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Da Páscoa brota a vida para a Família
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O grande anúncio cristão é a morte e ressurreição de Jesus que nos revela plenamente o plano salvífico de Deus. Perante este kerygma só podemos olhar para a vida de todos como dom especial criado para a comunhão com Deus, o que a faz verdadeiramente sagrada. Como realidade sagrada que é, tem de ser respeitada e bem tratada na sua integralidade, da conceção à morte, pois desde a conceção que somos criaturas de Deus que vivem todo o percurso na história como um caminho de conversão que nos prepara para a nossa páscoa pessoal que será o momento da nossa morte. Assim, o respeito pela vida interpela-nos particularmente neste mês, em que nos aproximamos da Páscoa do Senhor, pelo que neste Familiarmente de Abril apresentamos algumas propostas através das quais podemos afirmar na sociedade a urgência de uma cultura pela vida. Propomos também uma catequese doméstica que nos convida a seguir Jesus com a nossa vida, descobrindo a Sua Páscoa como manifestação radical do amor de Deus. Apresentamos ainda um testemunho de como uma família celebra o mistério pascal, fazendo acontecer a Páscoa de Jesus no seu dia-a-dia.

 

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Pela Vida

Há dias um amigo falou-me da iniciativa Um Dia pela Vida. Todos nós conhecemos genericamente o âmbito da Liga Portuguesa contra o Cancro, mas desta iniciativa que congrega muitos entusiastas pela vida, que não se deixam abater e que querem dar ânimo aos mais fragilizados pela doença, muito pouco se sabe.

Dar esperança é dar Vida, nas mais variadas formas, e é reconfortante constatar que múltiplas iniciativas como passeios, feiras de artesanato, jantares, bailes, venda de doces ou teatro, congregam a esperança de que aqueles que foram levados pelo cancro não serão esquecidos e aqueles que estão a combater o cancro serão apoiados.

E ao som de canções e muito entusiasmo anunciam ao mundo: “Não ocultes a verdade / Do que andas a sentir / Porque na realidade / A cura pode surgir / Solta teu grito de esp’rança / Solta teu grito de fé / Afirma com confiança / Eu sou firme estou de pé”

Há já alguns anos que se tem realizado em Lisboa a Caminhada pela Vida, que é uma afirmação pública de muitos responsáveis e funcionários de dezenas de instituições de solidariedade social, vindos de diversos pontos do país, para sublinhar a importância de “mostrar” as pessoas que atualmente “trabalham” a favor de uma “cultura de vida”, sobretudo em contexto de crise.

A Caminhada pela Vida é uma oportunidade de interpelar os cidadãos para a urgência de denunciar leis que em Portugal ameaçam a vida e a família, relacionadas com o aborto, o divórcio, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a reprodução artificial e a educação sexual.

Aproxima-se agora a Semana da Vida – de 11 a 19 de Maio – porque a Igreja Católica em Portugal está preocupada com a “cultura de morte” no país e sendo a vida, hoje, tão ameaçada e destruída, urge parar esta cultura de morte, impulsionando por outro lado, uma sólida cultura da vida.

Damos Vida quando colocamos o nosso olhar naqueles que estão mais debilitados, seja física, seja psicologicamente: É a força da Fé e o conforto da Esperança, no exercício da Caridade. Mas, ao contrário, o ser humano também é capaz de dar Morte quando passa ao lado, ou despreza os que sofrem e especialmente quando promove ideias ou leis que atentam contra a vida em qualquer das suas etapas: desde a concepção (promovendo o aborto), até aos momentos finais (promovendo a eutanásia).

Nos últimos meses, o tema da Família tem estado, mais do que nunca, presente na mente e no coração da Igreja Católica e é neste contexto que o Papa Francisco escreveu uma Carta às Famílias na Festa da Apresentação do Senhor: “Efetivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho, enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem respeito à família”, escreve o Papa, sublinhando que esta é uma tarefa que deve envolver “todo o povo de Deus”.

O tema da Semana da Vida de 2013 foi “Dá mais Vida à tua Vida”, o qual pretendia despertar e mobilizar para a premente necessidade de uma nova postura face aos constantes atentados contra a vida e à dignidade da vida em família. O tema proposto para o presente ano é “Gerar Vida, Construir Futuro”, a viver intensamente em Oração e em testemunhos públicos da nossa convicção pela dignidade da Vida.

