Missão |
Irmã Cândida
A vocação universal à santidade é possível e atual
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A Irmã Cândida da Costa Azevedo é natural de Quelimane, Moçambique. No seio de uma família numerosa de 11 irmãs, aprendeu da sua mãe “a pedagogia natural, a serenidade e a bondade com todos, que leva a acolher e a ser generosa sem olhar a quem”.

 

Desde cedo manifestou grande vontade de conhecer mais e de aprofundar os seus estudos. Pela sua grande insistência, os seus pais realizaram o seu desejo e colocaram-na na escola ainda antes da pequena Cândida ter idade suficiente para isso. Manteve sempre a mesma vontade e interesse em relação ao estudo o que a levou até à cidade da Beira, quando estava no 9º ano, para prosseguir os seus estudos.

 

O apelo franciscano

Foi na cidade da Beira que, na companhia de uma amiga (hoje Irmã Lúcia Alexandre), conheceu o Frei José Macieira (OFM) que orientava o grupo de jovens da Sé catedral, que, semanalmente, ia aprofundando a espiritualidade franciscana: “era uma alegria participar naqueles encontros dos jovens, ao mesmo tempo que me sentia profundamente interpelada pela vida e santidade do jovem de Assis.” Foi no seio deste grupo de jovens que surgiu o apelo vocacional. Frei Macieira convidou a jovem Cândida e a sua amiga Lúcia para serem religiosas. Após um tempo de reflexão, ambas aceitaram o convite para seguirem o exemplo de S. Francisco que tanto as fascinava.

 

Os primeiros votos

A jovem Cândida regressou a Quelimane, sua terra natal, para continuar os seus estudos, e foi lá que foi batizada no dia 6 de abril de 1985, e no ano seguinte recebeu o Sacramento da Confirmação. Foi também em Quelimane que Cândida teve que escolher qual a congregação na qual gostaria de ingressar e optou pelas Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, onde iniciou o Aspirantado em abril de 1987. Em dezembro de 1988, em tempo de guerra civil, partiu para Maputo para iniciar o Noviciado, onde frequentou também o Curso de Iniciação Teológica. Ao fim de dois anos, em dezembro de 1990, fez a sua primeira profissão religiosa.

 

Ao serviço da pessoa humana

Tudo apontava para que Cândida partisse para a África do Sul para continuar a sua caminhada vocacional. No entanto, foi surpreendida com o convite para partir para Portugal para continuar a sua formação religiosa e académica. Iniciou o curso de enfermagem em 1992, o qual viria a terminar em 1998, já depois de ter feito os seus votos perpétuos na sua terra natal no dia 11 de agosto desse ano, o dia de Santa Clara. Já com o curso de enfermagem, regressou a Maputo no final de 1998 para iniciar a sua missão no Hospital Central: “na linha do nosso carisma, além dos cuidados de saúde física, era minha preocupação também cuidar a nível espiritual, numa visão holística da pessoa. Lembro-me com emoção dum jovem na fase avançada da sua doença. Ajudei-o a ser batizado no hospital. Pouco depois veio a falecer pacificamente.”

 

Servir a Missão

A par da missão no hospital, a Irmã Cândida também deu formação aos estagiários com os quais foi estabelecendo uma relação de carinho e afeto, numa partilha constante de saberes e aprendizagens. Após uma estadia na cidade da Beira, a Irmã Cândida integrou a equipa do governo Provincial da Congregação em Moçambique, como Conselheira e Secretária, em 2007. Logo no ano seguinte, acolheu um novo convite que a fez rumar de novo a Portugal. Foi eleita no Capítulo Geral para fazer parte do governo geral da congregação como Conselheira Geral, na Apelação, perto de Camarate. Mesmo longe da sua terra natal, e inspirada pela Irmã Maria de São Francisco Wilson, fundadora da congregação, a Irmã Cândida continua a inspirar muitos jovens com o seu dinamismo missionário: “a nossa fundadora vem-nos lembrar que a vocação universal à santidade é possível e atual, vivendo-a no concreto do dia-a-dia em pequenas coisas que se tornam grandes pelo amor.”

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