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A uma janela de Roma
“Um pregador incansável da Palavra de Deus”
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O Papa Francisco recordou João Paulo II. Na semana em que se encontrou com milhares de cegos e de surdos, Francisco confessou-se em público e recebeu o presidente dos EUA. Foi também anunciado o programa da visita do Papa à Terra Santa.

 

1. No dia em que se completaram 9 anos da morte de João Paulo II, o Papa Francisco evocou o Papa polaco. “Imitando Cristo, ele foi para o mundo um pregador incansável da Palavra de Deus, da verdade e do bem, até mesmo com o seu sofrimento. Foi esse o magistério da sua vida, a que o povo de Deus respondeu com grande amor e estima. Que a sua intercessão reforce em nós a fé, a esperança e o amor!”, salientou o Papa ao saudar os peregrinos polacos presentes na Praça de São Pedro para a audiência-geral de quarta-feira, dia 2 de abril.

Entretanto, a menos de um mês da canonização dos Papas João Paulo II e João XXIII, a Santa Sé anunciou esta semana uma série de iniciativas que vão marcar os dias que se preveem de festa e de enchente em Roma. Foi confirmado que não haverá passes especiais para se entrar na Praça de São Pedro. A regra vai ser: os primeiros a chegar, ficam mais à frente… e o mais provável é encherem as ruas circundantes, onde haverá ecrãs especiais. Os jovens são convidados para um encontro na terça-feira, dia 22 de abril, antes da canonização, na Basílica de São João de Latrão, e no sábado, dia 26, haverá vigílias de oração em 11 igrejas paroquiais de Roma. O clima é de festa, como explicou em conferência de imprensa o Cardeal Vigário Agostino Vallini. “Posso dizer-vos como Roma vive este evento espiritual, porque é a festa da santidade. A relação que João XXIII e João Paulo II tiveram com a Igreja de Roma, da qual foram Bispos, era uma relação muito próxima, a começar pelo seu estilo, com o qual exerceram o seu ministério. Estilo de proximidade, de acolhimento para com as pessoas da comunidade eclesial e também para com o homem enquanto tal. Há um fio condutor que liga estes dois pontífices: a sua fé. As canonizações são uma graça de Deus. Nelas, o Senhor mostra-nos isso, apontando como modelos de vida cristã, dois homens de fé”.

Destaque também para a plataforma digital, com um site oficial (www.2papisanti.org), e presença nas redes sociais Facebook, Twitter, Instagram e YouTube, além de uma aplicação com o título ‘Santo Subito’.

 

2. O Papa recebeu em audiência, no passado sábado, 29 de março, milhares de cegos e de surdos. “Eis as duas culturas opostas: a cultura do encontro e a cultura da exclusão, do preconceito. A pessoa doente ou com deficiência, a partir da sua fragilidade, do seu limite, pode tornar-se testemunha do encontro: o encontro com Jesus, que abre à vida e à fé e ao encontro com os outros, com a comunidade”, afirmou Francisco, perante seis mil pessoas, e com as palavras sempre traduzidas para língua gestual de vários países. “Com efeito, só quem reconhece a própria fragilidade, o próprio limite, é que pode construir relações fraternas e solidárias, na Igreja e na sociedade", garantiu o Papa.

 

3. Durante a celebração penitencial a que presidiu, na Basílica de São Pedro, no passado dia 28 de março, o Papa saiu do seu lugar e ajoelhou-se num dos muitos confessionários da basílica para se confessar. Foi a primeira vez que tal aconteceu em público. “Todos somos pecadores, mas podemos pedir perdão”, tinha dito, poucos minutos antes. Depois, Francisco deu o exemplo e foi-se confessar. Em seguida, ele mesmo sentou-se num confessionário para confessar. A iniciativa foi desencadeada pelo Papa, com o nome ‘24 horas para o Senhor’ e convidava todos a aproximarem-se do sacramento da penitência. “Com o perdão, o coração renova-se e rejuvenesce. O nosso pai nunca se cansa de amar. O nosso pai espera-nos sempre. Não só nos deixa a porta aberta: espera-nos; perdoa-nos. E mais ainda: faz uma festa! Se tu vens com toda a tua vida, com tantos pecados… Ele, em vez de ralhar contigo, faz uma festa!”, assegurou o Papa Francisco.

 

4. Os sorrisos marcaram o primeiro encontro do Papa Francisco com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na manhã do dia 28 de março. “É tão bom vê-lo”, afirmou Obama, sentado à frente de Francisco. O encontro público durou breves instantes, durante os quais o Papa se limitou a sorrir e a ouvir os cumprimentos de Obama. Depois deste momento, os dois dirigiram-se para um encontro à porta fechada, durante cerca de 50 minutos. Durante a troca de ofertas, Obama desafiou o Papa: “Se tiver oportunidade, venha à Casa Branca ver o jardim”. Francisco respondeu: “Nunca se sabe”. Segundo uma nota de imprensa da Santa Sé, a liberdade religiosa, as leis dos Estados Unidos que chocam com as convicções da Igreja Católica e a imigração foram alguns dos temas discutidos. Em conferência de imprensa, o presidente norte-americano disse ter ficado “grato” por ter conversado com o Papa sobre “a responsabilidade que todos partilhamos de cuidar de quem mais precisa, dos mais pobres e dos excluídos”. “Como toda a gente no mundo inteiro, fiquei muito comovido pela sua compaixão”, afirmou.

 

5. A Santa Sé divulgou o programa da viagem do Papa à Terra Santa, de 24 a 26 de maio. Trata-se de uma visita curta mas com uma agenda preenchida. Começa na Jordânia, mas no segundo – ao contrário das visitas dos outros Papas que entraram na Palestina através de Israel – Francisco vai de helicóptero diretamente para a Palestina e aterra em Belém. E Domingo, 25 de Maio, aterra oficialmente em Israel (também de helicóptero) no aeroporto de Tel-Aviv. Novidade nas etapas da viagem, o encontro com refugiados e jovens portadores de deficiência numa igreja da Jordânia; a saudação às crianças de três campos de refugiados e o almoço com famílias da Palestina no convento franciscano junto à gruta de Belém; e a missa que vai celebrar na sala do cenáculo em Jerusalém.

Destaque ainda para o motivo principal desta peregrinação de Francisco à Terra Santa, que terá lugar Domingo ao final da tarde: o encontro em Jerusalém com o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla para assinalar os 50 anos de um encontro histórico, exatamente no mesmo lugar, realizado por Paulo VI e o Patriarca Atenágoras.

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