Missão |
Frei Pedro Miguel Santos
Um coração jovem ao Serviço do Senhor e da Humanidade
<<
1/
>>
Imagem

O nosso convidado de hoje, Frei Pedro Miguel Santos, fez a sua primeira profissão dos votos na Ordem de Santo Agostinho, no passado dia 28 de Agosto, na paróquia de São Domingos de Rana.

 

Um caminho de descoberta pessoal

Nascido numa família católica, Frei Pedro Miguel foi crescendo envolvido pela comunidade cristã. Escuteiro marítimo desde os 7 anos e membro de um grupo de pós-crisma, a Juventude Agostiniana Portuguesa na Paróquia de São Domingos de Rana, cedo aprendeu a viver o seu dia-a-dia tendo sempre como pano de fundo a fé. Ainda muito jovem, fez três viagens a Taizé na Semana Santa e agora recorda que nessa altura era “um jovem católico praticante, mas com as suas dúvidas e rejeições, mais de coração que de prática”.

 

“Não é Deus quem falta na minha vida?”

Após terminar um curso de multimédia no secundário, entrou para o IADE – Instituto de Arte, Design e Empresa, num curso noturno: “Nas longas horas do dia, sem conseguir entrar em qualquer trabalho, comecei a reparar que alguma coisa não estava a dar certo na minha vida… não me sentia tão feliz como tinha sonhado. Podia ser de várias coisas, como a inactividade que naquela altura tinha, mas o que é certo, é que isto foi um instrumento utilizado nas mãos de Deus para que nos encontrássemos”. E foi nesta procura de sentido e no meio de muitas interrogações que, numa noite, numa viagem de comboio a caminho para o IADE, surgiu a pergunta que viria a transformar a vida deste jovem: “Não é Deus quem falta na minha vida?” Hoje, recorda-nos a reação que sentiu logo após a formulação desta pergunta: “Assim que fiz a pergunta a mim próprio, a sensação de alegria que tive foi tão grande que me senti naquele momento o homem mais feliz à face da Terra! Não se podem descrever estes momentos, pois só quem põe a mão no fogo, é que sabe como queima”.

 

O desejo de partir em Missão

Certo de que Deus lhe pedia mais da sua vida, o jovem Pedro Miguel, recorda que foi ao ver um filme sobre a história de vida de Madre Teresa de Calcutá que sentiu o desejo de partir em Missão. E foi este ardor de coração que o levou ao encontro do sacerdote da Ordem dos Agostinhos que dirigia o grupo de jovens onde ele se encontrava. Na altura, não havia nenhum projeto de Missão a decorrer no qual ele pudesse partir e realizar a sua vontade, mas este encontro pessoal foi a porta aberta para um caminho maior para toda a vida. Começaram a falar sobre a Ordem dos Agostinhos, embora inicialmente, o agora Frei Pedro Miguel, tivesse imediatamente colocado de lado a hipótese de se tornar também ele Agostinho. No entanto, com o passar do tempo, foi conhecendo cada vez melhor esta proposta de Deus: “Sentia-me tão atraído a entrar, mas tinha receio de errar no caminho. Os dois anos que passaram foram para tirar dúvidas, ultrapassar medos, e não pude esconder que o plano para ter uma família foi bastante debatido, embora sempre soubesse que a possibilidade de entrar nos Agostinhos era mais forte”. Acima de tudo, o jovem Pedro Miguel foi percebendo que Deus caminhava ao seu lado e tinha para ele um projeto de felicidade. E para o ajudar a ultrapassar as dúvidas e incertezas naturais do caminho, Deus foi-se manifestando através de pequenos sinais. Ele recorda-nos um desses sinais: “Um dia, num parque, encontrei-me com uma rapariga que estava a vender porta-chaves para ajudar crianças com SIDA. Eu estava apressado, mas algo dentro de mim fez-me parar e voltar para trás para comprar o porta-chaves. Quando me aproximei e perguntei quanto era, a rapariga respondeu-me e deu-me um, e logo a seguir, um pouco atrapalhada, perguntou-me se podia fazer-me uma pergunta. Respondendo-lhe que sim, ela perguntou-me o que eu andava a estudar, e eu respondi-lhe multimédia. E insistiu comigo perguntando se eu era católico, e respondendo que sim ela retorquiu: ‘Ah, eu não sei porquê, mas, não estás a pensar entrar no seminário?’”.

 

Uma longa caminhada

Com a decisão tomada de conhecer melhor a vontade de Deus para a sua vida, Pedro Miguel entrou para o Noviciado no Mosteiro de La Vid, numa pequena aldeia ao sul de Burgos, Espanha. Aí encontrou uma comunidade de cinco noviços muito diferentes uns dos outros: um espanhol de 24 anos, um sacerdote argentino de 58 anos, um italiano de 34, um guineense de 33, e um checo de 25. “Não foi fácil conciliar tantas culturas, de diferentes idades e formação teológica, mas foi sobretudo um ano de grande aprendizagem para aprender a viver em comunidade”.

No dia 28 de Agosto, Frei Pedro Miguel Santos fez a sua profissão dos votos simples, num “momento de grande emoção vivido com alguma serenidade, mas muita felicidade! Foi o começo de uma longa caminhada na aventura do Serviço ao Senhor e à Humanidade”.

texto por Emanuel Oliveira Soeiro, FEC – Fundação Fé e Cooperação
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES