Juventude |
Musical - Paróquia da Amadora
Levar a cena um Deus fiel
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Na Amadora, a fidelidade de Deus foi a cena. A comunidade juvenil levou ao palco a história da libertação do povo hebreu. Depois de longos meses de ensaios, “O Príncipe do Egipto” ganhou vida. O objectivo era angariar fundos para o VIII Festival Vicarial da Canção Cristã. Mas quem lá esteve sabe que valeu por muito mais do que isso.

 

A missa daquela tarde de sexta-feira, 28 de Março, chega ao fim. No salão paroquial começa a contagem decrescente num rodopio de preparativos finais. Os bastidores são improvisados mas meticulosamente organizados. Os nomes dos actores estão colocados por cima dos adereços de cada personagem, não vá haver enganos. Alguém faz sorrir: “Tu tem calma! Tem calma que a lotação está esgotada!”.

Nuno Trindade chega com uma panela de sopa nas mãos. É um dos coordenadores da comunidade juvenil e confessa que ainda não lhe parece verdade que dentro de pouco tempo pisará o palco enquanto Moisés. E para uma casa cheia. Conta que nem sempre foi fácil conseguir manter o entusiasmo geral em alta. “O cansaço aliado à desmotivação faz com que as coisas sejam um bocadinho difíceis. Houve alturas em que os ensaios eram diários”. Mas lembra os bons frutos dos meses de dedicação ao projecto. “Criou-se uma grande união entre as pessoas. Uma cumplicidade que gera um sentido de verdadeira comunidade”. E guarda esperanças. “Esperamos que daqui para a frente esse efeito também se sinta na adesão às actividades que nós propomos enquanto equipa de coordenação e consigamos ter uma comunidade ainda mais unida e mais fraterna”.

Este é já o segundo musical levado à cena pela comunidade. O primeiro, “O Musical da Disney”, aconteceu em 2011. E foi um sucesso. Agora quiseram fazer diferente. “O Príncipe do Egipto narra uma história que para nós, enquanto cristãos, faz todo o sentido concretizar. E do ponto de vista cénico e musical é um desafio muito interessante”.

Liliana Costa é uma das três encenadoras e não pára enquanto ainda há questões de última hora para resolver. Actriz de profissão, aponta como principal dificuldade do projecto o conseguir “manter as mesmas pessoas com a mesma motivação até ao fim”. Isto e conciliar tudo. Gerir o tempo entre atividades profissionais, pessoais e até paroquiais. Mas sorri porque “com amor tudo se faz”. Diz que a comunidade “quer trabalhar e estar unida”.

 

Refletir para agir

Em cena estão 18 jovens. Por trás, outros 18 “entre construção de cenários, fechar e abrir cortinas, colocar e retirar adereços”. Ana Vaz, outra das coordenadoras das comunidades juvenil, faz as contas. Ao todo, a comunidade é composta por cerca de 50 jovens, distribuídos por sete grupos de reflexão e ação em fases distintas de consolidação da fé.

Inserida no setor pastoral de evangelização, a comunidade juvenil é coordenada por quatro elementos que, perto dos animadores dos grupos e do pároco, procuram “criar uma comunidade viva e participativa, com consciência clara do seu papel na Igreja de Jesus Cristo”. Ana explica que o serviço passa essencialmente pela consolidação e aprofundamento da fé. “Temos encontros de reflexão e duas equipas em funcionamento: a equipa do festival e uma equipa de ação social que promove iniciativas que possam envolver os jovens e que os obriguem de alguma forma a contactar com a realidade social”. As campanhas do Banco Alimentar, a participação em projetos da Cáritas e um ciclo de conferências sobre voluntariado e serviço já fizeram parte do programa.

 

Cantar é rezar duas vezes

Os 240 lugares do salão paroquial da Amadora estão reservados. A poucos minutos da hora marcada, Francisco Almeida, de olhos postos no palco, acerta ao milímetro uma ou outra cadeira da plateia. Membro da equipa responsável pela organização do VIII Festival Vicarial da Canção Cristã, diz que todo o trabalho tem um só fim. “Aquilo que nos move tem que ser sempre Cristo. Isto é o que faz com que o festival decorra: congregar todos os jovens da vigararia em prol de uma só coisa que é louvar o nome de Deus. À volta da música vamos trabalhando sempre com Ele e para Ele.” A vitória na última edição trouxe a responsabilidade da organização do festival deste ano. Marcado para o próximo sábado, dia 26 de Abril, o Festival Vicarial dá muito que fazer: é preciso tratar do aluguer do espaço, contactar instituições para apoios e encontrar soluções para angariar fundos. Foi assim que se chegou ao musical.

 

Um Deus fiel

Sem se dar por isso, já não cabe mais ninguém na sala. E se as conversas cruzadas eram ensurdecedoras, agora só há silêncio. Luzes baixas. “Esta é a história de salvação do Povo de Deus libertado do cativeiro do Egipto pela mão de Moisés”. Está dado o sinal. Já não estamos na Amadora. Agora aqui é o Egipto. Olhamos o povo hebreu. Sentimos a sua dor. Moisés teme mas diz “sim” à voz do Senhor: “Eu estarei com a tua boca e te ensinarei o que deverás dizer”. Testemunhamos grandes milagres, sinais e prodígios. Alegramo-nos porque Deus é fiel. Até ao coração chega a música que ouvíamos: “quando acreditas, há um milagre”. E acreditamos porque também vimos.

No final, há sorrisos e abraços. Aplausos persistentes de pé. Pedro Rebelo foi Ramsés e está feliz. Lembra os “dias duros de ensaios e noites mal dormidas”. Mas sorri. “São as maravilhas do Senhor”.


texto por Clara Nogueira; fotos por Filipe Teixeira

 

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Jornada Vicarial – Peniche: Parar para “ganhar a corrida”

 

​Nos passados dias 15 e 16 de março decorreu a terceira Jornada Vicarial da Juventude (JVJ), este ano sob o título Peniche Alive. Esta atividade tem por hábito reunir jovens da Vigararia Caldas-Peniche com o intuito de partilha de vivências, reflexão, oração e convívio. O Serviço da Juventude publica aqui o testemunho da Ana Tavares, de 19 anos, que participou nesse momento.

 

​Tenho participado em todas as JVJ, tendo tido experiências diferentes em cada uma delas, porque a idade vai sendo diferente e a experiência cristã tem vindo a evoluir. O Peniche Alive foi importante para mim na medida em que me proporcionou um tempo de reflexão e oração junto do Senhor, coisa que me tem faltado nos últimos tempos desde que fui para a faculdade.

​Neste último ano houve muitas mudanças na minha vida: fui para a faculdade, deixei a minha terra, a minha zona de conforto, a catequese, o grupo de jovens. Tudo isto fazia com que a chama de Cristo em mim estivesse sempre acesa. Agora, para a manter acesa tem de partir de mim, da minha vontade de me encontrar com Cristo, pois já não tenho os amigos e colegas a puxarem-me para ir a uma atividade da catequese, já não tenho os meus pais a dizerem-me o que devo fazer... Se eu não me quero "esquecer" de Jesus, então sou eu que tenho de fazer alguma coisa por isso. O Peniche Alive veio reavivar este desejo que há dentro de mim, veio dar-me força para mais uma etapa, dado que me proporcionou um tempo para rezar sobre o sentido da minha vida. Por vezes a nossa vida anda tão ocupada e atarefada que não damos tempo ao que realmente importa, tal como dizia um padre natural de Peniche: "temos de roubar tempo às coisas urgentes para dar tempo às coisas importantes". Esta Jornada ajudou-me nisso, ajudou-me a parar e pensar no rumo que quero dar à minha vida, no caminho que Deus tem para mim.

​O ponto alto desta atividade foi sem dúvida a Vigília. Desde o compromisso, ao silêncio, aos cânticos, às leituras, à adoração ao Santíssimo Sacramento, à confissão. Tudo, na Vigília, teve grande impacto na minha vida, tudo mexeu comigo, tudo me fez encarar a vida de uma forma diferente. Se na vida é difícil tirar um bocadinho de tempo para fazer silêncio, para que Jesus nos fale, nesta Jornada, isso foi possível.

​Assim como o silêncio foi marcante, também as palavras o foram. Ao longo destes dois dias fomos apelidados como os "Atletas de Cristo", criando em mim uma maior responsabilidade, porque me apercebi que Cristo conta comigo para "ganhar a corrida".

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