A Semana da Vida tem no seu centro o dia 15 de Maio – Dia Internacional da Família - para refletir sobre os problemas económicos, sociais e culturais que afetam as famílias, sem esquecer o problema do decréscimo demográfico que está a afetar as sociedades ocidentais.

Nesta Semana os cristãos são convidados a manifestar a sua Fé e a sua posição a favor da defesa, amparo e proteção tanto da vida mais indefesa, a da criança ainda não nascida, quanto a da mãe grávida. Uma sociedade não progride, mas lança-se num verdadeiro suicídio demográfico, se não protege a vida dos seus cidadãos, se não cuida da mulher grávida oferecendo-lhe todo o seu apoio e toda a sua ajuda.

Apelamos a uma forte mobilização, usando os textos de apoio à Oração individual, familiar e comunitária que estarão disponíveis no site do Departamento Nacional da Pastoral familiar e no site do Sector da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa: www.familia.patriarcado-lisboa.pt

Diác. JPauloRomero

 

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Catequese doméstica: Vinde e vede

Jesus dirigiu-se aos discípulos com o chamamento “vinde e vereis” (Jo 1, 39). Convocou-os para descobrir a Boa Nova do Reino de Deus. Ele, que é de condição divina, fez-se homem (cf. Fl 2, 6-8) para revelar Deus ao Homem, o principio e fim para o qual todos fomos criados.

Se a iniciativa do chamamento é de Deus, também o homem chama por Deus. Ao chegar a Betânia quando Lázaro estava sepultado havia quatro dias, os judeus que acompanhavam Maria dirigem-se a Jesus dizendo-lhe “Senhor, vem e verás” (Jo 11, 34). Clamavam por Jesus e chamavam-no para ver o corpo de Lázaro no sepulcro. Desejavam partilhar com Ele as suas misérias. E tal como o Senhor viu a miséria do seu povo no Egipto (cf. Ex 3, 7), perante a morte do amigo, Jesus experimenta a morte e vê como é uma violência sob cuja opressão se encontra a humanidade. Perante este cenário o Senhor compadeceu-se, o que quer dizer que partilhou dos mesmos sentimentos, e chorou, transbordando a tristeza pela perda do amigo e por ver o Homem ter de passar pela prova da morte, que entrou no mundo pelo pecado, quando foi criado parar viver em comunhão plena com Deus.

Uma vez que assumiu plenamente a nossa humanidade, o próprio Jesus esteve sujeito à morte. Podia ter-se valido da sua divindade, mas aceitou sem reservas a sua humanidade e entregou-se voluntariamente, como um cordeiro, para o verdadeiro sacrifício. O Filho experimentou a morte humana para que, a partir do lugar da humanidade, pudesse resgatar todo o homem e toda a mulher para a vida eterna. Na sua plena humanidade, Jesus que não tinha pecado, carrega na cruz o pecado de todos para nos redimir através da total doação à vontade do Pai. Jesus vence assim a morte e o pecado, inaugurando uma vida nova, confirmada pelo Pai com a Sua ressurreição. O justo padeceu a morte para que todos recuperássemos a vida em abundância para a qual fomos criados. A ressurreição de Jesus não é comparável com a de Lázaro (Jo 11, 44), a da filha de Jairo (Mt 9, 25) ou a do filho da viúva de Naim (Lc 7, 15), pois estes voltaram a padecer da morte. A ressurreição de Cristo diz respeito a todo o Homem e é eterna. Nela se inaugura uma nova vida já não corruptível, a vida na glória de Deus dos redimidos.

 O anúncio glorioso que é a Páscoa de Cristo também é anunciado pelo anjo às mulheres que visitam o sepulcro com a frase “vinde, vede” (Mt 28, 6). E este é o chamamento que permanece ainda hoje: Deus continua a manifestar-se e convida-nos permanentemente a aproximar de Si para ver e participar na Sua glória.

 

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Testemunho – Celebrar o mistério pascal em família

Celebrar o mistério pascal tem implicado nos últimos anos pormo-nos ao caminho, trilhando em Igreja, os caminhos de Fátima. Como Maria, aproximamo-nos de Jesus e vivemos o espírito de serviço e de amor aos outros. Fazer esta experiência de peregrinação, com início na Semana Santa, tem sido viver o Evangelho no concreto da nossa vida de casal e encontrar tantos sinais da Sua presença, pois implica por vezes sermos Simão de Cirene, ajudando outros a carregar a sua cruz, outras vezes são outros a serem para nós esse suporte, ajudando-nos a carregar as cruzes que nos pesam no coração. Às vezes é deixarmo-nos tocar por aqueles que são Verónica e nos limpam o rosto, do cansaço ou das lágrimas. É Jesus o nosso companheiro de caminho e com Ele percebemos e vivemos a dimensão infinita do Amor.

Viver este tempo ao ritmo dos passos de Jesus tem-nos ajudado a despojar de tudo aquilo que não dá fruto. Ao limpar o coração, centramo-nos no essencial e procuramos viver o maior dom, que é morrer para nós mesmos para darmos fruto um para o outro em primeiro lugar e depois para todos aqueles com quem caminhamos, naqueles dias de peregrinação, mas também com aqueles com quem partilhamos a vida no seu quotidiano.

Regressados deste tempo, entramos no ritmo do Tríduo Pascal já na nossa comunidade paroquial. Cansados fisicamente, talvez com algumas bolhas nos pés, mas com um coração disponível para celebramos a paixão, a morte, mas acima de tudo a Ressurreição do Nosso Salvador. Celebramos não a morte, mas a vitória de Jesus sobre a cruz. Mas ao aceitarmos passar por essa cruz, acreditamos que só assim, vivemos a verdadeira dimensão da vitória de Deus sobre a morte.

Após a Vigília Pascal na nossa comunidade, temos celebrado a alegria de Cristo Ressuscitado à mesa. Sabemos como Jesus gostava de estar à mesa com os seus amigos, conhecemos vários relatos desses momentos. E por isso temos reunido amigos e festejado a amizade em Cristo Ressuscitado, à mesa de nossa casa.

Procuramos ser fiéis a esta alegria, não sendo sempre fácil, pois muitas vezes os ritmos acelerados do dia-a-dia controlam-nos, mas trilhamos este caminho, na certeza de que Ele, o Ressuscitado, todos os dias nos fala e sempre que o escutamos “arde-nos o coração”. Viver o mistério pascal significa fazer acontecer a Páscoa de Jesus - que é a nossa - na vida pessoal, na história humana e no mundo todo, até à Páscoa definitiva, à plenitude do Reino de Deus, à plenitude da vida e da felicidade.

Acreditar, para um cristão, é acolher com todo o seu ser e com toda a sua existência, Cristo Ressuscitado. Esse é o caminho que procuramos fazer como família, vivendo um espírito de conversão diária, recordando todos os Domingos este mistério. Esta é uma missão para a vida, tal como o nosso matrimónio.

 

Uma Santa Páscoa para todos. Cristo Ressuscitou. Aleluia. Aleluia.

Rita e João Pedro

 

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A Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa tem um novo logotipo

A Cruz, símbolo da doação plena de Nosso Senhor, apresenta o modelo que é o amor de Jesus Cristo pela Igreja. Ela representa proteção / abraço, o caminho de santidade da família e ao mesmo tempo o sentido, a luz que ilumina a sua vida em comunidade de amor.

As cores: amarelo, laranja e vermelho - encerram em si a força, o fogo do Espírito Santo e o fulgor do amor que anima e une a família

A família representada, à semelhança da Sagrada Família, é ninho, acolhe, gera vida e é sinal de alegria na fé.

Em suma, representa a unidade em Cristo, o amor "enformado" à Santíssima Trindade e a continuidade da Criação no sentido da Salvação.

 

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Vai acontecer

Celebração das bodas matrimoniais

Na festa da família de 25 de Maio serão comemoradas as Bodas Matrimoniais (10º, 25º e 50º aniversários do Matrimónio) de todos os casais que celebrem este aniversário durante o ano de 2014. Caso conheça algum casal que celebre este ano alguma destas bodas, poderá fazer a sua inscrição através do site http://familia.patriarcado-lisboa.pt/festa-da-família/inscrição

 

Sou Todo Teu

Para este Tempo Pascal que se aproxima, a Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa propõe um retiro para casais com o Pe. Nuno Amador sobre o tema “Sou todo teu” na casa de retiros do seminário de São Paulo de Almada. O retiro começará no dia 26 de Abril pelas 10h e terminará no dia 27 após o almoço. O custo da inscrição por casal é de 105¤. Pode inscrever-se em http://familia.patriarcado-lisboa.pt/retiro-da-pastoral-familiar

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