20.10.2013
Missão |
Pe. Carlos Alberto Nunes, Missionário Comboniano
Todas as obras de Deus nascem e crescem aos pés da Cruz
O nosso convidado de hoje é o Pe. Carlos Alberto Nunes, Missionário Comboniano, com uma história de vida marcada pela missão, que alarga o nosso horizonte de vida até às terras distantes da Zâmbia.
Das Beiras para o Mundo
O Pe. Carlos Alberto Nunes é natural do Sabubal, na Diocese da Guarda. Desde cedo aprendeu o sentido e o valor de uma vida em comunidade, uma vez que é o quarto de cinco filhos. Entrou para o Seminário dos Combonianos em Viseu e daí passou para o Noviciado em Santarém e mais tarde prosseguiu os seus estudos de Teologia no Missionary Institute of London. Foi na capital britânica que foi ordenado diácono pelo Cardeal Hume e regressou depois a Portugal onde foi ordenado sacerdote no castelo de Sabugal por D. António dos Santos, no dia 15 de Julho de 1984. Hoje, o Pe. Carlos Alberto Nunes recorda-nos o momento marcante da sua ordenação: "Lembro-me de estar prostrado conforme o ritual e sentir o calor do sol como senti mais tarde em África." Depois da ordenação, o Pe. Carlos Alberto recebeu a missão de coordenar a promoção vocacional da comunidade comboniana em Portugal.
O Evangelho no dia-a-dia na Zâmbia
O Pe. Carlos Alberto classifica a vida missionária como uma "nobre aventura". Depois do trabalho de acompanhamento vocacional no norte de Portugal, o nosso convidado de hoje partiu para a Zâmbia onde assumiu a missão de Diretor das Obras Missionárias Pontifícias da Arquidiocese de Lusaka: "Foi um trabalho maravilhoso. Especialmente o trabalho com a Infância Missionária e seus animadores. Ali, apesar das dificuldades que enfrentámos, senti que partilhámos o Evangelho da Alegria e da Esperança." Hoje, recorda-nos com especial carinho e saudade o momento da sua despedida onde teve um encontro com mais de 3000 crianças! É com igual emoção que recorda um momento muito recente vivido já em Portugal. Na passada semana, durante a Peregrinação Internacional Aniversária de Outubro em Fátima, o Pe. Carlos Alberto teve oportunidade de receber e acompanhar uma peregrinação de 28 pessoas que vieram da Zâmbia até este santuário mariano. Foi uma oportunidade de "retribuir o espírito hospitaleiro com que também fui recebido". Em Fátima, puderam "celebrar a missão que é ir e vir, partilha de fé e de dons de amizade, comunhão e fraternidade".
"Todas as obras de Deus nascem e crescem aos pés da Cruz"
Esta frase de D. Daniel Comboni é para o Pe. Carlos Alberto uma síntese do seu tempo de missão. É junto à Cruz que este missionário encontra a fonte da sua ação e dos seus projetos. "Nem sempre é fácil 'parar', com tanto para fazer... perco-me no caminho". Mas é precisamente "parando junto à Cruz" que este missionário recorda o sentido da sua missão, da sua vocação.
Três rostos vivos do Evangelho
O Pe. Carlos Alberto recorda-nos, do seu percurso de vida, três pessoas que o marcaram na sua caminhada humana e cristã. Durante o tempo que esteve em Londres conheceu o casal Richard e Mónica Menten. Quando regressou a Londres, já como padre, acompanhou os momentos finais da doença terminal de Richard. Mais tarde, já quando estava na Zâmbia, recebeu um telefonema de Mónica: "Estou a pensar vender uma casa para vos ajudar a cuidar dos órfãos de que me tens falado. Eu não tive filhos porque assim foi a vontade de Deus. Agora quero ajudar essas crianças que já não têm pais." Ainda hoje esse dinheiro continua a ser fundamental para ajudar muitos órfãos que vivem em pobreza extrema. Outro rosto marcante na vida do Pe. Carlos Alberto, foi o do pequeno David, uma criança de 9 anos, sempre alegre e bem-disposta que passava todos os dias pelo portão do seminário em Balaka, no Malawi. "Estranhamente não o vi durante uma semana. No domingo seguinte, quando regressava da missa numa aldeia, alguém da família me disse que o David tinha morrido. Não queria acreditar. Disseram-me que tinha tido uma insuficiência urinária. A mãe dele disse-me: 'O David bem disse: ide chamar o Pe. Carlos que eu já fico bom'. Senti um arrepio no coração..." Um outro rosto que continua a marcar o percurso de vida do Pe. Carlos Alberto é o de Amai Rosália, uma "velhina que nunca falta à missa e todos os dias reza pelos missionários e missionárias que partiram para outras terras." No dia em que o Pe. Carlos se despediu da comunidade, ela aproximou-se do altar e disse-lhe: "Tu agora vais para junto dos teus irmãos em Portugal. Diz-lhes que rezem por nós e nós também rezamos por eles".
O regresso a Portugal
Em Agosto de 2012, o Pe. Carlos Alberto chegou ao Patriarcado de Lisboa e, desde então, tem procurado acompanhar vocacionalmente os jovens que desejam conhecer melhor a comunidade comboniana.
texto por Emanuel Oliveira Soeiro, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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