Missão |
Susana Vilas Boas
“Quando o nosso sonho vem de Deus e não de uma vontade humana, tudo é possível!”
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A nossa convidada de hoje chama-se Susana Vilas Boas e é uma jovem de 31 anos que, desde cedo, sonhava participar na construção de “um mundo melhor”.

 

A descoberta

Susana era ainda muito jovem quando o sonho de partir para África invadiu o seu coração. Na altura, os vários Institutos Missionários começaram a criar uma vertente laical e, por isso, Susana procurou encontrar qual o instituto em que melhor se enquadrava. Encontrou a resposta numa frase de Daniel Comboni, fundador dos Missionários Combonianos: “Salvar a África com a África!”. Para a jovem com o coração repleto de esperança e de vontade de partir, este mote seria o motor de arranque de uma grande aventura: “Os africanos como protagonistas do seu próprio desenvolvimento e da sua história. Estava longe de imaginar o quanto nos dá de alegria e de sofrimento esta divisa!”. Entusiasmada com a ideia de partir em missão, iniciou a sua formação com os Leigos Missionários Combonianos.

 

A preparação e a partida

“Não há caminhos fáceis. Felizmente, quando o nosso sonho vem de Deus e não de uma vontade humana, tudo é possível!” O tempo de formação com os Leigos Missionários Combonianos foi para Susana um tempo para “cortar amarras”, um tempo onde todas as seguranças (a vida familiar, a vida pessoal e social) são postas de lado e se caminha “rumo ao desconhecido tendo como única certeza Aquele que nos convida a trilhar este caminho”.

Após a formação, chegou o momento da partida. Susana recorda-nos este momento como o momento de se “lançar no desconhecido”, o momento em que se “sente a dor de deixar tudo para trás” e em que a decisão de partir parece uma loucura quando comparada com a segurança de ficar. Mas é precisamente esta dor de romper com as seguranças que torna a partida no “sinal de Amor que nos faz separar fisicamente do que amamos e conhecemos, para abraçar um mundo desconhecido na disposição de amá-lo.”

 

Dar a Vida

“O primeiro desafio para todo o missionário é fazer-se criança!”. Chegada a uma cultura completamente diferente, Susana recorda-nos que o primeiro desafio para qualquer missionário é o de tentar compreender e assimilar uma cultura desconhecida. No caso desta jovem, teve que procurar integrar-se numa cultura completamente diferente em plena floresta africana: os pigmeus. O primeiro trabalho de missão foi no dispensário que tinha sido construído para ajudar à integração dos pigmeus no sistema de saúde público. Neste sentido, os Leigos Missionários Combonianos procuravam servir de ponte entre esta população e o centro de saúde público local, proporcionando o acesso a medicamentos, a campanhas de vacinação e a programas de nutrição e de combate à epilepsia. Desenvolveram ainda um importante projeto de construção de poços em plena floresta, de modo a conseguirem obter água potável.

 

O regresso e os desafios

Em 2011, Susana chegou a Portugal e o comentário que mais ouvia na altura era: “Nem sabes em que crise estamos. Vai ser difícil encontrares trabalho!”. Contudo, conseguiu encontrar emprego um mês depois de ter voltado. “Na verdade, Deus sempre cuida dos que n’Ele confiam”, recorda-nos a nossa convidada.

Para Susana, a missão não terminou quando deixou o continente Africano. Hoje está plenamente envolvida na formação de outros voluntários que procuram responder ao mesmo desafio de partir com os Leigos Missionários Combonianos e procura também dinamizar diversas ações de angariação de fundos para apoiar os projetos no terreno, nomeadamente o projeto de promoção sanitária do povo pigmeu, no qual esteve envolvida durante 5 anos.

Hoje, o quotidiano de Susana é completamente diferente daquele que vivia com o povo pigmeu em plena selva africana. No entanto, o sentido de missão é o mesmo: “No meu quotidiano, vou vivendo e sentindo a missão da evangelização ao ritmo da nossa sociedade e das exigências que ela apresenta a todo o cristão. Encontro-me a tirar o mestrado integrado em Teologia, a trabalhar na Universidade Católica Portuguesa e na coordenação dos Leigos Missionários Combonianos. Uma missão, sem dúvida, diferente da vivida no coração da África, mas com o mesmo entusiasmo missionário que, de olhos postos em Cristo, não esquece os mais pobres e abandonados do nosso mundo.”

texto por Emanuel Oliveira Soeiro, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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