unidade da unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (L.G. n.4). E essa unidade é a sua vocação e principal desafio, ainda imperfeitamente vivida, mas desejada e procurada: unidade de fé, unidade no amor, unidade de missão. Somos muitos e muito diferentes, mas quer Deus que sejamos um só, em Jesus Cristo. E essa é a garantia de reconhecermos um só Deus, nosso Pai, e de nos sentirmos movidos pelo mesmo Espírito, nas lutas da vida e nos desafios da missão.

A evangelização será apenas a proclamação de uma doutrina, o amor fraterno será apenas mera solidariedade, a oração limita-se à prece, mas só a Eucaristia reconduz a ação da Igreja à sua verdade fundamental, de cada vez que é celebrada e vivida com fé.

Porque em Deus o amor não é, apenas, uma das muitas expressões da Sua liberdade - Deus é amor - na nossa realidade humana, ao reconhecermos que somos muitas vezes tentados a abandonar os Seus Mandamentos, com fé, em cada eucaristia Lhe pedimos “não olheis aos nossos pecados, mas à fé da Vossa Igreja e dai-lhe a união e a paz”.

texto pela Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa
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