Lisboa |
Domingo de Ramos
“Espalhemos os ramos, para atapetar o caminho da humanidade”
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A vida de Jesus Cristo, de modo particular a sua morte na cruz, ocorrida há mais de dois mil anos, “não é apenas um momento da história, é a história resumida num momento que valerá por todos, de antes, durante e depois”, lembrou o Patriarca de Lisboa ao celebrar no passado dia 13 de abril, o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor.

 

Na homilia que proferiu na Sé Patriarcal, D. Manuel Clemente recordou que no correr dos anos “muda a sensibilidade dos tempos e lugares, mudam as expressões das letras e das artes, mudam cenografias e roupagens: mas não muda, antes se acrescenta em nós, a verdade do que ali aconteceu, dando significado ao que acontecera antes e igualmente ao que suceder depois”. Sublinhando que a Paixão de Jesus inspirou e continua “a inspirar realizações sublimes da arte universal, nas mais diversas expressões que contém”, D. Manuel Clemente frisou que “em Cristo tudo se perde e abandona, como na morte de cada um de nós; e em Cristo tudo se ganha inteiramente, como na filiação divina é oferecido”. Neste sentido lembrou as “vidas frágeis e fragilizadas pela penúria, a doença, a tristeza ou a morte”, onde “o realismo da Cruz manifesta-se como a inegável verdade das vidas”.

 

Contemplar para agir

Segundo o Patriarca de Lisboa, ao contemplar a Paixão de Jesus a atitude seguinte deve ser a ação, onde os jovens são, também, chamados a envolver-se. “[A celebração do Domingo de Ramos] é duma ‘celebração’ que se trata, com o que tal significa de lembrança viva e vivência motivada. Dito doutro modo, trata-se de contemplar para agir – e agir em conformidade com o que contemplamos”. Na homilia que proferiu, dirigindo-se de modo particular aos jovens que naquele dia celebravam o Dia Mundial da Juventude, D. Manuel frisou: “E isto refiro particularmente aos jovens, neste dia que tem o seu nome, lembrando a gente nova de Jerusalém que festivamente recebeu Jesus naquele dia, para que assim o continuem a receber e servir em todos quantos nos trazem hoje a sua presença, humilde e sofrida, mas que nunca se deixa vencer em generosidade, recompensando a ‘cem por um’ toda a atenção que lhe dediquemos”.

 

A vitória final

Recordando, ainda, palavras do Papa Francisco, na Exortação Apostólica ‘A Alegria do Evangelho’, onde o Sumo Pontífice observa que a “Igreja ‘em saída’ é a comunidade de discípulos missionários que ‘primeireiam’, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam”, D. Manuel Clemente na homilia de Domingo de Ramos explicou: “Primeireiam, resumamos, porque tomam a iniciativa de ir ao encontro dos afastados e excluídos; envolvem-se, porque, à maneira de Cristo que lava os pés aos discípulos, entram solidariamente na vida diária dos outros; acompanham, porque, sem desistência, integram nos seus processos a humanidade comum a todos; frutificam, com a fecundidade garantida das vidas partilhadas; e não deixam de festejar, como o fazemos agora, pois em cada liturgia se antecipa a vitória final da evangelização do mundo”. Deixando um convite a esta partida com vista à evangelização, o Patriarca de Lisboa exortou: “Espalhemos então os ramos, para atapetar o caminho da humanidade que Cristo fez sua, onde morre e ressuscita pelo amor de Deus”.

texto por Nuno Rosário Fernandes; foto por Diogo Paiva Brandão
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