Missão |
Ângela Roque
Testemunha e relatadora da história
<<
1/
>>
Imagem
Ângela Roque é alfacinha. Em Lisboa nasceu, cresceu, estudou, fez o seu percurso cristão e trabalha. Jornalista na Rádio Renascença (RR) há 25 anos, assume a profissão como uma missão que Deus lhe confia e, seguindo a linha editorial da Emissora em que trabalha, preocupa-se em fazer uma leitura cristã dos temas que aborda.

 

Escuteira sem lenço nem farda

Ângela nasceu na Freguesia dos Mártires, coincidentemente, a mesma freguesia onde trabalha há 25 anos. O seu percurso cristão foi feito na Paróquia da Sé, pela qual sente um carinho muito especial. Aí foi batizada, fez a Primeira Comunhão, a Profissão de Fé e o Crisma, participou no grupo de jovens e deu catequese. Comprometida com a vida da sua comunidade cristã, queria ser escuteira. A ideia não agradava ao pai e Ângela nunca chegou a participar do movimento escutista. “O meu percurso foi o de simples paroquiana numa igreja especial como é a Sé de Lisboa.” Mais tarde, foi também na Sé que casou e batizou as suas duas filhas, Ana e Beatriz. Hoje, revela com orgulho que ambas integram o Corpo Nacional de Escutas, onde o marido também já foi dirigente. “E eu sinto-me uma escuteira, embora sem lenço nem farda”, confessa.

 

Entre as artes, as letras e a rádio

Em criança, Ângela Roque queria ser arquiteta ou fazer o curso de Belas Artes e gostava muito de escrever. Ser jornalista, ou trabalhar na rádio, nunca foi um sonho de infância. No entanto, quando estava a terminar o 12º ano soube da abertura de um curso de formação para jornalistas e locutores de rádio. Mas chegou tarde. Quando se inscreveu, já não havia vagas. “Lembro-me de ter saído das instalações a pensar: ‘Nunca tenho sorte nenhuma!’. Mas mudei radicalmente a minha perspetiva sobre o que é “a sorte”, e sobre como devemos confiar sempre, quando quinze dias depois houve uma desistência e eu fui chamada”, recorda. O curso durou seis meses. Findo o curso, começou a trabalhar como jornalista estagiária na RR, tinha então 20 anos e era a mais nova da redação.

Quando chegou o momento de optar por uma área académica, escolheu o curso de Línguas e Literaturas Modernas, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Preparava-se para ser professora de Português e Inglês. No entanto, o trabalho na redação da rádio foi de tal forma aliciante e absorvente, que já não conseguiu deixar o jornalismo. No próximo ano, Ângela Roque celebra as bodas de prata na Estação. Como costuma dizer, já mais de metade da sua vida foi passada na RR.

 

A família como porto de abrigo

A profissão que Ângela exerce é exigente, sobretudo no que respeita aos horários. A rádio transmite noticiários 24 horas por dia, 365 dias por ano, o que faz com que seja muito difícil conciliar o trabalho e a vida familiar. Muitos dos seus fins-de-semana, feriados e serões são passados na redação. É o seu marido e os seus pais que lhe dão o apoio necessário para fazer uma gestão serena da sua carreira profissional e, ao mesmo tempo, do seu papel de mãe e esposa. A sua família é o seu porto de abrigo.

 

Jornalista, um historiador do presente

Ângela recordará para sempre o ano em que começou a trabalhar. 1989 ficou marcado na história mundial pelo massacre em Tiananmen e pela queda do muro de Berlim. Sentir o pulsar da história para dar notícia dos acontecimentos, faz com que “desde o primeiro dia me sinta testemunha e relatadora da História. Afinal, como alguém disse, o jornalista ‘é um historiador do presente’”, afirma. No Grupo Renascença já assumiu diversas funções. Já foi responsável pela edição de noticiários na RR, na RFM e na Rádio Sim. Teve oportunidade de acompanhar as áreas de bioética e das ciências da vida. Na década de 90, nos anos quentes das manifestações juvenis, foi responsável pela área da Educação, função que exerceu durante 10 anos. Foi repórter parlamentar, apesar de não se sentir atraída pelo jornalismo político. Desde 2009, é responsável pela Editoria de Assuntos Religiosos, cargo que aceitou com espírito de missão. Atualmente assegura, também, alguns espaços de entrevista e debate.

 

Leitura cristã da atualidade

Ângela explica-nos que na RR não há um noticiário específico de religião. “O que tentamos é pontuar a nossa informação ao longo do dia com notícias da Igreja e fazer uma leitura cristã da atualidade.” O grande desafio da Emissora é, precisamente, falar de religião numa linguagem que todos compreendam, ao mesmo tempo que comunica a visão cristã do mundo. Para Ângela Roquem trabalhar na RR tem sido um privilégio. Aqui tem conhecido pessoas e instituições que, no anonimato das suas ações, não se resignam e trabalham para que outros possam ter vidas mais dignas. “E o país precisa de boas notícias, da esperança que é dada pelo exemplo de tanta gente que não se resigna perante as dificuldades. O país precisa destes exemplos de fé.”

texto por Ana Patrícia Fonseca, FEC – Fundação Fé e Cooperação
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES