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A uma janela de Roma
Viver o tempo da Páscoa com alegria
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Este Domingo, dia 27 de abril, os Papas João XXIII e João Paulo II vão ser canonizados. Nas celebrações pascais, o Papa Francisco destacou a importância de viver o tempo da Páscoa com alegria.

 

1. Concentrar a atenção sobre as figuras espirituais destes dois novos santos, João XXIII e João Paulo II – foi desta forma que o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, iniciou terça-feira, dia 22 de abril, o primeiro de vários encontros com os media sobre as canonizações deste Domingo, dia 27.

Sobre o Papa João XXIII, o postulador da causa, o padre franciscano Giovangiuseppe Califano, afirmou que o desejo de santidade de Angelo Roncalli manifestou-se desde criança. Santidade entendida como abandono à providência, ele que será para sempre recordado como o Papa Bom. João XXIII que foi um paladino da paz. Já o postulador para a canonização de João Paulo II, padre Slawomir Oder, referiu três caraterísticas fundamentais do itinerário de vida do Papa polaco: fé simples – tinha necessidade da Igreja viva e nutrir-se daquela fé; profundidade mística – era um homem de Deus que queria encontrar Deus sempre e, por isso, a oração era a sua respiração; e coragem – a coragem de enfrentar as contrariedades da vida, lendo a história através da intervenção de Deus.

 

2. O Papa Francisco destacou a importância de viver o tempo da Páscoa com alegria, de forma genuína, transmitindo-a aos outros, como aconteceu nas primeiras comunidades cristãs. “Deixemos que esta experiência, impressa no Evangelho, se imprima também nos nossos corações e transpareça na nossa vida. Deixemos que o espanto alegre do Domingo de Páscoa irradie nos pensamentos, nos olhares, nas atitudes, nos gestos e nas palavras”, pediu o Papa, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, na chamada ‘Segunda-feira do Anjo’, dia 21 de abril, durante a recitação do Regina Caeli, oração que substitui o Angelus durante as celebrações pascais.

Segundo o Papa, esta alegria “não é uma maquilhagem”, mas vem de dentro, “de um coração mergulhado na fonte”, como o de Maria Madalena, testemunha da ressurreição. Por isso, cada cristão deve ser capaz de levar um “raio” da luz de Jesus ressuscitado “às diversas situações humanas: às felizes, tornando-as mais belas e preservando-as do egoísmo; às dolorosas, levando serenidade e esperança”.

Francisco renovou os votos de “boa Páscoa” e pediu que todos continuem a trocar os “votos pascais” durante esta semana “como se fosse um único dia”.

 

3. O Papa Francisco elencou, na manhã de Domingo de Páscoa, uma série de preocupações e tragédias pelas quais pediu aos fiéis que rezem de forma particular. Na mensagem da bênção ‘urbi et orbi’, ou ‘para a cidade e para o mundo’, Francisco recordou de forma especial as vítimas da mais recente epidemia de ébola, na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, bem como todas as pessoas pelo mundo que continuam sequestradas e também os que são forçados a emigrar dos seus países em busca de melhores condições de vida. O Papa não esqueceu ainda alguns dos conflitos que tantas vezes já mencionou ao longo deste seu ano de pontificado: “Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente! Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada. Pedimo-Vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos. Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul”, pediu o Papa.

Em Sábado Santo, durante a celebração da Vigília Pascal no Vaticano, o Papa Francisco apelou aos católicos para acolherem a ressurreição de Cristo como um convite à revitalização da própria fé. Francisco definiu o momento da ressurreição de Cristo como “um raio de luz na escuridão” que, à imagem do que aconteceu com os primeiros cristãos, deve continuar a brilhar hoje, sobretudo nos momentos mais difíceis. Na Via Sacra, em Sexta-Feira Santa, Francisco falou da Cruz. “Na Cruz vemos a monstruosidade do homem quando se deixa guiar pelo mal, mas vemos também a imensidade da misericórdia de Deus que não nos trata segundo os nossos pecados, mas segundo a Sua misericórdia. Diante da Cruz de Jesus, vemos – quase ao ponto de tocar com as mãos – o quanto somos amados eternamente”, recordou. Quinta-feira Santa o Papa voltou a sair do Vaticano, tal como tinha feito no ano passado, tendo celebrado a Missa da Ceia do Senhor numa igreja de Roma pertencente a um centro de acolhimento de pessoas portadoras de deficiência. Em clima familiar e sereno, milhares de idosos e deficientes de todas as idades acolheram carinhosamente o Papa Francisco que lentamente os saudou antes e depois da Missa. Francisco lavou e beijou os pés de 12 homens e mulheres portadores de deficiência, de diferentes idades, raças e confissões religiosas.

 

4. O Papa Francisco desafiou os sacerdotes a serem alegres com base numa alegria que deve “ungir, ser incorruptível e missionária” mantendo sempre “a pobreza, a fidelidade e a obediência”. “Na nossa alegria sacerdotal, encontro três características significativas: uma alegria que nos unge (sem nos tornar untuosos, sumptuosos e presunçosos), uma alegria incorruptível e uma alegria missionária que irradia para todos e todos atrai a começar, inversamente, pelos mais distantes”, disse Francisco, durante a homilia da Missa Crismal, em Quinta-feira Santa, na Basílica de São Pedro.

O Papa recorda que esta alegria só “flui quando o pastor está com o seu rebanho”. “Mesmo nos momentos de tristeza, naqueles momentos apáticos e chatos que por vezes nos assaltam na vida sacerdotal, e pelos quais também eu passei, o povo de Deus é capaz de guardar a alegria, é capaz de proteger-te, abraçar-te, ajudar-te a abrir o coração e reencontrar uma alegria renovada”, garantiu. Francisco acrescentou que a alegria sacerdotal “tem três irmãs que a rodeiam, protegem e defendem” sendo elas “a pobreza, a fidelidade e a obediência”.

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